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Quase 80% das famílias do Brasil estão endividadas; inadimplência chega a 30,5%

Comércio já sente desaceleração das vendas, diante da necessidade de ajustes nos orçamentos familiares

Com ISTOÉ Dinheiro

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inadimplência e o endividamento das famílias brasileiras começa a preocupar alguns setores da economia. O percentual de famílias que informam ter algum tipo de dívida a vencer chegou a 79,5% no mês de outubro. Esse é o nono mês consecutivo que o percentual de endividados aumenta e o maior patamar já registrado na série histórica medida pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Do total de famílias endividadas, 30,5% informam que estão com as dívidas atrasadas e 13,2% dizem que não terão condições de pagar as parcelas. O percentual daqueles que não tem condição de honrar seus débitos é o maior da série histórica.

“O avanço no endividamento, na inadimplência e na percepção de insuficiência financeira simultaneamente e pelo terceiro mês seguido é um alerta para a necessidade de ajustes, principalmente na área fiscal, para que os resultados de 2025 não se repitam ou se agravem ainda mais em 2026”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Prazo para pagamento

Com o endividamento e a inadimplência em níveis históricos, as famílias acabaram aumentando o tempo acumulado com parcelas de dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 48,7% para 49%, o maior nível desde dezembro do ano passado (49,2%).
Houve aumento pelo segundo mês consecutivo do percentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano, avançando de 31,1% para 32%. Com isso, a média foi para um prazo de 7,2 meses, retornando ao patamar de junho. Apesar de esse maior tempo para pagamento ser favorável para ser compatível no orçamento mensal, acaba gerando maior custo com juros.

“Nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter o avanço na inadimplência, tamanho o patamar atual dos juros. Nesse cenário, o comércio já sente desaceleração das vendas, uma vez que as famílias se veem obrigadas a promover ajustes no orçamento para se adaptar a essa realidade”, complementa o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

Ao analisar os dados desagregados por renda, pode-se perceber que o aumento do endividamento ocorreu principalmente entre aquelas famílias com renda entre 5 e 10 salários, tanto no mês quanto no ano.

O percentual de inadimplência evoluiu no mês apenas para as famílias com renda entre 3 e 5 salários. Na falta de condições de pagar as dívidas atrasadas, as famílias com renda entre 5 e 10 salários foram novamente as com maior aumento, com incremento de 0,6 p.p. em relação a setembro, reforçando a necessidade de maior atenção às famílias de classe mais alta.

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