Copom mantém Selic em 15% ao ano e não dá sinais sobre cortes à frente
A decisão de manter a Selic inalterada foi unânime entre os membros do colegiado
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano, em decisão amplamente esperada pelos investidores. A taxa básica de juros da economia brasileira está nesse patamar desde junho de 2025. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado.
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“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado“, diz o comunicado da autoridade monetária.
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Os membros do comitê afirmam, ainda, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que o colegiado “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Projeções atualizadas
Pablo Spyer, conselheiro da ANCORD, destacou que o comunicado trouxe pequenas alterações em relação à reunião anterior, mas que houve mudanças nas expectativas. “A projeção de inflação para o segundo trimestre de 2027 foi revisada de 3,3% para 3,2%, indicando um cenário levemente mais favorável”, aponta. “Apesar dessas mudanças, o tom do comunicado permanece claro: o Copom não abriu espaço para cortes imediatos”, analisa Spyer.
Para Gustavo Rostelato, economista da Armor Capital, “o Copom manteve o tom hawkish ao promover apenas ajustes marginais em relação ao comunicado anterior. (…) Seguimos avaliando que o início do ciclo de cortes deve ocorrer apenas em março”.
Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, tem a mesma opinião: “para a próxima reunião, em janeiro, certamente acredito que teremos uma manutenção de juros de novo. O Copom não deixa aberta a possibilidade para cortar juros em janeiro”.
Nos últimos dias, os economistas do mercado financeiro deixaram de apostar na possibilidade do início do ciclo de corte em janeiro, a despeito da melhora das expectativas de inflação.