Volume de empréstimos cai 6,6% em novembro; estoque de crédito sobe 0,9%
Concessões de crédito somaram R$ 637,5 bilhões no mês passado
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O estoque de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) em novembro cresceu 0,9%, e atingiu R$ 7 trilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira, 26. Para as pessoas jurídicas, o estoque de recursos cresceu 0,3% e chegou a R$ 2,6 trilhões, enquanto para as pessoas físicas o crescimento foi de 1,2%, alcançando a marca de R$ 4,4 trilhões.
Em doze meses, o estoque de crédito do SFN permaneceu em trajetória de desaceleração, com incremento de 9,5% ante 10,2% nos doze meses até outubro deste ano. Também ocorreu desaceleração no crédito às empresas, com alta de 7% ante 8,4% em outubro, e no crédito às famílias, com alta de 11,1% ante 11,3%.
O estoque de crédito com recursos livres somou R$ 4 trilhões em novembro, com altas de 0,7% no mês e de 7,8% em doze meses. No crédito livre às pessoas jurídicas, o saldo totalizou R$ 1,6 trilhão, com queda de 0,1% no mês e elevação de 1,4% em 12 meses. Destacaram-se a expansão em antecipação de faturas de cartão (+7,2%), bem como as reduções em desconto de duplicatas e outros recebíveis (-4,1%) e capital de giro total (-0,9%).
O crédito livre às pessoas físicas cresceu 1,3% no mês e 12,4% em doze meses, impulsionado no mês pelas operações de crédito pessoal (1,1%), aquisição de veículos (2,3%) e cartão de crédito à vista (1,7%).
O crédito direcionado situou-se em R$ 3 trilhões em novembro, com expansões de 1,0% no mês e de 11,9% em doze meses. O crédito direcionado às empresas, com saldo de R$ 1 trilhão, cresceu 1,1% no mês e 16,9% em doze meses. No crédito direcionado às famílias, com saldo de R$ 1,9 trilhão, altas de 1,0% e 9,4%, na mesma ordem.
Concessão de crédito
Os dados do Banco Central mostram que as concessões nominais de crédito somaram R$ 637,5 bilhões em novembro com recuo de 6,6%. Nas séries sazonalmente ajustadas, as concessões totais caíram 1,4% no mês, com recuos de 2,2% nas contratações com pessoas jurídicas e de 0,6% com pessoas físicas.
As concessões nominais acumuladas nos doze meses até novembro cresceram 8,9%, com altas de 9,8% no segmento de pessoas jurídicas e de 8,3% no segmento de pessoas físicas. As concessões nominais médias diárias subiram 13,1% em novembro, com elevações de 11,1% nas operações com empresas e 14,6% nas operações com famílias, ressaltando a ocorrência de quatro dias úteis a menos em relação a outubro.
A taxa média de juros das novas operações de crédito situou-se em 31,9% a.a., com incrementos de 0,1 p.p. no mês e de 3,5 p.p. em doze meses. Por segmento, as taxas médias de juros nas concessões às empresas e às famílias situaram-se em 20,6% a.a. e 37,0% a.a., respectivamente, resultado de variações respectivas de -1 p.p. e 0,6 p.p. no mês e de 1,6 p.p. e 4,1 p.p., em doze meses.
O spread bancário, diferença entre as taxas médias de juros das operações de crédito e o custo de captação estimado, atingiu 20,9 p.p., com acréscimos de 0,3 p.p. no mês e de 2,5 p.p. em doze meses.
No crédito com recursos livres, a taxa média de juros situou-se em 46,7% a.a. em novembro, com elevações de 0,6 p.p. no mês e de 5,8 p.p. em doze meses. Nas operações com empresas, a taxa média situou-se em 24,5% a.a., com queda de 0,6 p.p. no mês e elevação de 2,8 p.p. acumulada em 12 meses. Contribuíram para o resultado mensal as reduções nos juros de desconto de duplicatas e outros recebíveis (-0,7 p.p.) e de capital de giro com prazo superior a 365 dias (-0,7 p.p.).
No crédito livre às famílias, a taxa média de juros alcançou 59,4% a.a., com elevações de 0,9 p.p. no mês e de 6,2 p.p. em doze meses. Destacaram-se os aumentos em crédito não consignado (+5,5 p.p.), cartão de crédito rotativo (+0,7 p.p.) e cartão de crédito parcelado (+3,2 p.p.).
*Matéria publicada originalmente em IstoÉ Dinheiro, parceiro de B3 Bora Investir