Objetivos financeiros

Brasileiros começam 2024 otimistas, mas preocupados com a inflação

Segundo pesquisa da Febraban, para 67% dos brasileiros, preços aumentaram ou aumentaram muito

Os brasileiros começam o ano de 2024 otimistas com relação ao país, mas preocupados com a inflação e a alta dos preços. Isso é o que diz a pesquisa Radar Febraban, que mostra que quase 7 em cada 10 entrevistados (67%) avaliam que os preços dos produtos aumentaram ou aumentaram muito – uma elevação de 13 pontos percentuais a mais que em dezembro de 2023 (54%).

O número dos que observam diminuição dos preços recuou de 24% em dezembro para 11% em fevereiro, enquanto a parcela que enxerga estabilidade quase não sofreu alteração, oscilando de 20% para 21% no mesmo período.

Os dados refletem a pressão da alta dos alimentos sobre o IPCA, que mesmo com a desaceleração da inflação ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro em janeiro, segundo o IBGE. Soma-se a isso o impacto das contas de começo de ano, como material escolar, IPTU e IPVA, sobre o orçamento doméstico, além de eventuais resquícios dos gastos de final de ano.

Brasileiros otimistas com 2024

A pesquisa também mostra que mais da metade dos brasileiros (57%) acredita que o Brasil vai melhorar em 2024 – um recuo de dois pontos em relação a dezembro (59%). Entretanto, com relação à vida pessoal, para 75% dos brasileiros, a sua vida estará melhor num horizonte de 12 meses. Maior percentual da série histórica e oscilação de um ponto percentual em relação a dezembro (74%).

Segundo a mostra, para 48% dos entrevistados, o Brasil está melhor na comparação com o ano anterior, número que vem se mantendo desde setembro de 2023, com discreta variação positiva em dezembro (49%). 

“Passado o período de festas de fim de ano quando, via de regra, o humor e as expectativas da opinião pública melhoram, os resultados desta edição de fevereiro refletem, em certa medida, as preocupações dos brasileiros com a inflação, sob impacto das contas de começo de ano, como material escolar, IPTU e IPVA, no orçamento doméstico”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE

Inflação, impostos e custo de vida preocupam

O estudo também trouxe as percepções e preocupações da população brasileira. Os dados indicam um receio em relação à economia nos próximos meses. Confira as percepções:

  • Impostos: 57% acreditam que haverá aumento, 2 pontos percentuais a mais que em dezembro (55%).
  • Taxa de juros: 48% acreditam que a vai aumentar, 2 pontos percentuais a mais que em dezembro (46%).
  • Inflação e custo de vida: 55% apostam em aumento, 9 pontos percentuais a mais que em dezembro (46%).
  • Acesso ao crédito: caiu de 43% para 39% a parcela que acha que o acesso ao crédito vai aumentar, e de 29% para 34% o contingente que acha que ficará igual. Outros 21% acham que vai diminuir, 2 pontos percentuais a menos que em dezembro (23%).
  • Poder de compra: recuo de 39% para 35% no contingente que acredita que haverá aumento; e incremento de 34% para 38% dos que apostam em queda.
  • Desemprego: mantêm-se em 34% o percentual que acredita que o desemprego vai aumentar; passou de 23% para 31% o contingente dos que opinam que ficará estável; e recuou de 39% para 32% o montante que acha que o desemprego vai diminuir.
  • Salários: 51% creem que esse item não sofrerá alterações. Os que acreditam em aumento somam 34%, ao passo que 13% apostam que haverá diminuição.
  • Bolsa Família: também pela primeira vez no Radar, 55% acreditam que o Bolsa Família não sofrerá alterações. Esse número sobe para 60% entre os que têm nível superior.

Saúde e emprego lideram prioridades

A maioria dos brasileiros colocaram saúde e emprego como prioridade nas suas vidas. Ambas as opções tiveram 29% dos entrevistados colocando-as em primeiro lugar. Veja as outras prioridades:

  • Emprego e Renda: menções recuaram de 32% para 29% no período da pesquisa;
  • Saúde: saltou de 26% para 29% quem mencionou;
  • Educação: manteve 12% das menções;
  • Segurança: citações de prioridade subiram de 6% para 8%;

Onde os brasileiros querem investir

A pesquisa da Febraban também abrangeu os desejos da população. Nela, quase metade dos brasileiros (48%) investiria em moradia (comprar: 30%; reformar:18%) caso tivesse recursos para isso. 

Em seguida, se houvesse sobras no orçamento, 47% aplicariam o dinheiro no banco (poupança: 20%; outros: 27%). Investimentos em educação pessoal ou da família vêm na sequência, com 18%.

Já a vontade de viajar manteve-se em 15%, marcando a 5ª posição no ranking. Seguido pelo desejo fazer ou melhorar o plano de saúde, que chegou a 10%. 

O desejo de comprar um carro teve oscilação de 11% em dezembro para 9% em fevereiro, sem grandes variações por estratos sociodemográficos;

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