Como economizar dinheiro: 6 dicas práticas
Parece missão impossível, mas algumas mudanças simples no dia a dia podem ter impacto positivo no seu orçamento
Sabemos ainda que guardar dinheiro definitivamente não é uma tarefa fácil nem um hábito comum entre os brasileiros.
Segundo a Pesquisas de Orçamentos Familiares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 20% das famílias brasileiras têm algum tipo reserva financeira. Apesar disso, não falta quem sonha em fazer um pé de meia, encher o cofrinho ou qualquer outra expressão usada como sinônimo de reserva para emergência. Uma pesquisa do EXAME/IDEIA divulgada em dezembro de 2021 revelou que um terço da população quer guardar dinheiro em 2022, mesmo no atual cenário de crise, quando é normal receber menos e gastar mais.
Será que o susto da pandemia mostrou a necessidade de ter um plano B? Se este é o seu caso, sentimos informar que não existe fórmula mágica para poupar. Mas selecionamos mudanças simples no dia a dia que podem facilitar bastante essa jornada.
6 dicas para iniciar sua organização financeira
Em primeiro lugar, é importante entender que seu dinheiro é uma conquista. Cabe a você, portanto, valorizar cada centavo que entra na sua conta. Confira como fazer isso, na prática.
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1. Conheça bem seu orçamento
Um bom poupador conhece sua realidade financeira em detalhes. Em vez de contar apenas com a memória, anote todos os seus rendimentos e gastos em uma planilha, no caderninho, em um aplicativo de celular ou no que ficar mais fácil de praticar, de forma definitiva, no seu cotidiano.
Calcule, então, quanto você ganha por mês. Inclua o total do seu salário e os valores de benefícios e ganhos extras, se houver. Para quem não tem renda fixa, vale considerar a média dos últimos 12 meses.
Depois disso, você terá que listar as suas contas, que podem ser divididas em:
- Gastos fixos: aqueles valores comprometidos todos os meses, como aluguel, contas de consumo (água, luz, telefone, gás), condomínio, transporte, mensalidades de cursos etc.
- Gastos variáveis: tudo o que você desembolsar em restaurantes, delivery, viagens e lazer no geral.
Aquele cafezinho antes do trabalho ou o chope do happy hour também merecem ser anotados, pelo menos num primeiro momento, para você enxergar o peso que esses gastos têm na sua despesa total no mês.
Não interessa se o dinheiro saiu da sua conta por meio de um cartão de crédito, débito, Pix, TED, transferência, cheque ou moeda física. Vai dar um pouco de trabalho, mas a tarefa é essencial para você efetivamente entender seu orçamento mensal. Parece um tanto óbvio, mas é bom lembrar que você tem de gastar menos do que ganha.
Perceba que você não está sozinho se não está fazendo isso: quase 40% dos brasileiros reconhecem que gastam mais do que ganham, enquanto 55% admitem estar sempre no vermelho, segundo levantamento divulgado em 2020 pela fintech Acordo Certo.
Mas acompanhar cada passo da sua vida financeira, vai ajudar você a visualizar onde extrapola e se realmente está entrando mais dinheiro do que saindo.
2. Reorganize suas finanças
Depois de mapear cada detalhe dos seus gastos mensais, chegou a hora de reorganizar as contas. Para tanto, será necessário substituir alguns hábitos. Não deixe, por exemplo, as contas vencerem, assim você evita pagar juros. A saída para os esquecidos de plantão é estabelecer um dia para pagar todas as contas de uma vez. O débito automático também está aí para ajudar a superar a correria do dia a dia.
É fundamental reavaliar suas prioridades de orçamento e identificar as despesas desnecessárias. Com certeza você vai notar que gasta mais do que deveria com alguns itens. Pouco a pouco, pode diminuir ou eliminá-los por completo da sua rotina de gastos. Isso compreende desde as taxas pagas sem perceber ao banco até serviços de streaming que nem são usados, passando pelos apps que nem abre mais, planos de TV a cabo e até a academia que você deixou de frequentar há meses.
Quando for comprar alguma coisa, pesquise ao máximo os preços e as condições disponíveis. Muitos sites fazem comparação de valores e sugerem marcas alternativas mais em conta. Existem ainda várias opções de empresas que oferecem cashback e sempre opte pelo desconto do pagamento à vista. Por fim, verifique a real necessidade de adquirir aquele bem, e fuja da ilusão do “comprei porque estava barato” ou, ainda, “comprei porque eu mereço”. O que todos merecem mesmo é uma vida sem preocupações.
Fique de olho! Se você tem dívidas, o total também deve ir para a planilha, assim como os juros e as taxas incidentes. Procure, então, renegociar o valor ou, então, opções de financiamento com custo efetivo menor que o atual. O importante é encontrar uma solução que caiba no seu bolso, negociando diretamente com o credor ou em “feirões limpa nome”.
Para não fazer mais dívidas…
- Fuja do cheque especial e evite acumular compras no cartão de crédito. Eles cobram os juros mais caros, que podem virar uma bola de neve;
- Tome cuidado para não comprar por impulso (sempre que for ao mercado, por exemplo, leve uma lista com os itens essenciais);
- Saia das listas de e-mail de e-commerce e lojas no geral! Para que passar vontade?
- Delete os aplicativos de compra do celular – isso vai evitar aquela recaída num momento de tédio;
- Se for possível, diminua o limite do cartão de crédito.
3. Crie uma meta financeira
Um planejamento de médio a longo prazo, com objetivos bem definidos, funciona como motivação diária para guardar dinheiro.
Por isso, pense em algo “grande” que deseja muito, como fazer um intercâmbio, uma pós-graduação, trocar de carro, uma cirurgia, uma festa etc. Defina o valor e quanto tempo precisa para realizar esse sonho. Traçar esse objetivo traz uma motivação adicional do que simplesmente guardar dinheiro sem uma meta planejada.
4. Aprenda a dizer não
Para alcançar o objetivo que traçou é necessário disciplina. Na prática, isso inclui aprender a dizer “não”, especialmente durante o prazo que se deu como meta. Isso não é o mesmo que eliminar sua vida social, mas reconhecer que um evento ou outro vai fugir da sua capacidade financeira.
Compartilhar seu objetivo com outras pessoas e conversar com a família ou amigos sobre o desejo de economizar também ajuda, o planejamento em conjunto facilita a disciplina.
5. Hora de poupar!
Com o Raio-X do orçamento concluído e a meta estabelecida, chegou, finalmente, a hora de guardar. É aconselhável que você automatize o processo de poupar um determinado valor todo mês, mas – por favor – não vá entrar numa dívida para garantir a quantia destinada à reserva financeira! Caso não tenha sobrado dinheiro daquela vez, volte ao seu mapeamento financeiro e defina mais itens a serem cortados. No início, mais importante do que o valor é ter a disciplina para alcançar seu objetivo.
Método 50-30-20 para economizar dinheiro
Existe uma metodologia para economizar dinheiro que “espreme de leve” o seu orçamento, como é o caso da técnica 50-30-20. A fórmula divide os custos fixos e variáveis em três categorias. É só seguir a regra:
- Reserve 50% para gastos essenciais (alimentação, transporte, saúde, moradia etc.);
- Separe 30% para gastos variáveis, supérfluos, de lazer e estilo de vida (o que inclui viagens, roupas, cuidados pessoais, como unha e cabelo e passeios);
- Guarde 20% para poupar e investir (é com esse valor que você vai pagar dívidas, criar uma reserva de emergência, aplicar e investir a longo prazo).
Como guardar dinheiro com o desafio das 52 semanas
Outra ideia para quem quer economizar, mesmo ganhando pouco, é o Desafio das 52 semanas. Ele consiste em começar guardando uma quantia bem pequena e aumentar progressivamente esse valor semanalmente. Você pode começar separando R$ 1. Na semana seguinte, guarde R$ 2. Na terceira semana, R$ 3. E assim por diante. Ao final de um ano (52 semanas), você terá poupado R$ 1.378.
Com essa ideia em mente, basta adaptar os valores de R$ 1, R$ 2 ou R$ 3 à sua realidade e manter o foco durante todo o período.
6. Pronto para investir?
O próximo passo é começar a investir – afinal de contas, guardar o dinheiro embaixo do colchão ou deixá-lo parado na conta-corrente não faz com que ele renda. Entenda qual produto do mercado (renda fixa, ações, fundos de investimentos etc.) combinam mais com o seu perfil de investidor.
O perfil leva em consideração a aversão ao risco, o tempo disponível até o resgate do investimento e o seu momento de vida. Acompanhe o andamento dos investimentos conforme seu objetivo e, se for o caso, não tenha medo de mudar de estratégia para obter o resultado desejado.
É importante conhecer o mercado e entender um pouquinho sobre cada tipo de investimento, assim você consegue diversificar sua carteira e alcançar seus objetivos com mais eficiência. Para se aprofundar no assunto, leia também nosso post sobre os benefícios de diversificar sua carteira de investimentos.
Desde 2019, observamos uma mudança geracional nos investimentos. Se antes da década de 1990 a preferência nacional dos brasileiros era a Caderneta de Poupança, hoje a renda variável tem ganhado mais espaço na carteira dos investidores. No começo de 2022, a B3 atingiu a marca histórica de 5 milhões de contas de pessoas físicas em renda variável. A maior parte dos investidores (50%) estava na faixa etária de 25 a 39 anos. A faixa entre 19 e 24 anos tem 11% dos investidores.
Agora que você tem as ferramentas para começar a poupar, cuide bem do seu dinheiro. Assim você garante um futuro com mais conquistas e menos apertos.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.