Demanda por “morango do amor” eleva preço da fruta e representa oportunidade a comerciantes
Em duas semanas, preço do morango subiu cerca de 74,6%
Por Victor Rabelo
Se você acessou a internet pelo menos uma vez na última semana, certamente se deparou com a novidade gastronômica chamada “morango do amor”. Ainda não é certa a origem da receita, mas a suspeita é de que tenha surgido das festas juninas e julinas, como uma variação da tradicional “maçã do amor”.
A febre de vídeos nas redes sociais de pessoas fazendo ou experimentando a iguaria, tem causado um movimento de maior demanda pelos morangos nos mercados e, consequentemente, aumentado o preço da fruta.
Aumento no preço
Segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), a média do valor do quilo do morango comum era de R$ 22 em 16 de julho, mas, em duas semanas, saltou para R$ 38,42 em 30 de julho, um aumento de 74,6%.
Os valores representam a média dos preços de venda no atacado da Ceagesp em transações com supermercados, feirantes, sacolões, restaurantes, bares e outros estabelecimentos. Essa média é calculada com base nas quantidades recebidas de mercadorias e os preços fornecidos pelos comerciantes que participaram da pesquisa no período.
Oportunidades com o Morango do Amor
Além de multiplicar a produção de conteúdo para as redes sociais, a procura pelo “morango do amor” pode significar uma oportunidade de ganhos para pequenos comerciantes, sobretudo os confeiteiros. Marcos Machado, professor da FIA Business School, explica que, nesses momentos de “moda”, o quanto antes o empreendedor aderir às mudanças, melhor.
“(Os empreendedores) podem aproveitar, adaptando-se rapidamente para atender esta demanda repentina. Os que se adaptarem primeiro, surfarão a onda por mais tempo e na sua crista. Ou seja, quem entra primeiro tem menos concorrência e pode praticar preços mais altos, antes que a oferta aumente de modo a derrubar os preços”, diz.
Apesar da oportunidade de negócio, há quem aposte que o hype do “morango do amor” passe rápido, comparando-o, inclusive, com paletas mexicanas, foodtrucks e bolos de pote. Para que o empreendedor não acabe se frustrando, é importante ter equilíbrio ao fazer seus investimentos.
“Ainda que não seja totalmente passageira, a tendência inevitável é que, após o auge da curiosidade e experimentação, a demanda se acomode em patamares muito inferiores. Quem, para atender a demanda, investir em custos fixos, poderá ter problemas. O ideal é procurar atender a demanda inicial, sem investimentos que não possam ser desfeitos”, indica Machado.
Para que os ganhos sejam duradouros, é fundamental que os empreendedores invistam no planejamento financeiro de seus negócios. “(Educação financeira) é fundamental para a sustentabilidade do empreendimento e do empreendedor, já que ambos se confundem. Falta cultura financeira ao brasileiro. Num dos países de juros reais mais altos do mundo, as pessoas ainda acreditam no “x vezes sem juros”. Os empreendedores com algum capital, perdem oportunidades de fazer investimentos à vista com descontos significativos e deixam o dinheiro aplicado rendendo menos do que pagam de juros embutidos”, explica o professor.
Machado também ressalta que, além do planejamento visando a saúde financeira do negócio, o empreendedor deve se organizar em termos de carreira. “Há também a questão da aposentadoria. Muitos são empreendedores informais e se esquecem de planejar sua aposentadoria. E o futuro chega, quando muitos estão despreparados. Nenhum negócio tem a certeza de ser atemporal. Um negócio pessoal, mais ainda”, conclui.
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