Objetivos financeiros

O que diferencia um investidor qualificado, de varejo e profissional?

Tipos estabelecidos pela CVM buscam proteger competição desleal

Homem analisando gráficos de ações. Foto: Adobe Stock
A CVM divide os investidores em três grupos: os profissionais, os qualificados e os demais, chamados de investidores de varejo. Foto: Adobe Stock

Muito se fala nos perfis de investidores – que podem ser conservadores, moderados ou arrojados –, mas há um outro tipo de classificação. É a estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que divide os investidores em três grupos: os profissionais, os qualificados e os demais, chamados de investidores de varejo.

Segundo a CVM, esta categorização tem como objetivo impedir que investidores que têm menos conhecimento do funcionamento do mercado financeiro e menos condições de lidar com ativos mais complexos ou pouco transparentes, adquiram os produtos em situação de desigualdade. Entenda:

Investidor de varejo

Conhecido também como investidor individual, é aquele que tem um patrimônio abaixo de R$ 1 milhão. A ele estão disponíveis ativos mais tradicionais, cujos riscos estão adequados às suas capacidades financeiras.

Investidor qualificado

É aquele que detém uma quantia acima de R$ 1 milhão em investimentos e assina um termo atestando essa condição. Outra opção é obter aprovação em exames de qualificação técnica ou certificações da CVM. Além disso, alguns clubes de investimento também podem se enquadrar nesta classificação. Esses investidores têm acesso a produtos de investimento mais sofisticados, que podem render retornos maiores, mas envolvem mais riscos e regras mais complexas.

Investidor profissional

Nível mais alto da classificação imposta pela CVM, o investidor profissional precisa ter uma quantia de R$ 10 milhões em investimentos financeiros – e assinar um termo de responsabilidade para a aplicação de seus próprios recursos, sem intermediação de uma instituição financeira. Outra opção é ser um agente autônomo de investimento, administrador de carteira, analista ou consultor de valores mobiliários com autorização pela CVM.

Também estão incluídos nessa categoria:

  • Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB (Banco Central do Brasil);
  • Companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
  • Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
  • Fundos de investimento;
  • Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizados pela CVM;
  • Pessoas jurídicas que detenham investimentos financeiros em valor superior a R$ 10 milhões;
  • Investidores não residentes (pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior e que investem no Brasil).

Conheça também os perfis de investidor

Para quem está começando a investir ou estudando qual a melhor maneira de entrar neste universo, há uma etapa básica para descobrir o seu perfil de investidor – ou suitability. Isso é feito a partir de reflexões sobre quais investimentos são mais adequados para sua carteira, considerando sua relação com o risco e seus objetivos.

O perfil pode ser definido em três categorias: conservador, moderado ou arrojado (também chamado de agressivo). Além do apetite por risco, o perfil leva em consideração a situação financeira (renda e patrimônio), idade, conhecimento do mercado e, claro, que uso será feito do dinheiro.

Entenda mais sobre o que é perfil de investidor clicando aqui!

Essas questões são traduzidas em três critérios principais: segurança, liquidez e rentabilidade. Dificilmente vai existir um investimento que combine esses três fatores ao mesmo tempo. Na hora de tomar uma decisão, é normal abrir mão de parte de um ou dois dos requisitos em prol de outro, que se adéqua mais ao seu perfil.

Um investidor que tem mais medo de arriscar e quer investir no longo prazo pode optar por ativos de renda fixa. Com isso, preza pela segurança abrindo mão da rentabilidade potencialmente maior de ativos de renda variável, por exemplo. Quem opta por encarar riscos em busca de retornos maiores e valoriza agilidade – ou seja, liquidez – pode investir uma parcela maior em renda variável.

Entenda mais sobre cada perfil:

Conservador

Esse investidor prioriza a segurança, acima dos outros dois quesitos (liquidez e rentabilidade). É o que menos tolera as perdas e a falta de liquidez. Como pode precisar do dinheiro a qualquer momento e prioriza a manutenção do patrimônio, opta por ativos de baixo risco.

Tende a manter grande parte da sua carteira em ativos de renda fixa, como Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, e Debêntures. Vale lembrar que quanto menor o prazo para o saque da aplicação, menor tende a ser seu rendimento;

Moderado

Como o próprio nome diz, esse investidor vê importância na segurança, mas se sente confortável ao abrir mão dela em uma pequena parcela do patrimônio, considerando um rendimento maior a longo prazo.

As pessoas desse perfil tendem a diversificar mais sua carteira entre renda fixa e renda variável, apostando em fundos que mitiguem os riscos, como os híbridos, até FIIs, ETFs e ETC..

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Arrojado

É o perfil que tem mais tolerância a risco, entende melhor a dinâmica do mercado e se sente confortável em fazer aportes em ativos voláteis pensando na maior rentabilidade no longo prazo. Fundos multimercados, ações e derivativos devem fazer parte da carteira desse perfil.

É importante ressaltar que o perfil de investidor pode mudar conforme as prioridades, tempo de experiência e o comportamento da pessoa. Por isso, é sempre bom estar atento e atualizar seu perfil no banco ou corretora onde faz seus investimentos. Conhecer o mercado e a si próprio é parte essencial do processo.

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