Como ficam os investimentos pós-fixados com a manutenção da Selic em 10,50%
Selic alta valoriza investimentos de renda fixa e pós-fixados mantêm atratividade, segundo especialistas
Na última quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu por manter a taxa básica de juros do País, a Selic, em 10,50% ao ano. Apesar da não alteração na taxa, para especialistas a decisão reforça a renda fixa, principalmente ativos pós-fixados.
O manutenção do atual patamar já era esperada pelo mercado, porém a deliberação põe fim a uma sequência de sete cortes consecutivos, o que mantém os juros em dois dígitos.
Como ficam os investimentos pós-fixados
Para Mario Okazuka Junior, CEO da GCB Capital, os títulos pós-fixados continuam sendo bastante atrativos, principalmente na carteira de clientes mais conservadores que já faziam alocação nesses ativos.
“As pessoas ficam sem grandes interesses em fazer mudanças de portfólio neste momento”, aponta o CEO.
De acordo com Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos, pode-se dividir o cenário futuro em duas óticas. Uma de curto e outra de longo prazo, com os investimentos pós-fixados sendo uma opção segura e estável.
Os investimentos de curto prazo atrelados à Selic e CDBs pós-fixados, diz Duarte, continuam a oferecer rendimentos e retornos previsíveis. “A manutenção da Selic em 10,50% assegura que os juros pagos por esses títulos permanecerão estáveis, independentemente das oscilações do mercado de ações e da moeda”.
Uma segunda característica desse cenário, segundo o analista, é que os ativos pós-fixados trazem mais proteção contra a volatilidade, principalmente em um cenário de maior instabilidade interna e externa.
“Num ambiente turbulento, com a saída de investidores estrangeiros do mercado de ações e a queda do Ibovespa, os investimentos pós-fixados tornam-se uma opção mais segura, protegendo o capital dos investidores contra a volatilidade do mercado de ações e é claro com uma proteção extra no caso de uma disparada da inflação por conta das questões internas ou internacionais que poderão pressionar nossa inflação para cima”.
Médio e longo prazo
Para o próximo momento, Duarte aponta que o investidor de médio prazo deve ficar atento às oportunidades em dólar e ações correlatas à inflação, como as do setor financeiro, por exemplo, pois estas são as primeiras a sentir os efeitos das alterações nas taxas de juros.
Já para o investidor de prazo mais longo, o momento é mais de rebalanceamento de carteiras e oportunidades, sempre com atenção ao seu perfil de investidor. “Escolher ativos menos correlatos com os setores sensíveis à renda variável e mais atrelados à renda fixa e aos poucos ir invertendo a posição até um balanceamento estratégico”, destaca.
Em suma, ele afirma que é um momento ímpar no quesito oportunidades e deve perdurar por mais algum tempo, principalmente na correção renda variável x renda fixa.
“Montar uma carteira focada no segundo semestre como curto prazo e para o próximo ano como médio prazo é a melhor estratégia para o investidor que deseja se proteger da queda e ganhar com a oscilação do mercado ao mesmo tempo, independente do perfil”, diz ele.
A quais fatores ficar atento daqui para frente
Segundo Okazuka Junior, existem dois principais itens de acompanhamento necessário por parte dos investidores. O primeiro é a inflação, com as divulgações de dados e das prévias sendo bastante importantes. “Afinal de contas, a manutenção da taxa de 10,50% visa, por princípio, que a inflação vá sendo direcionada para a meta”.
O segundo ponto de acordo com ele é o mercado externo. Isso porque os indicadores, principalmente quando se fala de juros nos Estados Unidos, também impactam diretamente as decisões internas no Brasil.
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3.