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FIIs de papel dominam o IFIX, mas falhas de comunicação podem abalar a confiança do investidor

Cenário de crédito no Brasil é volátil, mas setor de FIIs de papel segue crescendo no mercado

Edifício comercial
Cerca de 40% do IFIX é composto por FIIs de papel. Foto: Pexels

Cerca de 40% do IFIX, principal índice de Fundos Imobiliários, é composto por FIIs de papel. Contudo, alguns gestores veem uma confiança frágil dos investidores em relação a esse tipo de ativo. No FII Experience 2024, evento realizado pelo grupo Suno, o momento dos FIIs de papel, aqueles que investem em crédito imobiliário (CRIs, LCIs ou LHs), foi tema de discussão.

Segundo Rodrigo Possenti, head de FIIs na Fator, o cenário de crédito no País é muito volátil. Nos últimos anos, esse mercado passou por diversos fatores que impactam o setor, como juros, economia e política instáveis. Porém, o número de investidores em fundos de papel segue crescendo.

Ele destaca que histórias boas e ruins são naturais de um mercado que vem amadurecendo. “Mas infelizmente, o que percebemos é que as histórias boas são encobertas pelas histórias ruins, o que leva a um conhecimento desvirtuado por parte dos investidores”.

Já, de acordo com Flávio Cagno, Sócio e Gestor dos FIIs de CRI na Kinea, a confiança do investidor nos fundos de papel é abalada principalmente quando este sente não teve informações sobre o que está acontecendo.

“É impossível achar que a carteira de crédito não vai ter problemas, mas a falta de conhecimento gera a maior desconfiança do setor. A dor do investidor é sentir que algo grave aconteceu e ele não foi informado”, ressalta.

A falha na comunicação também foi destacada por Yannick Bergamo, Portfolio Manager da Iridium, que diz ser necessário uma postura mais ativa dos gestores para fornecer mais detalhes sobre as carteiras.

Papel do investidor

Os gestores também destacaram que o investidor tem papel chave na diminuição de ruídos. Cagno afirma que é natural ter fricção de informações e diversas indagações sobre os fundos, porém, o investidor e as gestoras devem identificar o que é uma questão coletiva para buscar melhores informações. “Temos que tirar um pouco da emoção nesse processo de informação, filtrar o que é uma dor coletiva, para nos comunicar melhor com o investidor”.

“A busca pela sobriedade, um entendimento profundo, é essencial. Buscar mais informações sérias e não apenas aquelas mais ácidas que geram uma volatilidade desnecessária para o setor”, completa o Head de Fundos Imobiliários na Fator.

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