Inteligência Artificial é a principal megaforça no mercado hoje. Veja o que diz a BlackRock sobre o tema
Relatório da BlackRock aponta que a corrida pela inteligência artificial pode redefinir estratégias de investimento e elevar riscos
Há anos, a BlackRock, uma das maiores gestoras de investimentos do mundo, publica relatórios sobre as megaforças que estão moldando a economia e as finanças, como a fragmentação geopolítica e a transição energética. Agora, porém, uma dessas tendências se destaca: a Inteligência Artificial (IA).
“Essa mudança de um crescimento leve em capital para um crescimento intensivo em capital está mudando profundamente o ambiente de investimento e pressionando limites em múltiplas frentes – física, financeira e sociopolítica”, diz o relatório da BlackRock. “A IA é a megaforça dominante no momento e tem ajudado a impulsionar as ações dos EUA para máximas históricas este ano”.
+ Como usar a inteligência artificial para turbinar suas decisões de investimento
Com esse esperado avanço da tecnologia – e apesar das preocupações com uma possível bolha –, a BlackRock tem favorecido ações americanas em suas alocações. “O fato de termos uma preferência por ações americanas não é consequência de uma análise macro da economia americana, é apesar da economia americana”, diz Christensen, que lembra que ainda há incertezas quanto à inflação, ao mercado de trabalho e à trajetória da dívida pública dos EUA.
“Mas, se identificarmos geograficamente os setores e as empresas melhor alinhados para se beneficiar de Inteligência Artificial e outras transformações no mundo, os EUA estão no topo da lista”, resume.
Como usar a inteligência artificial para turbinar suas decisões de investimento
Essa megatendência, diz o relatório, se desdobra em três temas principais:
1. Micro também é macro
O volume de gastos para construir a base da IA é tão grande que influencia toda a economia. Embora as receitas futuras possam justificar o investimento, ainda há incertezas sobre quem capturará esses ganhos. Para a BlackRock, esse é um momento favorável para estratégias ativas: investidores capazes de identificar as empresas vencedoras poderão colher bons resultados.
2. Corrida pela IA impulsiona alavancagem – e riscos
Como o volume necessário de investimentos é alto, as empresas precisarão buscar fontes de financiamento. Até agora, diz Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos da BlackRock, as companhias não precisaram ir a mercado para levantar o capital para investir em IA. Mas isso deve mudar em breve. E ainda que as empresas também possam buscar estratégias de equities para buscar esse financiamento, a BlackRock espera que a principal fonte será o crédito – uma fonte de financiamento associada a mais risco, por causa do nível de alavancagem, lembra Christensen.
“Em conjunto com governos altamente endividados, isso cria um sistema financeiro mais alavancado e vulnerável a choques – incluindo picos nos rendimentos dos títulos, ligados a tensões de política entre inflação e sustentabilidade da dívida”, aponta o relatório.
3. A falsa sensação de diversificação
Esse ambiente também cria uma “miragem” de diversificação. Segundo a BlackRock, as estratégias tradicionais de diversificação, que combinam ações e títulos de renda fixa, não têm sido capazes de reduzir o risco como antes. Afinal, a renda fixa, hoje, também está mais volátil do que antes.
“Não vemos a renda fixa como fonte de redução de risco, como no passado eram os títulos de renda fixa de duração longa. A volatilidade nos títulos públicos americanos deve continuar”, diz Christensen.
Para a BlackRock, os portfólios precisam de um plano B claro e prontidão para mudanças rápidas. O cenário atual pede também alocações menos tradicionais, como em ouro ou mercados privados.
O dólar mais fraco e o avanço de outros ativos, por outro lado, podem ser uma fonte de diversificação. “O dólar perdeu 8% nesse ano contra uma cesta de moedas. Essa fraqueza do dólar fez pessoas diversificarem em outras moedas. E o ano foi recorde para o ouro, o que dá proteção quando dólar está mais fraco e quando há incerteza. Vimos também uma maior demanda por digital assets, como criptomoedas”.
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