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Quanto as taxas atrapalham seus investimentos?

Após avaliar os tipos de investimento a escolher, é preciso analisar também as taxas cobradas

Cálculo de taxas de investimentos
As taxas e a tributação podem pesar sobre a rentabilidade de seus investimentos. Foto: Pexels

Depois de escolher investir em renda fixa ou variável, o tipo de título, o fundo, ação ou ETF, basta fazer o aporte, certo? Não é bem assim. Um fator que pode afetar o desempenho de seus investimentos são as taxas cobradas. Por isso, é importante avaliar também os custos que podem estar envolvidos no investimento. “Para a maximização de resultados, é preciso eficiência na escolha de ativos que vão reduzir o custo nas transações”, afirma Caio Zylbersztajn, sócio e consultor da Nord Wealth.

Avalie esse ponto antes de fazer um aporte, para estar ciente dos custos atrelados ao investimento e como eles podem afetar a sua rentabilidade. “Entrar no jogo sem entender as regras pode levar a desapontamentos, descasamento do fluxo de caixa e até mesmo prejuízos financeiros”, diz a planejadora financeira Paula Sauer.

Quais são as taxas cobradas?

Segundo a planejadora financeira Paula Sauer, além da tributação, existem duas taxas atreladas aos fundos de investimentos: a taxa de administração e a taxa de performance.

“Quando falamos na taxa de administração, estamos falando em uma taxa fixa, expressa em % ao ano, com base em 252 dias uteis. Essa taxa é calculada sobre o patrimônio líquido de imposto de renda e não sobre a rentabilidade da aplicação, e independe da rentabilidade”, explica. Já a taxa de performance é cobrada sempre que a rentabilidade do fundo supera seu benchmark.

Além disso, os títulos de renda fixa podem ter taxas de negociação, e os de renda fixa, de corretagem, lembra Zylbersztajn.

Investir em fundos ou investir diretamente nos ativos

“A gente gosta de LFT [Tesouro Selic], porque não tem taxa de negociação, só a taxa de custódia, de 0,2% ao ano”, explica Zylbersztajn. “No mercado, há vários bancos que oferecem liquidez diária via fundos, porque é mais fácil para o investidor. Muitos deles inclusive têm o mesmo ativo [LFT] no fundo, mas com taxas de 0,3%, 0,5%, 1% e até 1,5%. Só nessa escolha, o investidor perde 0,8% ao ano, comparado com a taxa de 0,2% do Tesouro Direto”.

Isso acontece também com outros tipos de ativos, como os títulos federais indexados à inflação. 

“Boa parte das instituições tem fundos assim, e muitas vão cobrar uma taxa de administração que supera 0,2% ao ano do Tesouro Direto. Pagando mais em taxas, isso acaba onerando uma parte do retorno dos investimentos”, diz o sócio da Nord Wealth.

Tributação também pode pesar

Outro fator a se atentar além das taxas, diz Zylbersztajn, é a tributação. Os fundos multimercados e de renda fixa, lembra ele, têm a incidência do come-cotas, uma antecipação do imposto de renda, que acontece a cada 6 meses, em maio e novembro. 

“Um fundo de investimento que investe em Tesouro Selic tem, a cada 6 meses, a antecipação do IR, e vai pagando semestralmente. Se investe você diretamente via titulo publico ou CDB, evita o come cotas”, diz. “No médio e longo prazo, isso gera uma eficiência grande”.

Quando vale a pena pagar a taxa?

“Antes de efetuar uma aplicação financeira, além de observar o tripé liquidez, rentabilidade e tolerância ao risco, é importante analisar se o objetivo do fundo está de acordo com os objetivos do investidor e mais, quais são os custos para fazer parte desse fundo de investimentos versus sua rentabilidade esperada”, explica Paula Sauer.

Para Zylbersztajn, as taxas podem valer a pena quando o investidor prefere delegar a gestão ou quando o fundo consegue criar estratégias que não podem ser replicadas por pessoas físicas.

“Primeiro, tem uma discussão e decisão sobre objetivos e individualidade do investidor. Tem aqueles que acompanham e monitoram o mercado de perto. Para esses, a estratégia é: quanto mais ativos diretos, melhor”, afirma. “Mas para um investidor que não vai ficar acompanhando, delegar aos fundos pode fazer bastante sentido”.

Ele cita ainda os ETFs, fundos negociados em bolsa, que operam muitas vezes de forma passiva, acompanhando um índice de mercado, com taxas de administração baixas e sem incidência do come-cotas. “Os ETFs podem ser alternativas interessantes para tirar um pouco essa demanda de acompanhamento e monitoramento de carteira”.

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