R$ 260 bilhões em Tesouro IPCA+ venceram. Onde reinvestir?
Títulos do Tesouro IPCA+ garantem proteção contra a inflação e mais uma rentabilidade real
Nesta quinta-feira (15/08), venceram os títulos do Tesouro Direto IPCA+ 2024. Com isso, cerca de R$ 260 bilhões foram devolvidos aos investidores. Se você tinha esses papéis em sua carteira de investimentos e não tem um destino para os recursos que caíram em sua conta, a tarefa agora é reinvestir. E se você não tem certeza de se tinha o Tesouro IPCA+ 2024, vale a pena entrar na sua conta e checar.
Segundo um levantamento feito por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, a pedido do E-Investidor, esses títulos renderam 1.403,40% entre os dias 2 de janeiro de 2004 até ontem (14 de agosto de 2024). O rendimento líquido do título, já descontado a inflação no período, foi de 381,01%.
Onde reinvestir os valores do Tesouro IPCA+?
Os títulos do Tesouro IPCA+, também chamados de NTN-Bs, têm sido muito comentados nos últimos meses, porque a taxa prefixada oferecida por esses papéis está acima da média histórica. Vale lembrar que os títulos do tipo IPCA+ são híbridos: eles têm uma parcela de seu rendimento atrelada à inflação (medida pelo IPCA) e uma parcela prefixada.
“As NTN-Bs estão oferecendo retornos acima da média dos últimos anos”, diz Victor Furtado, especialista de alocação da W1 Consultoria. No dia 15/08, o título com vencimento em 2029 oferecia uma rentabilidade real de 6,01%.
Outro atrativo é a proteção contra a inflação, lembra o especialista. “Quando falamos do tipo de indexador do ativo, que é o IPCA, vemos uma grande oportunidade, dado que nossas expectativas de inflação para os próximos anos estão aumentando”, diz.
Ou seja: tanto a parte prefixada quando a pós-fixada são interessantes nesse momento. “Com um nível de juro real alto, combinado com perspectivas de inflação maiores, as NTN-B’s se tornam excelentes instrumentos para aqueles que buscam proteção, segurança e liquidez”, resume.
Antônio Sanches, analista de research da Rico, concorda que os títulos atrelados à inflação são uma boa opção para o momento macroeconômico atual. “Esse investimento é interessante para qualquer perfil de investidor, desde o conservador ao agressivo”, diz. “A alocação nesses títulos é interessante nesse momento de incerteza ainda em relação à inflação, não só aqui no Brasil como no mundo, que também traz incertezas para juros”.
No entanto, é preciso avaliar sua situação financeira antes de investir, lembra Sanches. “A vantagem desses títulos é a de te proteger da inflação, mas a desvantagem é que esses investimentos pagam os juros em determinado prazo. Pode ser semestral ou somente no vencimento”, diz. “Isso significa que, digamos que a pessoa resolveu reinvestir na NTN-B para 2035, até lá, o valor desse título vai se movimentar de acordo com o mercado. O investidor tem a possibilidade de resgatar [antes do vencimento], mas pode ter lucro ou prejuízo de acordo com as condições do mercado naquele dia em que ele resolver vender esse título”.
Segundo ele, por causa dessa oscilação, é importante que o investidor escolha um prazo de acordo com o tempo em que vai usar aqueles recursos. Assim, afasta-se o risco de você precisar do dinheiro antes do prazo e ter de resgatar com prejuízo. “Se a pessoa quer comprar um imóvel daqui a 4 anos, o prazo tem que ser de 4 anos ou menos”, exemplifica.
Quanto aos prazos, Furtado diz que o momento tem sido positivo para os vencimentos médios, “que oferecem taxas pouco vistas nos últimos anos e não são tão arriscados quanto os vencimentos mais longos, que vencem em 25, 30, 35 anos”.
Os títulos do Tesouro, entretanto, não são as únicas opções que podem chamar a atenção dos investidores. “Se analisarmos outro tipo de oportunidade, temos no crédito privado taxas muitas vezes maiores e isentas de imposto, mas possuem um nível maior de risco, que depende de cada empresa”, diz Furtado.
Sanches também cita que os spreads – a diferença entre os juros pagos pelos títulos de crédito privado e os juros do Tesouro – são considerados bons nesse momento, o que aumenta a sua atratividade.
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