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Viver de renda: quanto rendem os R$ 48 milhões do prêmio da Mega-Sena

O ganhador da Mega-Sena poderia tirar, livre de impostos, até R$ 6 milhões por ano de renda passiva

A Caixa sorteia nesta terça-feira (23) o prêmio de R$ 48 milhões do concurso 2917 da Mega-Sena. A quantia é o ‘sonho de consumo’ de muitos, já que com ela, o ganhador poderia realizar diversos sonhos, como o de viver de renda. 

Por isso, o Bora Investir simulou quanto renderia o valor se aplicado em investimentos de renda fixa como CDBs e títulos do Tesouro Direto, assim como em renda variável, com rendimentos estimados em FIIs e ETFs. Confira mais! 

Quanto rendem os R$ 48 milhões da Mega-Sena 

Investimentos Taxa ao ano Valor do rendimento mensal (R$) Valor do rendimento anual (R$) 
Poupança 8,26%  R$ 318.554,66  R$ 3.822.655,93  
CDB 15,00%  R$ 435.794,91   R$ 5.229.538,91  
LCI 12,00%  R$ 455.462,06   R$ 5.465.544,73  
Tesouro Selic 2028 15,04%  R$ 436.885,63   R$ 5.045.858,64  
Tesouro IPCA 2029 12,90%  R$ 378.108,94   R$ 4.537.307,28  
FII e Fiagro 15,00%  R$ 562.316,01   R$ 6.747.792,15  
ETFs de ações 16,00%  R$ 507.761,63   R$ 6.093.139,53 

De acordo com o levantamento, o ganhador da Mega-Sena poderia tirar, livre de impostos, até R$ 6 milhões por ano de renda passiva, só dos rendimentos do prêmio. Os valores passam de R$ 400 mil por mês para aqueles que investirem em renda fixa e até mais de R$ 500 mil para ativos de renda variável. 

É importante lembrar que investimentos de renda variável não tem um rendimento fixo, mas as estimativas são baseadas em histórico de rendimentos, que não garantem rendimento futuro.  

Como investir grandes quantias 

De acordo com uma pesquisa do SPC Brasil, cerca de 46% dos brasileiros que recebem um valor extra acabam gastando tudo em menos de um ano. Pensando nisso, Nathalia Arcuri, educadora financeira fundadora da plataforma de finanças pessoais Me Poupe!, lista abaixo cinco dicas para transformar grandes prêmios em patrimônio: 

Pausar antes de agir é o primeiro passo 

Ao receber uma grande quantia de dinheiro, é natural sentir uma forte euforia, porém emoções intensas, como agitação e empolgação, podem ser tão perigosas quanto o medo.  

“Este sentimento impulsiona decisões precipitadas. Por isso, a primeira atitude é simples: não faça nada imediatamente. Respire, não decida nada no impulso, nem siga conselhos automáticos de gerentes do banco, por exemplo. A reflexão vem sempre antes da ação”, pontua Arcuri. 

Quitar dívidas, guardar ou investir? 

Para a educadora financeira, não há uma receita pronta, visto que cada situação exige uma análise personalizada. “Antes de utilizar o dinheiro do prêmio para quitar dívidas, é preciso entender quais são, qual a taxa de juros e se existem outras prioridades. Há casos em que manter uma dívida com parcelas controladas e investir o dinheiro pode ser mais inteligente. Inclusive, se a pessoa possui uma renda passiva que cobre os compromissos mensais, é possível manter esta cobrança sem prejudicar o orçamento. É fundamental uma análise prévia para que a decisão seja ainda mais consciente”, explica. 

Faça uma reserva de emergência 

Montar uma reserva de emergência, aplicada em investimentos de liquidez imediata, é essencial para obter segurança financeira. Segundo Nathalia, essa ação evita que, diante de uma necessidade urgente, a pessoa tenha que mexer em investimentos de longo prazo ou em ativos que estejam em baixa no momento.  

Invista em opções conservadoras

A especialista indica opções conservadoras, como o Tesouro Selic ou CDBs, para quem nunca investiu. “Garantido pelo governo e com liquidez diária, o Tesouro Selic é o investimento mais seguro que existe. Já os CDBs são seguros, desde que o investidor respeite o limite de cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, ou seja, até R$ 250 mil por CPF e por instituição. Porém, se for investir um valor maior, sempre diversifique entre diferentes instituições”, complementa. 

Evite que o prêmio vire custo fixo 

“O prêmio se torna um problema quando o ganhador transforma tudo em passivos, ou seja, coisas que só dão despesas como casa e carro. Muita gente compra imóveis sem saber se vai morar ou alugar, por exemplo. E mesmo alugando, existe o risco de vacância. Por isso, é imprescindível entender se o patrimônio adquirido irá gerar retorno ou virar custo fixo. O ideal é pensar em patrimônio que trabalhe por você, e não o contrário”, destaca. 

Para fazer o dinheiro render com inteligência e segurança é essencial priorizar sonhos reais e sustentáveis, evitando assim compras por status ou pressão social. “Invista sempre pensando no longo prazo”, afirma Arcuri. 

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