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Black Friday: como evitar compras impulsivas durante período de promoções

Com tantas ofertas, é essencial que os consumidores mantenham a atenção para evitar compras por impulso

Embora a data oficial da Black Friday neste ano seja 28 de novembro, as promoções já começam a aparecer ao longo de todo o mês. Com tantas ofertas e estratégias de marketing agressivas, é essencial que os consumidores mantenham a atenção para evitar compras por impulso e gastos desnecessários.

De acordo com projeções da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o faturamento apenas no e-commerce pode ultrapassar os R$ 13 bilhões, impulsionado pela digitalização do varejo e pelo uso crescente da inteligência artificial para personalizar ofertas e experiências de compra.

Vera Rita Ferreira, doutora em psicologia social e especialista em psicologia econômica, explica que dentro de cada ser humano existe uma inquietude, sensação de falta, que acaba impulsionando o consumismo. “Do outro lado, temos uma sociedade, uma cultura, que valoriza muito as coisas e que fundamenta a economia no consumo. Então temos anúncios por todos os lados, com todas as questões que envolvem as redes sociais. Junta a fome com a vontade de comer”, argumenta.

Para ela, porém, essa sensação de vazio nunca é plenamente satisfeita e é inconsciente. “A gente não sabe o que deseja e isso nos deixa vulneráveis aos apelos do consumo. A gente acaba comprando as coisas porque acredita que aquilo vai trazer um bem-estar, um alívio, um sossego”, complementa.

Segundo o Prof. Dr. Luis Henrique Andia, que estudou a relação entre o estoicismo e finanças, em que a ideia central é a distinção entre o que é necessário e o que é supérfluo, “falar de finanças é falar de escolhas”, e “quando harmonizamos razão e emoção, deixamos de ser reféns das circunstâncias e passamos a agir com consciência”.

Dicas para evitar compras impulsivas na Black Friday

Com base nesse pensamento, Andia cita cinco práticas concretas que podem contribuir para uma relação mais saudável com o consumo:

  • Elaborar lista de necessidades;
  • Pesquisar valores com antecedência;
  • Evitar satisfações efêmeras;
  • Analisar se o item é essencial ou dispensável;
  • Direcionar capital para gerar um impacto positivo em alguma causa que considere nobre.

Já para Vera Rita, as dicas podem variar de acordo com o nível de impulsividade de cada um, mas o segredo é tornar a compra mais difícil. “Tirar a opção de comprar por um clique só, descadastrar cartões de crédito, não pegar o celular nesses dias, não ir ao shopping ou acompanhar pessoas que compram muito, tentar se precaver e se distrair com outros programas ou atividades”, lista. Além disso, ela sugere, se a compra for inevitável, que seja estabelecido um teto de gasto e “acompanhar os preços, mas isso deve ser feito ao longo do ano e não de última hora”, afirma.

Outro ponto salientado pela professora é evitar qualquer compra em momentos de tristeza. “A cabeça não vai funcionar bem. Quando a gente está triste tem o impulso de comprar, adquirir coisas, para tentar mudar aquele estado de espírito, achando que se tiver tal coisa vai ficar bem, vai resolver, e acaba comprando por qualquer preço, muitas vezes excessivo”, conclui.

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