Como curtir a Virada Cultural sem levar golpe financeiro? E o que fazer se cair em um
Vai curtir a virada cultural? Siga as dicas para garantir a segurança do seu dinheiro
Por Guilherme Naldis
Chegou a época do ano em que todo mundo sai pelas ruas da capital paulista cantando, dançando, ouvindo música boa e se divertindo. Infelizmente, a Virada Cultural também virou sinônimo de dor de cabeça e prejuízos financeiros para muitas vítimas. E o que era para ser uma festa, se tornou um problema.
Durante o evento promovido pelas prefeituras de grandes cidades e dentro das aglomerações dos shows, criminosos se aproveitam dos distraídos para dar golpes financeiros e realizar furtos e roubos. Quem aí nunca ouviu ou, pior, viveu uma história assim?
Vai à Virada Cultural? Confira dicas simples de segurança do Estadão Expresso Bairros
A cada ano, os crimes se aprimoram e se adaptam às novas formas de usar o dinheiro e a tecnologia. Por sorte, a segurança digital está logo atrás, procurando meios de evitar os danos ou, ao menos, atenuar suas consequências.
Confira, a seguir, como curtir a virada com mais segurança e saiba o que fazer caso dê ruim:
Não mosque na rua durante a Virada Cultural
Pode parecer básico, mas os cuidados mais simples e óbvios podem ser os mais valiosos. Durante a festa de rua, procure andar em grupo e evite se perder dos seus acompanhantes. E não tirar o celular ou o cartão de crédito do bolso em lugares muito movimentados. A dica é procurar um espaço fechado ou próximo da polícia.
Também vale se atentar aos estranhos que se aproximam, já que muito criminosos têm dado o “golpe do beijo” ou o “golpe do abraço”. Basicamente, o golpista se aproxima da vítima para, supostamente, flertar com ela. Na verdade, o pretenso beijo ou abraço é só uma maneira de chegar mais perto para tomar seus objetos de valor.
“Não leve seu celular se não houver necessidade. Se for levar, desinstale aplicativos de bancos ou de serviços financeiros como corretoras de investimentos”, diz Jeferson D’Addario, CEO do Grupo DARYUS e especialista em gestão de riscos e cibersegurança. “Se estiverem com senhas fracas ou biometria, quem pegar o aparelho pode acessar, saber quanto você tem aplicado e, até mesmo, transferir valores. É recomendado acessar essas informações apenas no computador de casa”, completa.
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Confira os valores
Na hora da sede, da fome ou da embriaguez, é comum ficar desatento. O problema é que muitos criminosos sabem disso, e se aproveitam da sua pressa de comprar algo para cobrar valores muito acima do estipulado. É aquela velha história da garrafa d’água de R$ 5,00 que saiu por R$ 500,00.
Portanto, antes de aproximar o cartão de crédito ou débito ou digitar a senha para confirmar a transação, cheque o valor da compra. Pense na quantidade de bebida que você poderá comprar se não pagar dez vezes mais por uma latinha de cerveja.
“Outro ponto é ajustar os limites Pix para valores pequenos de modo que, mesmo que você não preste atenção, nenhuma quantidade muito grande saia da sua conta sem você perceber”, acrescenta D’Addario.
Remova a biometria do seu celular
O acesso aos telefones celulares via reconhecimento facial ou marcas digitais dos dedos facilitam, e muito, o trabalho de criminosos. Com estas funções ativas, um assaltante pode facilmente redefinir todos os seus acessos e tornar o aparelho inacessível ao dono original. Portanto, quando for sair de casa, instale uma senha forte e que só você saiba.
“Além disso, não utilize redes de Wi-Fi públicas. Elas podem representar riscos de violação de dados e infecções por malware e causar prejuízos sérios a sua segurança digital. Os cibercriminosos podem interceptar as informações que você transmite por meio de uma conexão totalmente desprotegida”, recomenda o perito em crimes cibernéticos Wanderson Castilho.
Se for o seu caso, pode ser interessante levar um segundo celular. O aparelho, que deve ser mais velho e usado, serviria como “isca” para o assaltante. O telefone celular mais novo e que você, de fato, usa, deve ser reservado.
O que fazer com a carteira?
Agora que você já sabe como blindar seu celular para curtir a virada cultural, é preciso olhar para os documentos e cartões levados na carteira. Castilho prescreve que se “leve a menor quantidade de documentos ou cartões possíveis”. Ele afirma que é necessário colocá-los em algum lugar do seu corpo que seja escondido e firme, de modo a não cair, escorregar ou ser arrancado com facilidade.
“Não leve toda sua vida na carteira, somente o necessário para cada evento e o mínimo de dinheiro físico. Documentos como RG e CNH já estão em aplicativos, então deixe as originais em casa. Se, ainda assim, for utilizar uma carteira, prefira as que tem proteção RFID (proteção antihacking por aproximação)”, retoma D’Addario.
E se der ruim na Virada Cultural?
É claro que, mesmo que tomemos todas as precauções, incidentes podem acontecer. Nestes casos, é importante ter calma de modo a evitar que o problema escale e se torne ainda maior. Quanto mais você demorar a remediar o caso, pior ele pode ficar à medida que os criminosos passarão mais tempo com acesso ao seu celular ou ao seus cartões.
A primeira coisa a se fazer é ativar a função de localização disponível em iPhones ou aparelhos Android. Com ela, é possível rastrear o aparelho e deletar todas as informações contidas. Em seguida, é possível bloquear o aparelho por completo através da operadora de telefonia móvel.
Basta ligar para a empresa, fornecer o código IMEI (que é uma espécie de identidade ou RG do seu celular) e solicitar o bloqueio. O telefone ficará travado e, se você reencontrá-lo, é possível desbloqueá-lo.
O mesmo pode ser feito com cartões de crédito e débito. Nesses casos, ligue para a central de atendimento do seu banco, forneça os dados necessários e peça o bloqueio imediato da conta. Em algumas instituições, ainda é possível conferir as últimas transações feitas pela conta.
Por fim, é necessário notificar as autoridades acerca do ocorrido e registrar um boletim de ocorrência. Com ele, você poderá ser ressarcido dos danos na hipótese de ter um seguro.
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