Efeito Lady Gaga no Rio: inflação de passagem e hospedagem disparam; saiba como economizar
Cidade do Rio de Janeiro espera movimentar R$ 600 milhões com show de Lady Gaga em Copacabana
A volta de Lady Gaga ao Brasil após 13 anos fez o Rio de Janeiro voltar aos holofotes internacionais em 3 de maio. O show gratuito da estrela pop em Copacabana promete não só atrair uma multidão de fãs, mas também injetar R$ 600 milhões na economia carioca.
O anúncio oficial da apresentação ocorreu em fevereiro e teve efeito imediato no setor aéreo. Levantamento da plataforma Kayak mostra que a procura por voos para o Rio cresceram 49% entre 21 de fevereiro e 6 de abril. Essa alta demanda fez os preços também subirem. Para voar entre 2 e 5 de maio, período do show, o preço médio da passagem de ida e volta em classe econômica subiu 41%, de R$ 843 para R$ 1.186.
Os paulistas lideram essa corrida por passagens: São Paulo foi a cidade com mais buscas para o Rio, com aumento de 19% e passagens 42% mais caras. Esse aumento de buscas mostra como grandes eventos culturais impulsionam o setor aéreo, como se fosse uma pequena temporada de alta procura fora das férias.
Mas nem todo mundo vai chegar ao Rio pelos aeroportos. “Eu não vou de avião, justamente porque as passagens estavam muito caras. Na época em que reservei a viagem, eu usei a ferramenta de alerta de preço do Google Flights, mas o valor ficou inviável, então vou de carro”, conta Rodolfo Chagas, de 42 anos, que sairá de São Paulo para o show.
Efeito Lady Gaga: impacto no turismo e na economia
Estudo da prefeitura carioca estima impacto de R$ 600 milhões na cidade. Isso é quase 28% a mais que o movimento para o show da Madonna, que movimentou R$ 469,4 milhões.
A expectativa é receber 1,6 milhão de pessoas na orla de Copacabana, sendo 240 mil turistas, dos quais 80% estrangeiros. O tíquete médio diário dos visitantes internacionais é estimado em R$ 590,40, enquanto os turistas brasileiros devem gastar cerca de R$ 515,84 por dia.
Já os moradores locais devem gastar mais em bares, restaurantes e comércios, com tíquete médio de R$ 133,60. Além do dinheiro, o show mantém o Rio de Janeiro como palco para grandes eventos.
Hospedagem, gastronomia e comércio: setores que também aproveitam a alta
Hotéis, pousadas, bares, restaurantes e as lojinhas locais já sentem os impactos da alta demanda. Os hotéis para o fim de semana do show já registram quase 100% de ocupação em Copacabana e bairros vizinhos, como Ipanema e Leme.
O setor alimentício, principalmente bares e restaurantes da Zona Sul, se prepara para o aumento no movimento comparável a feriados prolongados ou o réveillon.
Redes de hotéis e imóveis para aluguel de temporada também reajustaram preços, prevendo o influxo massivo de turistas. O comércio informal deve ser outro destaque: vendedores ambulantes, barraqueiros de praia e pequenos negócios devem se beneficiar diretamente da concentração de público.
“Eu reservei minha hospedagem no final de fevereiro, comecinho de março, quando houve a confirmação do show”, conta Rodolfo.
Ele optou por ficar em um apartamento alugado pelo Airbnb em Ipanema, com um grupo de cinco amigos. A hospedagem para os quatro dias custou em torno de R$ 5 mil, ou seja, R$ 1 mil por pessoa. A escolha, segundo Rodolfo, levou em conta não só a localização estratégica, como também fatores como conforto e segurança.
Segundo Rodolfo, a inflação chamou sua atenção. “Eu estive nesse mesmo apartamento no feriado de novembro do ano passado e o valor estava bem mais barato, uns R$ 1,5 mil a menos pelo mesmo período.”
Políticas públicas e a estratégia de grandes eventos
Incluir um show gratuito internacional anual no calendário de maio foi uma jogada da prefeitura do Rio para revitalizar o turismo em meses de baixa temporada. O que aconteceu em 2024 com a apresentação de Madonna mostrou que shows gratuitos, gigantes, podem movimentar tanto a economia formal quanto a arrecadação de impostos.
Em 2024, a arrecadação de Imposto Sobre Serviços (ISS), em maio, subiu 13,8% em relação a maio de 2023, principalmente por causa das atividades ligadas ao turismo, aos eventos e ao transporte.
O caso de Lady Gaga aponta para uma estratégia firme de usar o entretenimento para fomentar a economia, com chance de criar empregos temporários, movimentar o setor de serviços e fortalecer a imagem do Rio no mundo.
Como economizar diante da alta
Talvez não dê tempo agora, mas seguir algumas dicas ajuda na hora de economizar em grandes eventos como o show de Lady Gaga.
Rodolfo, por exemplo, reforça a importância do planejamento. “Eu sempre começo a ver com muita antecedência. Uso o Google Flights ou o Skyscanner, mas sempre bato o preço depois direto com a companhia aérea. Também tento comprar passagens à noite. Não sei se é coincidência, mas parece que os valores são mais em conta.”
A hospedagem também é pensada com antecedência.
“Eu reservo com bastante antecedência e isso faz muita diferença. Também uso meus programas de milhas, tanto da Latam, quanto Smiles, além de ser cliente Genius 3 do Booking.”
Quanto custaria a viagem para o show?
O orçamento total da viagem, segundo ele, deve girar em torno de dois mil reais, calculando cerca de R$ 100 por dia com alimentação. Ele diz que, para economizar, não pretende investir em produtos oficiais da artista. Baseando-se em experiências anteriores, Rodolfo afirma que tem certeza de que irá gastar mais do que em sua última viagem ao Rio de Janeiro.
Apesar disso, como muitos outros fãs, Rodolfo afirma que não se arrepende dos valores gastos e a serem gastos.
“Os preços aumentaram de forma abusiva por conta do evento, mas como eu nunca vi um show da Lady Gaga, acho que vai ser uma experiência que vale o investimento.”
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