Organizar as contas

Qual a diferença entre estar endividado e estar inadimplente

No Brasil, são mais de 72 milhões de inadimplentes

Notebook com papel de contas e uma calculadora em cima. Foto: Pexels
Uma pessoa endividada é aquela que possui dívidas, como empréstimos ou financiamentos, mas está pagando as parcelas regularmente. Foto: Pexels

Você sabe qual é a diferença entre estar endividado e ser inadimplente? Enquanto envolvem questões financeiras, suas implicações e consequências variam significativamente.

De acordo com o último Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, divulgado em março pela Serasa, mais de 72 milhões de brasileiros estão em situação de inadimplência e renegociação de dívidas. Os dados revelam que pessoas entre 41 e 60 anos representam a maior parcela da população com nome restrito, seguidas pelas faixas etárias de 26 a 40 anos, acima de 60 anos e jovens entre 18 e 25 anos.

Vinícius Ramello, professor do curso de Administração da Faculdade Anhanguera, destaca a diferença entre esses termos. Eles podem ser parecidos na ideia, mas na prática são bem diferentes.

“Uma pessoa endividada é aquela que possui dívidas, como empréstimos ou financiamentos, mas está pagando as parcelas regularmente, enquanto uma pessoa inadimplente é aquela que deixa de cumprir com suas obrigações financeiras, não pagando suas dívidas dentro do prazo estipulado”, explica.

Ramello aponta algumas razões comuns para o endividamento, como gastos excessivos, falta de planejamento financeiro e mudanças na situação de emprego ou renda

Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, destaca que a inadimplência pode resultar em penalidades como juros adicionais, multas e até a negativação do nome em órgãos de proteção ao crédito. 

“Compreender essa diferença é crucial para elaborar estratégias adequadas, seja para ajudar o cliente a sair da inadimplência ou para prevenir que ele se torne inadimplente”, afirma.

Impactos da inadimplência e como lidar

Além das implicações financeiras, o professor ressalta os impactos emocionais do endividamento, como estresse, ansiedade e insônia, que podem afetar o bem-estar da pessoa. 

“Muita gente não dorme à noite por ter contraído dívidas, preocupado com a quantidade de pagamentos pendentes, assim como o sentimento de estar preso a um ciclo de débitos sem fim. Por isso, hoje em dia é muito importante a educação financeira e o controle de gastos como medidas preventivas para evitar problemas financeiros mais graves e vulnerabilidades emocionais”, alerta.

Glaciano diz que se uma pessoa tem dívidas ou está inadimplente, é fundamental que ela adote uma abordagem proativa para lidar com a situação e evitar que os problemas financeiros se agravem.

“Primeiramente, é importante fazer um levantamento detalhado de todas as dívidas, incluindo o valor total, taxas de juros, prazos de pagamento e status atual de cada uma. Esse levantamento permite uma visão clara da situação financeira e ajuda a priorizar as dívidas mais urgentes ou com maiores taxas de juros”.

Em seguida, o planejador afirma que é recomendável entrar em contato com os credores para negociar condições de pagamento mais favoráveis. Revisar o orçamento pessoal para cortar despesas desnecessárias e buscar aumentar a renda também é crucial. 

“Além disso, procurar orientação profissional pode ajudar a elaborar um plano de ação eficaz. Agindo de maneira organizada e com disciplina, é possível recuperar a saúde financeira e sair da inadimplência”, completa.

Como se preparar para fazer uma dívida e não se tornar inadimplente

O especialista em finanças ressalta que para se preparar para uma dívida e evitar a inadimplência, é essencial adotar algumas práticas financeiras responsáveis. 

“Antes de assumir qualquer dívida, é importante fazer um planejamento financeiro detalhado, avaliando a capacidade de pagamento e considerando todas as despesas mensais. Criar um orçamento que inclua uma reserva para emergências pode ajudar a lidar com imprevistos sem comprometer o pagamento das dívidas”.

Além disso, ele aponta ser fundamental manter um controle rigoroso das finanças pessoais, evitando gastos supérfluos e priorizando o pagamento das dívidas, assim como manter-se informado sobre as melhores condições de crédito disponíveis no mercado. 

“Com essas práticas, é possível se preparar adequadamente para uma dívida e minimizar o risco de se tornar inadimplente”, conclui.

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