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Qual a diferença entre um avalista e um fiador e quais os riscos de ser um?

Tanto um avalista quanto um fiador servem como garantias de pagamento em contratos feitos

Foto: Pixabay
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Uma das maiores dificuldades de quem precisa conseguir um financiamento maior, seja para a compra de um imóvel, aluguel ou investimento em ativos, é o de garantir que aquele crédito concedido será pago no tempo estipulado. Algumas vezes é preciso recorrer a alguém externo que possa te ajudar a validar essa segurança financeira. A mais conhecida é o fiador, porém, também há o avalista. Vêm conhecer o papel de cada um!

O que é um avalista

O avalista é responsável por assumir a obrigação de pagamento de uma dívida caso o devedor principal não a cumpra. Segundo o CEO da Minha Casa Financiada, Vinícius Motta, ele atua como um coobrigado solidário, garantindo o pagamento da dívida com seus próprios recursos.

“Basicamente, ele é um garantidor de crédito. Em caso de inadimplência, ele se responsabiliza pelo pagamento da dívida de outra pessoa”, afirma.

O avalista concede o aval por meio de sua assinatura no contrato, declarando que está apto a assumir a responsabilidade em caso de atraso ou não quitação do valor concedido. Ou seja, basicamente, ele é um garantidor de crédito. Em caso de inadimplência, ele se responsabiliza pelo pagamento da dívida de outra pessoa.

Quem pode ser um avalista?

De acordo com o CEO, qualquer pessoa pode ser um avalista, porém, é obrigatório ser maior de idade (ter 18 anos ou mais), ter renda suficiente para arcar com o pagamento da dívida, se necessário, e possuir um bom histórico de crédito, o famoso “bom pagador”. Ter grau de parentesco não é obrigatório.

O que é um fiador

Assim como o avalista, o fiador é a pessoa, maior de 18 anos, que se compromete a garantir o cumprimento da obrigação de pagamento de uma dívida. A diferença entre ele e o avalista está na forma como se dá sua responsabilidade, que é subsidiária.

“Isso significa que o fiador só é acionado após o esgotamento das tentativas de cobrança do devedor principal. Enquanto o avalista assume a dívida como um coobrigado solidário desde o início, o fiador só será acionado se o devedor principal não honrar sua obrigação após todas as tentativas de cobrança”, destaca Motta.

As diferenças entre um fiador e um avalista

Tanto o avalista quanto o fiador são utilizados em situações onde há a necessidade de garantia de pagamento em um contrato. O avalista é mais comum em notas promissórias e letras de câmbio, enquanto o fiador é frequentemente usado em contratos de aluguel e empréstimos bancários. 

Ambos assumem a responsabilidade de pagar a dívida caso o devedor principal não o faça, mas existem diferenças sutis entre os dois papeis.

Para Motta, quando a responsabilidade é solidária (avalista), o débito pode ser exigido tanto do devedor principal quanto do devedor solidário, sem necessidade de ser respeitada nenhuma ordem. 

Mas no caso da responsabilidade subsidiária (fiador), primeiro é necessário cobrar o devedor principal de todas as formas possíveis para, apenas após esgotados todos os meios e tentativas de executá-lo, acionar o responsável subsidiário. 

“Em caso de inadimplência, o avalista pode ser contatado a qualquer momento, até mesmo antes do devedor. Não pode ter bens de família penhorados para a quitação da dívida garantida”, aponta. 

Já no caso do fiador, ele é contatado apenas em último caso, quando todas as tentativas de contato com o devedor, quem solicitou o crédito, falharem. Ele também pode colocar seu patrimônio, incluindo bem familiar, como garantia. 

Quais os riscos de usar cada um e de ser cada um deles?

Para usar as duas garantias, ou até mesmo aceitar ser um deles, alguns riscos devem estar no radar da pessoa. Por isso, é importante entender e considerar todas as opções antes de concordar em ser um avalista ou fiador em um contrato.

  • Risco de Inadimplência: Se o devedor principal não pagar a dívida, o avalista ou o fiador é legalmente obrigado a fazê-lo. Isso pode resultar em consequências financeiras negativas, como cobranças de juros, taxas adicionais e até mesmo processos judiciais.
  • Impacto no Crédito: Ser avalista ou fiador pode afetar o histórico de crédito da pessoa, especialmente se o devedor principal não honrar seus compromissos. Isso pode dificultar a obtenção de crédito no futuro ou resultar em taxas de juros mais altas.
  • Risco de Relacionamento: Se o relacionamento entre o devedor principal e o avalista ou fiador deteriorar-se, pode haver consequências pessoais e emocionais, além das financeiras.
  • Perda de Bens ou Ativos: Se o avalista ou o fiador precisar pagar a dívida em nome do devedor principal, isso pode levar à perda de bens pessoais ou outros ativos para saldar a dívida.

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