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Qual o desconto médio que se consegue na hora de fechar a compra de imóvel?

Historicamente, os deságios sobre os valores anunciados de imóveis variam de 5% a 14%

Com ISTOÉ Dinheiro

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Historicamente, 64% das transações de imóveis residenciais no Brasil são concretizadas com algum tipo de desconto. E o tamanho desse desconto varia ao longo do tempo e depende de diferentes fatores, desde a forma de pagamento do comprador até a necessidade do vendedor pelo dinheiro que receberá na venda de seu imóvel.

Segundo a série histórica da FipeZAP, os deságios sobre os valores anunciados variam de 5% a 14%. Se forem levadas em consideração todas as transações (as que tiveram e as que não tiveram desconto), o deságio médio dos últimos 12 anos obtido sobre o valor anunciado foi de 8%. Quando se analisa apenas as vendas com desconto, a economia que os compradores costumam ter é de 12%.

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Em setembro deste ano, o percentual de transações que foram fechadas com algum desconto subiu ainda mais. Em praticamente duas em cada três vendas foi aplicado algum deságio para o comprador.

Os dados FipeZAP sobre o perfil da venda de imóveis mostra que 68% dos entrevistados que adquiriram um imóvel no terceiro trimestre de 2025 o fizeram com desconto sobre o valor anunciado. Esse é o maior percentual desde janeiro de 2024, quando 69% disseram ter feito um negócio com desconto.

Se por um lado a fatia de transações com desconto cresceu, o tamanho desse deságio oscilou pouco. Em setembro, dos negócios fechados com desconto receberam uma dedução média de 11%, um ponto percentual abaixo da média histórica e o mesmo percentual de setembro do ano passado. Em comparação a todas as transações do período – com e sem desconto – a redução média de setembro foi de 8%.

A pesquisa FipeZAP referente ao terceiro trimestre de 2025 mostrou que o interesse por imóveis usados cresceu. Das pessoas que adquiriram um imóvel nos últimos 12 meses, 79% foram de imóveis usados e apenas 21%. No mesmo período do ano passado, a relação foi de 70% para usados e 30% de novas unidades. O resultado do último trimestre também supera a média histórica, em que 60% das compras foram de casas e apartamentos usados e 40% novos.

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Mas a disposição entre aqueles que pretendem comprar um imóvel nos próximos três meses está menor em comparação ao ano passado. No terceiro trimestre de 2024%, 42% dos entrevistados disseram ter planos em fazer uma aquisição. Neste ano, o percentual é de 35%. Contudo, o último dado é dois pontos percentuais maior do que o interesse registrado no segundo trimestre de 2025.

Dicas para negociar um imóvel

Já a economista do Grupo OLX Paula Reis explica que para conseguir um desconto na hora da compra de um imóvel o comprador precisa ter calma, planejamento e conhecimento do mercado. Confira cinco dicas: 

1) Tenha clareza sobre o quanto pode gastar e como pretende pagar

Com base em suas finanças pessoais, estime qual o maior preço está disposto a pagar por um imóvel. Tendo ou não o valor total à vista, verifique o valor máximo que é possível financiar (e, portanto, o valor mínimo de entrada necessário). Pesquise financiamentos em diferentes bancos e cheque se você se enquadra em políticas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, ou nas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que têm condições mais atrativas para quem ainda não possui um imóvel próprio. É importante ter uma noção do quanto pretende dar de entrada e do tamanho da parcela que cabe em seu orçamento. 

2) Pesquise o histórico de preços

Antes de começar a procurar, o ideal é consultar valores de imóveis das tipologias (metragem, quantidade de dormitórios, vagas e suítes, se apartamento ou casa, novo ou usado) que deseja nas regiões onde gostaria de morar. Contraste esses valores com as informações obtidas na primeira dica para verificar a necessidade de ajustes em seus planos, como, por exemplo, esperar mais tempo para juntar uma entrada maior, aguardar uma redução de juros ou considerar uma localização diferente.

3) Avalie o tempo de exposição do imóvel no mercado

Quanto mais tempo o imóvel permanece anunciado, maior é a possibilidade do vendedor aceitar o desconto. Unidades que ultrapassam 90 dias de oferta costumam registrar reduções acima da média, principalmente quando há outros anúncios semelhantes disponíveis.

4) Considere imóveis usados e prontos para morar

De acordo com a pesquisa, 79% dos compradores optaram por imóveis usados, que oferecem mais espaço para negociação, especialmente se precisarem de reformas. Além disso, unidades já prontas eliminam o custo com obras e entregas futuras, o que fortalece o argumento do comprador para pedir abatimentos.

5) Demonstre preparo financeiro e poder de decisão

Apresentar aprovação de crédito ou condições de pagamento claras aumenta a credibilidade da proposta. Vendedores tendem a aceitar valores menores quando percebem que o comprador está pronto para fechar o negócio, sem risco de desistência. Conhecer a média do metro quadrado e o tempo de anúncio ajuda o comprador a entender até onde é possível propor uma redução de preço.

Imóvel como investimento

A compra de um imóvel como ativo de investimento, seja para revenda ou para aluguel, sempre foi vista como uma estratégia segura. Contudo, a ideia de investir em uma casa ou apartamento como forma de se obter renda tem perdido força.

Desde janeiro do ano passado, quando 49% das compras foram classificadas como forma de investimento, a intenção vem recuando. O percentual caiu para 44% em setembro do ano passado e chegou aos 36% em setembro deste ano, bem abaixo da média histórica de 43%.

*Matéria publicada originalmente em IstoÉ Dinheiro, parceiro de B3 Bora Investir

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