Recebi o 13º salário: o que fazer primeiro com o dinheiro?
Saiba quais devem ser as prioridades para o uso do 13º salário
O 13º salário é um dinheiro muito esperado por boa parte dos brasileiros, principalmente diante do final do ano. Comumente dividido em duas partes, as parcelas devem ser pagas até 30 de novembro (1ª parte) e 20 de dezembro (2ª parte).
O valor a ser pago é referente a um mês de salário, descontando o Imposto de Renda e o INSS na segunda parcela. Já para quem não tem um ano de registro em carteira, o cálculo do pagamento é feito de maneira proporcional, pela divisão da remuneração integral por doze (meses do ano) seguida da multiplicação do resultado pelo número de meses trabalhados.
O que fazer com o 13º?
Segundo o educador financeiro João Victorino, o décimo terceiro precisa ser usado com sabedoria. “Sabemos o quanto esse dinheiro é esperado pela maioria das pessoas, porém, não deve ser visto como salvador da pátria. Considero importante fazer um planejamento financeiro para que seja possível definir para onde será destinado cada valor”.
De acordo com o professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, Adans Alberto Rocha, é essencial que todos tenham cautela com o valor extra, aproveitando-o para um planejamento que já antecipe 2025.
“Antes de decidir como usar o 13º, é fundamental fazer um levantamento detalhado das finanças. Se você tem dívidas, especialmente com juros altos, como cartão de crédito e empréstimos, priorizá-las é essencial. O pagamento dessas obrigações proporciona uma sensação de alívio e ajuda na saúde financeira do ano seguinte”, explica.
Pagar dívidas primeiro
Para quem tem obrigações financeiras, o primeiro passo é quitar ou abater as dívidas mais caras, como as de cartão de crédito e cheque especial. Avalie as taxas de juros e direcione o valor extra para reduzir essas pendências e aliviar o orçamento futuro.
“Usar o 13º para quitar dívidas é uma decisão inteligente, já que evita o acúmulo de juros e facilita a recuperação do orçamento. Negociar o valor com os credores pode resultar em descontos consideráveis”, recomenda o professor.
Outra alternativa dada por Rocha é aproveitar o 13º para quitar despesas que surgem no início do ano, como IPTU, IPVA, matrícula escolar e material – esta opção também pode ser uma escolha estratégica.
“Se antecipar com esses custos garante mais tranquilidade e evita o acúmulo de dívidas em janeiro. Esse planejamento proporciona um início de ano com menos pressões financeiras”, explica o professor.
Priorizar a reserva de emergência
Victorino destaca também a construção de uma reserva de emergência. Caso você ainda não tenha uma reserva para imprevistos, este é um excelente momento para começar.
“Reserve uma parte do décimo terceiro para esse fim, visando proteger-se em situações como perda de emprego, emergências de saúde ou despesas inesperadas. O ideal é ter um colchão de segurança que cubra de 6 a 12 meses do seu custo de vida básico”, aponta ele.
Mesmo que o valor inicial seja menor, o importante é criar o hábito de poupar e garantir uma segurança para o futuro. Opções como uma conta poupança ou investimentos de alta liquidez podem ser boas alternativas para manter a reserva acessível e ainda com algum rendimento.
Invista com o 13º
Se você já possui uma reserva de emergência e está sem dívidas, considere investir parte do 13º. O educador financeiro ainda aconselha avaliar oportunidades de investimento com foco no médio e longo prazo.
De acordo com ele, em 2024, com a taxa Selic ainda em patamares elevados, produtos de renda fixa como CDBs, LCIs e LCAs ou títulos do Tesouro Direto podem oferecer boas oportunidades de retorno.
“Escolher investimentos adequados ao seu perfil e às suas metas financeiras é uma forma de usar o dinheiro de forma estratégica e com potencial de crescimento”, aponta também o professor da Anhanguera.
Gastos de fim de ano
Se após essas prioridades ainda assim optar por comprar presentes, é importante planejar bem para não comprometer todo o 13º. Defina um orçamento específico e priorize itens que tenham valor emocional, mas que não comprometam suas finanças.
“É tentador gastar mais nas festas de fim de ano, mas um planejamento evita surpresas e ajuda a manter a disciplina financeira”, lembra Rocha.
João Victorino ressalta que o objetivo é fazer o 13º ser mais do que um alívio temporário, mas uma oportunidade de ganho real na organização financeira. “Por essa razão, é fundamental pensar no longo prazo e transformar o 13º em um passo adiante no planejamento financeiro”.
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