Veja como se planejar financeiramente para as despesas “extras” de janeiro
Planejamento financeiro é essencial para passar por esta fase de despesas sem grandes sustos e dívidas
Por Victor Rabelo
Início de ano costuma ser um período de gastos para a maior parte das famílias. Despesas como IPVA, IPTU, taxa de matrícula nas escolas e material escolar, além da fatura do cartão de crédito com os gastos de fim de ano, podem pesar no orçamento.
Por isso, o planejamento financeiro é essencial para passar por esta fase sem grandes sustos e dívidas. Octavio Gomes, educador financeiro, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital, indica que o primeiro passo é ter organizado o fluxo do orçamento doméstico para saber os gastos em meses normais e, a partir dessa base, listar todas as despesas sazonais.
“Tendo esses valores em mente é possível ver quanto dessas despesas pode ser absorvida pela própria recorrência de renda, e quanto precisará vir de outras fontes, como reservas, poupança, ou até mesmo a possibilidade de parcelamento do que tiver a opção, caso não tenha outra forma”, afirma Gomes.
Além disso, Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, recomenda que, caso não seja possível saber o valor exato dos gastos de janeiro com antecedência, seja feito o cálculo com base neste ano para saber qual vai ser o impacto dessas despesas no orçamento.
“Pegue o que foi pago em janeiro de 2025 e acrescente a inflação do ano (4,46%), depois divida as despesas de janeiro pela receita e multiplique por cem, assim você saberá quanto as despesas de janeiro representam na sua receita. Se o resultado for alto, por exemplo acima de 50%, você precisa dividir esses pagamentos ao longo de alguns meses, usar reservas ou priorizar o que é urgente para não recorrer a crédito caro”, diz o planejador.
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Como usar o 13º salário para começar o ano no azul
Uma estratégia que pode ser eficiente é destinar o 13º salário para essas despesas de início de ano. Porém, para Gomes, é importante saber ler a própria realidade financeira para conseguir usar o dinheiro “extra” da maneira mais eficiente.
“A prioridade é tentar zerar dívidas que estejam comprometendo mensalmente ou acumulando juros. Após esse passo é possível se organizar com relação ao direcionamento para construção de uma reserva, viagens, compras de final de ano, e principalmente os gastos de início de ano”, destaca.
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No mesmo sentido, Patzlaff sugere que é necessário entender a natureza das despesas para aproveitar as oportunidades. “No cenário atual de juros altos, o 13º salário pode ser o seu trunfo. Ele não deve ser visto como um dinheiro apenas para as festas, mas como uma ferramenta de blindagem. Se você não tem dívidas com juros maiores que a Selic (15%), reserve uma parte do 13º, por exemplo 30%, numa conta separada, ou numa caixinha/cofrinho do banco e use esse dinheiro para pagar IPTU e IPVA à vista com desconto”, finaliza.