B3 Convida

Paula Reis destaca a importância do controle emocional e da diversificação no day trade

Ao B3 Convida, Paula Reis contou como se descobriu como day trade e os aprendizados que ganhou na área

Paula Reis trabalhou em bancos, empreendeu no universo da moda e hoje, depois de muito conhecimento, certificações no mercado financeiro e operações de day trade, ensina para seus seguidores nas redes sociais que a bolsa não é bruxaria nem é cassino. A Mulher Trader, como é conhecida, também divide na internet as análises e estratégias que usa no dia a dia em suas operações. 

Ao B3 Convida, Paula diz que ‘Trader’ não está nos livros de vestibular ou guias de profissões, mas que sua experiência e o caminho que traçou fizeram ela descobrir o caminho das operações de curto prazo.

“Ninguém fala disso quando a gente é mais novo. Antes de ser trader, eu mesma trabalhei por 12 anos no mercado financeiro, trabalhei em bancos e eu não cogitava essa hipótese. Sempre falo que foi serendipidade. Eu estava procurando uma outra coisa, que era simplesmente melhorar as minhas decisões como investidora de longo prazo depois de alguns tombos financeiros”, conta ela.  

Começo da carreira

Antes de se tornar a Mulher Trader, Paula afirma que começou a buscar cursos sobre o assunto em 2016, em uma fase em que não se falava tanto de day trade na internet. “Foi buscando no Google, na tentativa e erro, e achei um cara que falava coisas que conversavam com que eu imaginava de mercado de traders e ele dizia que era necessário pensar no risco“.

Reis destaca que não tinha expertise na área, mas tinha trabalhado com gestores de fundos nos bancos, e que era comum discutir com eles o assunto. “Eram poucos os traders que falavam sobre isso. Eles falavam só de análise gráfica, os candles, as movimentações de preços, os indicadores. Então era muita técnica, técnica, técnica. Eu falava: tá, mas e aí? Quanto que a gente vai colocar dinheiro nisso? Quantos porcento de exposição posso ter? Ninguém me respondia”.  

“Esse cara, que já tinha 20 anos de mercado, começou a responder. Eu falei: bom, aqui é o caminho”, conta ela. Mas a jornada não foi fácil. “Você não consegue chegar e já começar a operar, copiar o que o cara de 20 anos de mercado estava fazendo. Então é um tempo de maturação mesmo, de você entender, ler artigos. Eu buscava muita coisa internacional, bebia muito dessa fonte”, completa ela.

+ Conheça as características dos principais produtos de day trade

Ser mulher e trader

Paula também conta como ser mulher impactou seu desenvolvimento como trader, e que no primeiro momento dentro do novo universo, se viu como a única entre homens em várias situações de aprendizado.

“Era uma sala ao vivo, com o professor só fechado para os alunos. A gente podia tirar dúvida? Podia. Mas e o medo de falar uma besteira? Apesar de que nunca tive problema com traders me tirando a razão, falando ‘isso aí não tem nada a ver’. A gente se dava muito bem, mas talvez por conta de outros contextos que a gente vive, a gente fica meio reticente”, lembra.  

Confira a entrevista de Paula Reis ao B3 Convida

O day trade e o controle emocional 

Apesar disso, Paula aponta outro aspecto da vida ganhou muito destaque ao se tornar trader: o emocional. “Foi muito interessante que nesse período (de aprendizado) você começa a se descobrir. Eu achava que eu era ansiosa de vez em quando. Aí como trader eu pensava ‘minha ansiedade está demais’, aí você vai conversar com profissionais, vai pela busca do autoconhecimento, e entende que dormir bem, se hidratar, respirar faz muita diferença no seu dia a dia e no seu emocional, mas muito mesmo“.  

“Hoje eu brinco que eu tenho que lidar com todas as minhas variáveis, então tem um checklist ali. Se um dia você olha e fala ‘poxa, não dormi muito bem’, talvez eu já diga que é melhor não trabalhar, não operar e lidar com isso nos próximos dias”, destaca ela. 

+ Conheça os riscos de investir em mercados não regulados, como CFDs e Forex

Diversificação para o day trade 

A Mulher Trader também afirmou que mesmo para quem vive de operações de curto prazo, os investimentos de longo prazo não podem ficar escanteados, e que a diversificação é importantíssima.

“Eu só estou aqui hoje, só vivo disso e tenho isso como profissão, porque eu penso no longo prazo. O trader nunca vai dar certo se olhar apenas um dia ou só a operação Day Trade”, ressalta. “Eu tenho sempre ali as divisões: o que é o lucro da minha carteira de longo prazo, a Paula investidora que está recebendo para a aposentadoria dela, o que é o lucro de trades e o que eu vou receber no mês”. 

“A estratégia como investidora é muito mais forte até do que a de trader, porque se a gente não olhar para isso, o que vai ser daqui 30 ou 40 anos? Eu não vou estar com o mesmo pique de ficar aqui analisando o mercado, etc. A gente tem que se planejar muito com relação a previdência. Então hoje tem de tudo um pouquinho”, confessa ela. 

Quer analisar os seus investimentos em um só lugar? Baixe o APP B3! Mais tempo para você, mais inteligência para seus investimentos