iFood: do cardápio impresso a um gigante de tecnologia da América Latina
O iFood bateu mais um recorde em outubro de 2025, com 160 milhões de pedidos. Ouça a história da empresa
Em 1997, um guia impresso chamado Disk Cook começava a circular em São Paulo. Nele, cardápios de restaurantes eram organizados como uma lista telefônica gourmet e os pedidos eram feitos por telefone fixo.
Vinte e oito anos depois, esse mesmo negócio – agora chamado iFood – movimenta quase 1% do PIB brasileiro, com mais de R$ 140 bilhões em transações e 1 milhão de empregos gerados. Em outubro de 2025, a empresa bateu seu recorde: 160 milhões de pedidos em um único mês.
A história do iFood é um case de estratégia, fusões ousadas e timing tecnológico. E também um exemplo de como uma startup brasileira virou peça-chave no portfólio de uma das maiores holdings de tecnologia do mundo: a Prosus.
O delivery antes do app
O iFood nasceu oficialmente em 2011, mas sua origem remonta ao Disk Cook, criado em 1997. A virada veio com a popularização dos smartphones e da internet móvel. Em vez de papel, o delivery passou a caber na palma da mão.
Fundado por Patrick Sigrist, Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante, o iFood rapidamente chamou atenção de investidores. Mas foi com a entrada de Fabrício Bloisi, fundador da Movile, que o negócio ganhou tração.
O ano da virada
Em 2014, o mercado de delivery no Brasil estava em ebulição. A europeia Just Eat operava no país com a Restaurante Web, concorrente direta do iFood. A Movile se tornou acionista majoritária e promoveu a fusão entre as duas empresas. O resultado? Um valuation de US$ 1 bilhão e a liderança absoluta no setor.
Pandemia, expansão e diversificação
Durante a pandemia, o iFood viu seus números explodirem. Entre 2019 e 2020, os pedidos cresceram 200%, chegando a 60 milhões por mês.
Mas o iFood não parou nos restaurantes. Entrou em mercados, farmácias, petshops e no setor financeiro. Com o iFood Pago, passou a oferecer soluções para donos de restaurantes. Com o iFood Benefícios, entrou no segmento de vale-refeição. E com a Maquinona, lançou sua própria maquininha de cartão.
Hoje, a empresa oferece linhas de crédito personalizadas, com base nos dados de desempenho dos restaurantes na plataforma.
A era da IA
Em 2025, o iFood é movido por inteligência artificial. Segundo o CEO Diego Barreto, a IA já responde por mais de 30% do Ebitda da companhia e deve chegar a 45% em breve.
No marketing, algoritmos segmentam usuários e definem perfis de consumo. Internamente, colaboradores criam seus próprios agentes de IA, mesmo sem saber programar. Já são mais de 900 agentes ativos, com a meta de que cada funcionário crie ao menos um até março de 2026.
O ticker por trás do app
Em 2022, a Prosus, holding holandesa que também investe em empresas como OLX e Decolar, comprou a Movile e passou a ter controle total do iFood, em uma transação avaliada em R$ 8 bilhões.
Recentemente, o caminho para investir na Prosus ficou mais simples. A companhia listou seus BDRs na B3 em outubro de 2025, ou seja, agora você pode ser acionista de diversas marcas que fazem parte do dia a dia dos brasileiros por meio do código PRXB31, sem precisar abrir conta fora do Brasil.
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