Renda fixa

“O crédito conquistou espaço na carteira do investidor e veio para ficar”, afirma Delano Macêdo da Solis Investimentos

Investimentos em crédito privado cresceram em 2024, mas classe requer atenção no cenário de juros altos

A alta dos juros no Brasil em 2024 fez disparar a captação do crédito privado, e esse movimento, segundo especialistas presentes no BTG Summit 2025, provou o amadurecimento do crédito privado no país.

Segundo Ricardo Espindola, Gestor de Crédito Privado da Porto Asset, os últimos 5 anos foram de altos e baixos, desde a pandemia e a recuperação na sequência, passando pela crise das Americanas e outras de outras, que deixou o ambiente mais conturbado.

“Esses fatos serviram como aprendizado para selecionar bons ativos. Assim, a partir de 2024, os fundos voltaram a captar mais, com boas oportunidades, mesmo em meio à macroeconomia mais deteriorada”, diz. 

Para Delano Macêdo, Sócio e Diretor Responsável pela Área de Crédito da Solis Investimentos, a diversidade de investidores que tem olhado para crédito privado e para a renda fixa tem aumentado. 

“O crédito conquistou um espaço na carteira do investidor e veio para ficar. Nos últimos dois anos, as pessoas do mercado passaram a entender que o crédito é uma boa opção, mesmo tendo um caminho longo pela frente para atingir mais público”, ressaltou. 

Espindola ainda afirma que o que chama a atenção atualmente é a mudança do perfil do investidor, que aceita ter fundos com carência mais longa e entende produtos que não são apenas de liquidez diária.

“O mercado de capitais em relação ao crédito privado teve um amadurecimento, por parte dos investidores e por parte das empresas, o que beneficiou o mercado”, ressaltou. 

Mediador do painel, Luciano Juaçaba, Sócio do BTG Pactual, afirmou que atualmente há uma pluralidade de fundos de créditos, tanto quanto de emissores como de estratégias. “Temos outras oportunidades para extrair um retorno excedente para os investidores. No fim, o crédito ficou mais acessível ao investidor”.    

Próximos passos do crédito privado 

O gestor da Porto Asset destacou que atualmente há um cenário mais de desafiador, dadas as taxas de juros elevadas, e com muitas empresas com alta alavancagem. Mas ele argumenta que também há oportunidades com a gestão ativa. 

“O crédito privado vem se reinventando, com produtos que podem chegar a investidores de qualquer renda, e essa competição beneficia o investidor com melhores taxas e opções. Porém, ainda temos desafios na parte tecnológica e de criar produtos com a demanda dos cotistas. É um passo a passo, com muitas oportunidades para crescer”, apontou. 

“Vejo que teremos uma diversidade maior de créditos chegando ao mercado, com também o aumento de perfis de investidores interessados, que levam os gestores a criarem produtos diferentes para demandas diferentes”, apontou o sócio da Solis Investimentos. 

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