Os três segredos para navegar pelo crédito privado no próximo ano
Cenário de crédito privado demanda atenção dos investidores
Seletividade, governança e pulverização. Para gestores de crédito privado, essas três palavras resumem o que deve nortear a alocação nesse mercado nos próximos 12 a 24 meses. Após um período de valorização dos ativos, os prêmios de risco estão cada vez menores, explicou Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito da Itaú Asset durante a ExpertXP. Segundo ela, a rentabilidade média dos títulos está em CDI+1,80%, “o mesmo nível que estava em 2022, antes de qualquer evento de crédito de 2023. Se alguém tivesse saído de férias em dezembro de 2022 e voltasse agora, pensaria que nada aconteceu”, brincou ela. Nada mais distante da realidade. O ano de 2023 foi de forte turbulência, após os casos de Americanas e Light balançarem o mercado de crédito.
Olhar só esse número médio, no entanto, não mostra a imagem completa. “A gente navega hoje num mercado de crédito com uma dispersão muito grande de spread”, disse. Ou seja, enquanto empresas pagam prêmios muito pequenos frente ao CDI, outras precisam oferecer taxas bem mais elevadas para se financiar. Nesse cenário, diz a gestora, é preciso cuidado ao escolher os papéis em que colocar na carteira. “Escolher cada nome é super relevante para a composição de portfólio”.
E a situação pode ficar ainda mais complicada, dado que as expectativas são de possível aumento da Selic em setembro, complementou Flávia Krauspenhar, sócia e diretora da Capitânia. Isso demanda atenção às empresas e aos setores emissores das dívidas. “A taxa de juros alta, e potencialmente ainda mais alta agora no 2º semestre, faz com que toda a cadeia de varejo e saúde não sejam setores que gostamos de mirar”, afirmou.
Na escolha das empresas, Flávia destaca a governança e a importância de encontrar companhias sólidas e confiáveis em que investir.
Marcelo Urbano, diretor de investimentos da Augme Capital, segue a mesma linha. “Olhar o top down é bom, mas trabalhar com empresário ruim não dá”, resumiu. Isso porque, na visão dele, é mais importante encontrar bons casos e boas teses de investimento, mesmo em setores que são considerados mais frágeis. “Preferimos boas empresas do que bons setores”, disse.
Ele destacou também a importância do preço. Não adianta encontrar um título emitido por uma boa empresa se o preço não é o correto ou a taxa é baixa demais.
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