Renda fixa

Renda Fixa no Brasil ou nos EUA via Bolsa: o que rendeu mais no último ano

ETFs de renda fixa dos EUA e Brasil disponíveis na bolsa tiveram bom desempenho nos últimos meses

O alto patamar dos juros favorece a renda fixa não só no Brasil, mas também no resto do mundo. Por isso, com o nível recorde dos juros nos EUA até a semana passada, a renda fixa americana teve bons rendimentos e atraiu investidores.

Por aqui, tivemos uma sequência de cortes, até o Copom (Comitê de Política Monetária) decidir elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,75% ao ano. Ou seja, continuamos com uma taxa básica de juros alta para os padrões mundiais. 

Com isso, quem será que teve os melhores rendimentos em renda fixa no último ano? O Bora Investir levantou os 10 ETFs ou BDRs de ETFs de renda fixa dos EUA e Brasil que mais renderam nos últimos 12 meses, em reais. Confira!

Os 10 ETFs de renda fixa no Brasil e EUA com maiores rendimentos no último ano

ETF/BDR de ETFTickerÍndicePaísRendimento em 1 ano (em reais)
iShares 0-5 Year TIPS BondBSTI39ICE US Treasury 0-5 Year Inflation Linked BondEUA19,39%
iShares TIPS BondBTIP39ICE US Treasury Inflation Linked BondEUA17,54%
Investo Bloomberg US BondUSDB11Bloomberg US Aggregate Bond Float AdjustedEUA15,85%
iShares Treasury Floating Rate BondBTFL39Bloomberg U.S. Treasury Floating RateEUA14,66%
BTG Pactual Teva Debêntures DIDEBB11Índice Teva Debêntures DIBrasil9,38%
Investo Teva Tesouro SelicLFTS11Teva Tesouro SelicBrasil7,93%
IT NOW IMA-B5 P2B5P211IMA-B5 P2Brasil5,14%
Investo Teva Tesouro IPCA+ 0 A 4 AnosNTNS11Teva Tesouro IPCA 0 a 4 AnosBrasil5,05%
IT NOW IRF-M P2IRFM11IRF-M P2Brasil3,70%
BB ETF Índice DAP5 B3BDAP11DAP5 B3Brasil3,69%
Fonte: B3

Entre os 10 ETFs com melhores desempenhos, os 4 primeiros estão ligados a índices da renda fixa norte-americana, e os 6 seguintes são atrelados a indicadores brasileiros.

O líder do ranking foi o iShares 0-5 Year TIPS Bond, que teve alta de 19,39%. Ele foi seguido pelo iShares TIPS Bond, que cresceu 17,54%. Os dois fundos, da BlackRock, são atrelados a índices que medem o desempenho dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos que protegem da inflação.

Já o ETF atrelado à renda fixa local com melhor desempenho foi o BTG Pactual Teva Debêntures DI, que teve alta de 9,39% no último ano. Ele acompanha a variação do Índice Teva Debentures DI, que busca refletir o retorno total de uma carteira diversificada composta por debêntures com remuneração composta pela taxa DI acrescida de spreads, e LFTs (Tesouro Selic) disponíveis para negociação.

Para Gerson Brilhante, analista da Levante Inside Corp, o bom desempenho de ETFs ligados à inflação nos EUA se dá pela inflação controlada, que garante confiança nos títulos. Já no Brasil, a Selic elevada e o risco nas debêntures corporativas atraem investidores que buscam maior retorno.

Cenário da Renda Fixa nos EUA e Brasil

Mesmo com as mudanças no ciclo de política monetária dos dois países, de acordo com Brilhante, no Brasil, com a alta da Selic, títulos como Tesouro Selic e debêntures oferecem retornos atrativos, compensando o risco fiscal e a inflação elevada. “Nos EUA, mesmo com a queda de juros, os Treasuries seguem atraentes pela segurança e liquidez, mantendo forte demanda”.

“Com as mudanças, no Brasil, a alta da Selic aumenta a atratividade de curto prazo, mas o risco fiscal permanece. Nos EUA, a queda de juros e o controle da inflação valorizam os títulos, atraindo investidores que antecipam ganhos futuros”, aponta ele.

Victor Furtado, Head de alocação da W1 Capital, afirma que no atual cenário, a renda fixa brasileira tem muita oportunidade, com “muito ativo pagando bem com baixo risco, o que tende a ser cada vez mais atrativo não só para o brasileiro, mas também para o restante do mundo”.

Já nos EUA, Furtado acredita que houve oportunidades muito boas de investimento, e elas ainda existem. Mas, pelo fato de o país já ter iniciado o ciclo de corte com 0,5p.p. , e ter perspectiva de reduzir os juros ainda mais, muitas das taxas já foram comprimidas, principalmente de ativos de boa qualidade, conhecidos como high grade, e também os treasuries.

Por que os EUA tiveram melhor desempenho com juros menor?

O analista da Levante Inside Corp destaca que apesar dos juros altos no Brasil, os Treasuries americanos são mais seguros e oferecem valorização futura com a queda de juros. Assim como o risco fiscal no Brasil reduz a atratividade relativa, mesmo com taxas mais elevadas.

“Se a gente está pagando mais é justamente porque a gente representa uma parcela de risco maior do que a dos Estados Unidos. Então, basicamente, é tudo uma questão de os investidores medirem esse risco-retorno”, completa o Head de alocação da W1 Capital.

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