Tesouro IPCA+ ou IPCA+ com juros semestrais? Saiba como escolher

Os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação têm chamado a atenção de investidores. Com taxas acima de IPCA+6% há dias, muitos veem uma boa oportunidade para entrar na renda fixa nesse momento de maior incerteza na economia. Se você é uma dessas pessoas, possivelmente entrou no site do Tesouro Direto e viu que existem duas opções de títulos atrelados ao índice oficial de inflação do País: os títulos Tesouro IPCA+, e o IPCA+ com juros semestrais. Mas qual a diferença entre eles? Confira!

O que eles têm em comum?

Antes de entender as diferenças, vale lembrar quais são as similaridades entre os dois títulos. Ambos oferecem uma rentabilidade atrelada ao IPCA e mais uma parcela prefixada. Isso significa que esses títulos oferecem um rendimento acima da inflação, e são muito usados para proteção do poder de compra no médio e longo prazo.

“De forma geral, é um título adequado para o investidor que quer preservar o poder de compra e receber o juro real, acima do que for a inflação”, diz Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos. Atualmente, todos os vencimentos oferecem rentabilidade real (acima da inflação) acima de 6% ao ano.

“Um juro de 6% é bastante elevado em qualquer lugar do mundo, e não é considerado o juro de equilíbrio no Brasil. Assim, em algum momento, [essa rentabilidade] deve cair”, diz Bento.

Outro ponto importante é a segurança. “Por ser um título do Tesouro, é um produto extremamente seguro, e que se pode acessar a partir de R$ 30”, diz Cristiane Meleiro, professora do curso de Administração da Faculdade Anhanguera.

Como funciona o Tesouro IPCA+?

Os títulos do tipo IPCA+ têm atualmente três vencimentos disponíveis: 2029, 2035 e 2045. Eles acompanham a variação da inflação e têm mais uma taxa prefixadas, acordada no momento da compra do título – é o número que aparece no site do Tesouro Direto ou de sua corretora.

Quem mantiver esse título em sua carteira até o vencimento tem garantida a correção do valor investido pela inflação e mais a rentabilidade contratada. Todo o valor (principal mais juros) é recebido apenas na data de vencimento.

Se o investidor quiser resgatar os valores aplicados antes do vencimento, o Tesouro Nacional garante a recompra a qualquer momento. No entanto, essa recompra será feita a depender do valor de mercado do título na data.

Isso significa que, a depender das perspectivas do mercado na data do pedido do resgate, o valor recebido pode ser menor do que o esperado – inclusive menor do que o total aplicado. “Se o investidor precisar do dinheiro daqui a um ano, pode estar perdendo ou ganhando na data. O ideal é para quem já tem uma reserva de emergência e não está focado em liquidez. Você precisa ter a liberdade de poder esperar o melhor momento para sair”, diz ele.

E vale dizer que quanto mais longo o vencimento do título, maior a volatilidade. “Aquele investidor muito conservador ou que se assusta com a variação do patrimônio deveria evitar comprar prazos mais longos”, diz Bento.

Como funciona o Tesouro IPCA+ com juros semestrais?

Diferente do IPCA+, o IPCA+ com juros semestrais vai pagando parte dos rendimentos ao investidor a cada seis meses, como o próprio nome indica.

Quando você compra um Tesouro IPCA+ com juros semestrais, o fluxo de pagamento é de 6% ao ano, ou aproximadamente 2,95% por semestre (corrigido pela inflação) sobre o valor aplicado.

Como tem esse pagamento adiantado da rentabilidade, o preço do título Tesouro IPCA+ com juros semestrais tende a variar menos ao longo do tempo até a data de vencimento do que os títulos IPCA+.

Como escolher entre eles?

Isso depende do seu objetivo com aquele investimento. Para quem quer receber essa renda a cada seis meses, automaticamente, o IPCA+ com juros semestrais pode fazer mais sentido, diz Meleiro. Já quem prefere esperar o vencimento para ter todo o valor aplicado de volta pode escolher os títulos do tipo IPCA+.

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