Ações

Ambipar se torna 1ª empresa privada da América Latina com certificado de ações verdes na Bolsa

Outras bolsas do mundo já têm ações semelhantes e das 540.221 ações listadas nas principais bolsas globais, apenas 116 — ou 0,02% — são green equity

As ações da Ambipar (AMBP3), multinacional brasileira líder global em soluções ambientais, foram reconhecidas, nesta segunda-feira (30), como ações verdes pela Bolsa de Valores do Brasil, a B3, e certificadas pela Standard & Poor’s — uma das maiores agências de classificação de risco do mundo. Com isso, a companhia se torna a primeira empresa privada da América Latina e a segunda empresa do Brasil a receber o certificado. 

Com base no green equity principals, da Federação Internacional das Bolsas de Valores, a ferramenta apoia a reputação de planejamento dos investimentos das companhias, além de atrair o crescente número de investidores conscientes. Outras bolsas do mundo já têm ações semelhantes e das 540.221 ações listadas nas principais bolsas globais, apenas 116 — ou 0,02% — são green equity.

Para seus papéis receberem a designação de ação verde, a Ambipar atendeu aos critérios da B3, conforme auditoria da S&P, entre eles ter mais de 50% da receita bruta anual derivada de negócios verdes, assim como investimentos e despesas operacionais com a mesma classificação acima dos 50% e menos de 5% do faturamento bruto oriundo de combustíveis fósseis.

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“Atendemos aos critérios da B3 com investimento, operações e receita majoritariamente associados a atividades sustentáveis e que contribuem com o combate às mudanças climáticas”, diz Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar, em nota.

Tello explica que essa conquista é mais um resultado da essência da atuação da Ambipar, que chega também às suas ações no mercado. “Nós não somos apenas prestadores de serviço, o nosso investimento e a nossa operação também são sustentáveis, de ponta a ponta”, ressalta. 

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“A agenda ESG é urgente e cada vez mais o mercado de capitais demanda responsabilidade socioambiental das empresas listadas. A designação de ações verdes pode ser usada pelos gestores como uma ferramenta de planejamento para os investimentos das companhias, além de um mecanismo para apoiar decisões, mitigar riscos e diversificar o portfólio dos investidores”, comenta Janaina Vilella, diretora de Comunicação e Sustentabilidade da B3.

Ações verdes

A conscientização em torno da pauta do meio ambiente ganha força conforme aumentam os eventos extremos no País, como as enchentes no Rio Grande do Sul em maio e o recorde de queimadas associadas à seca severa em diferentes biomas brasileiros. Por isso, manter a floresta em pé — assim como ensina a tradição indígena — traz mais benefícios à vida e reduz os efeitos das mudanças climáticas. Em termos econômicos, a floresta preservada vale mais de US$ 317 bilhões por ano, segundo estudo do Banco Mundial.

Na B3, as ações verdes são inspiradas no Green Equity Principles, lançado em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE), organização que apoia o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de pesquisas, estudos e estatísticas sobre boas práticas de mercado, incluindo finanças sustentáveis e normas internacionais.

Esse projeto reconhece companhias que contam com atividades que contribuem com a proteção do meio ambiente e com o combate às mudanças climáticas. Esta designação especial busca incentivar as companhias, de maneira voluntária, a atuarem de forma alinhada às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).

Podem solicitar a classificação as empresas listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual proveniente de atividades consideradas verdes, mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades, além de menos de 5% da receita bruta anual derivada de combustíveis fósseis.

O objetivo é ajudar os investidores a direcionar seus recursos para o financiamento de uma economia mais sustentável. Para as empresas, é uma forma de demonstrar de maneira clara seus compromissos com a economia verde, além de facilitar eventual fluxo de capital sustentável potencialmente alocável.

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