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As 10 ações que mais se valorizaram no primeiro semestre de 2024

Confira quais ações e setores do Ibovespa tiveram destaque nos primeiros seis meses do ano

Homem olha para tela com gráficos e cotações. Foto: Pexels.
Entre os destaques dos papéis com maiores altas, BRF (BRFS3) e Embraer (EMBR3) encabeçam a lista com suas ações subindo 64,16% e 61,46%, respectivamente. Foto: Pexels

O primeiro semestre de 2024 passou, e não foi o sonhado pelos investidores de ações locais. Nos primeiros seis meses do ano, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, acumulou queda de 7,66%. 

Porém, não foram todos os papéis que estiveram em baixa. O levantamento da Elos Ayta Consultoria traz as 10 ações do Ibovespa que mais subiram, e as que mais caíram, no 1º semestre de 2024. Confira!

Ações de empresas exportadoras em destaque positivo

Entre os destaques dos papéis com maiores altas, BRF (BRFS3) e Embraer (EMBR3) encabeçam a lista com altas de 64,16% e 61,46%, respectivamente, no período.

No âmbito de setores, três empresas ligadas a carnes e derivados estão presentes entre as dez companhias de melhor desempenho. Além da BRF já citada, JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) também fazem parte dos destaques.

Segundo Felipe Martins Passero, CFA e sócio da InvestSmartXP, o mês de junho ficou marcado pela alta no dólar e nos juros futuros, e esses fatores macro parecem ter favorecido o desempenho dessas ações. A moeda teve valorização de 6,46% no mês de junho e de 15,17% no primeiro semestre de 2024 perante o real.

“Entre as maiores altas temos empresas exportadoras, com destaque para as empresas de proteína animal. Além do dólar em alta, tivemos uma queda de quase 5% nos preços internacionais da soja (em USD), que é um insumo importante na produção de proteína animal”, apontou.

De acordo com ele, tais empresas também estão se beneficiando do preço mais baixo para adquirir e construir infraestrutura de geração de energia elétrica, outro fator importante na produção, garantindo custos menores à frente.

Ele ainda ressalta que Embraer e WEG são duas indústrias que têm se provado competitivas nos mercados globais onde atuam, e a alta do dólar pode impulsionar as receitas de ambas empresas. “O mesmo vale para o setor de petróleo e biocombustíveis”.

Educação e Aéreas em baixa

Do lado das ações com desempenhos negativos, vemos Azul (AZIL4), Yduqs (UDUQ3) e Cogna (COGN3) liderando as perdas. As empresas tiveram baixas de 54,15%, 52,74% e 49,28%, respectivamente.

Para Passero, vale destacar que as empresas aéreas têm custos em dólar e receita em real, e por isso tendem a reagir mal à desvalorização do câmbio. Ele também aponta que o setor é intensivo em capital e sensível a juros mais altos, portanto sofre impacto com o cenário atual dos juros no mercado global não favorável. 

“Educação também é um setor sensível a juros, já que depende de uma maior concessão de crédito por parte do governo e também financia parte dos alunos com capital próprio. Uma alta na inadimplência no país pode afetar diretamente o resultado dessas empresas, já que a venda pode não se transformar em faturamento, dada uma inadimplência maior”, afirma.

O mesmo vale para varejistas e locadoras de automóveis, que são intensivas em capital, seja para comprar estoque, seja para financiar a aquisição de automóveis, aponta o sócio da InvestSmarteXP. 

“Juros futuros maiores, para as locadoras, significam mais dificuldade para obter financiamento a taxas prefixadas mais previsíveis e que permitem precificar os contratos de locação de longa duração da parte da frota dessas empresas destinadas ao mercado corporativo ou ao mercado de aluguel de longa duração para pessoas físicas. Isso encarece o custo final do aluguel do carro, prejudicando as vendas”, explica.

Em resumo, Passero diz que há uma característica comum nos dois grupos: de um lado, empresas com receita dolarizada se beneficiam. Do outro, empresas com custo em dólar e intensivas em capital, com alta sensibilidade à taxa de juros futuros, enfrentam um cenário mais desafiador.

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