As 12 ações do Ibovespa B3 que renderam mais que o CDI nos últimos 5 anos

Investir em ações, comumente, é considerado uma estratégia de longo prazo. Ao visar a evolução consistente das empresas em um período maior, os investidores ganham com a valorização dos papéis. Mas em um país com uma renda fixa forte, nem todas as companhias conseguem render acima do CDI. 

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa que funciona, entre outras coisas, como referência para investimentos em renda fixa. Na prática, o CDI é usado entre instituições financeiras, que fazem empréstimos entre si para encerrar o expediente com dinheiro em caixa, uma exigência do Banco Central. Esses juros, por sua vez, são calculados pela taxa DI. Atualmente, o CDI é de 0,10 ponto percentual abaixo da Selic, que está em 15% ao ano.  

Ainda assim, existem ações na bolsa que bateram os rendimentos do CDI nos últimos 5 anos. Confira todas as empresas que superaram os rendimentos base da renda fixa nos últimos anos. 

Ações que renderam mais que o CDI nos últimos 5 anos 

Empresa	Código	Setor	1 ano	2 anos	3 anos	4 anos	5 anos
Embraer	EMBR3	Material aeronáutico e de defesa	70,92%	377,90%	576,99%	249,80%	1143,80%
Direcional	DIRR3	Incorporações	74,02%	244,01%	264,71%	518,61%	374,74%
Cury S/A	CURY3	Incorporações	50,04%	173,46%	240,79%	565,98%	344,11%
Copel	CPLE6	Energia elétrica	44,82%	75,28%	135,44%	186,51%	231,08%
Sabesp	SBSP3	Água e saneamento	47,65%	130,24%	139,61%	302,66%	214,17%
BTG Pactual	BPAC11	Bancos	50,94%	70,89%	79,77%	130,66%	165,20%
Itaú Unibanco	ITUB4	Bancos	29,29%	80,67%	66,18%	126,50%	157,19%
Tim	TIMS3	Telecomunicações	52,79%	84,45%	136,96%	163,68%	149,06%
Porto Seguro	PSSA3	Seguradoras	34,01%	107,41%	144,45%	143,89%	136,23%
CPFL Energia	CPFE3	Energia elétrica	33,76%	44,67%	49,69%	132,66%	118,67%
Telefônica Brasil	VIVT3	Telecomunicações	31,85%	65,11%	99,75%	91,80%	109,80%
Itausa	ITSA4	Holdings diversificadas	23,57%	68,60%	62,80%	86,84%	104,52%
CDI			13,59%	26,11%	42,99%	59,18%	64,36%

De acordo com o levantamento da Elos Ayta Consultoria, 12 ações superaram o CDI em todos os anos, nos últimos 5 anos. O grande destaque fica com a Embraer (EMBR3), que além de superar o CDI no último ano rendendo 70,92%, nos últimos 5 anos cresceu 1.143,80%.  

O top 3 da soma na última meia década ainda tem Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3), com Copel (CPLE6) e Sabesp (SBSP3) fechando o Top 5. 

De acordo com Harrison Gonçalves, CFA Charterholder e membro do CFA Society Brazil, as ações são de longo prazo porque refletem dinâmicas complexas de empresas — especialmente as grandes. “Investir em ações é investir na economia real, algo análogo a abrir um negócio: você constrói, contrata, expande operações e espera esses investimentos maturarem”.

Ele ainda apontou que o retorno vem da perspectiva de lucros futuros e, quanto maior e mais complexa a empresa, maior o tempo de maturação. “No curto prazo, há muitos fatores fora do controle do investidor; no longo, os fundamentos tendem a prevalecer. Em última instância, a máxima é: boas empresas tendem ao infinito, elas existem para gerar lucro e, ao entregar resultados ao longo do tempo, isso se reflete no valor para o acionista”, destacou Gonçalves.

Por que é difícil bater o CDI?

O CFA da Charterholder afirma que o CDI é o ativo livre de risco no país e, portanto, um competidor direto da renda variável. “Quanto mais alto o retorno desse ativo livre de risco, mais atraente ele se torna frente às ações, que carregam incerteza, ciclos e o fato de que nem todas as escolhas dão certo (algumas darão errado)”.

Assim, em ambientes como o brasileiro, com juros estruturalmente elevados, a barra para a renda variável fica ainda mais alta. Por isso, o alerta é de que: é preciso aceitar volatilidade e horizonte longo para buscar superar o CDI.

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