No Ibovespa, 7 a cada 10 ações batem o CDI neste ano; veja maiores altas
59 das 82 ações do Ibovespa B3 estão com desempenho acima do CDI em 2025
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Segundo Levantamento da Elos Ayta Consultoria, 72% das ações do Ibovespa B3 superam o CDI neste ano de 2025, dado que o indicador tem performance de 13,63% na janela em questão.
Isso, considerando que são 82 ações na carteira do Ibovespa e, destas, 59 estão performando acima do CDI. No total da bolsa de valores, 117 papéis superam o CDI neste ano – sendo que são mais de 400 tickers listados atualmente.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) acompanha de perto a taxa básica de juros, a Selic, e é o principal indexador de investimentos da renda fixa. Trata-se de um título emitido pelos bancos para lastrear operações de empréstimos de curto prazo entre instituições financeiras.
A boa performance das ações em 2025 reflete uma alta substancial do valuation das companhias ainda que com um cenário de juros historicamente altos, com a maior Selic dos últimos 19 anos – o que faz o rendimento do CDI aumentar.
Na primeira semana de dezembro o Ibovespa renovou seu recorde de fechamento, encerrando o pregão do dia 4 de dezembro aos 164.455,61 pontos.
20 ações com maiores altas do Ibovespa em 2025
- Cogna (COGN3): 259%
- Cury (CURY3): 128%
- Cyrela (CYRE3): 120%
- Direcional (DIRR3): 117%
- BTG Pactual (BPAC11): 111%
- Axia Energia (AXIA3): 109%
- Eneva (ENEV3): 98%
- Axia Energia (AXIA6): 95%
- Vivara (VIVA3): 91%
- Rede D’Or (RDOR3): 88%
- C&A (CEAB3): 80%
- Bradesco (BBDC4): 79%
- TIM (TIMS3): 76%
- TOTVS (TOTS3): 76%
- CPFL Energia (CPFE3): 75%
- Allos (ALOS3): 71%
- Bradesco (BBDC3): 67%
- Vibra (VBBR3): 66%
- Motiva (MOTV3): 64%
- Itaú Unibanco (ITUB4): 64%
- Energisa (ENGI11): 62%
- Sabesp (SBSP3): 62%
- Itaúsa (ITSA4): 60%
- MRV (MRVE3): 57%
- Iguatemi (IGTI11): 56%
- Equatorial (EQTL3): 56%
- Embraer (EMBR3): 56%
- Pão de Açúcar (PCAR3): 56%
- Magazine Luiza (MGLU3): 55%
- Smart Fit (SMFT3): 55%
Entenda a alta da Bolsa no ano
No mercado de ações, o ano começou com preços deprimidos, reflexo de um ciclo prolongado de incertezas fiscais, juros elevados por muito tempo e crescimento econômico baixo nos anos anteriores. Com esse nível de desconto, parte relevante das ações passou a embutir cenários bastante conservadores, entretanto ao longo do ano os sinais de estabilidade já foram suficientes para destravar valor, ainda mais com temporadas de balanços que mostraram resiliência.
Outro fator importante foi a previsibilidade da política monetária. Mesmo com juros altos, o Banco Central conseguiu sinalizar com clareza o fim do ciclo de aperto e, em alguns momentos, a possibilidade de cortes graduais à frente. Esse tipo de comunicação reduz o prêmio de risco exigido pelos investidores e favorece ativos de maior risco. O mercado passou a olhar menos para o juro corrente e mais para o juro esperado no médio prazo.
A composição do Ibovespa também ajuda a entender o fenômeno. O índice é fortemente concentrado em empresas ligadas a commodities, bancos e grandes exportadoras. Em 2025, muitas dessas companhias se beneficiaram de receitas em dólar, custos mais controlados e balanços robustos.
Mesmo sem forte crescimento econômico doméstico, essas empresas conseguiram gerar caixa, pagar dividendos e sustentar resultados, o que se refletiu nos preços.
Além disso, houve uma rotação gradual de portfólio. Com o CDI elevado por um período prolongado, investidores institucionais e pessoas físicas passaram a buscar diversificação.
O movimento foi evidenciado na injeção de capital do investidor estrangeiro. De janeiro a outubro, a entrada líquida de recursos estrangeiros na B3 foi de R$ 25,94 bilhões, conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria.
O valor leva em consideração aportes feitos em IPOs e follow-ons. Sem esses eventos, o saldo ainda é bastante positivo, de R$ 25,29 bilhões.
Mesmo sem considerar novas emissões, os últimos dez anos mostram um saldo positivo de R$ 64,68 bilhões, reforçando que o capital estrangeiro tem sido um pilar de sustentação para a liquidez e valorização da B3.
*Matéria publicada originalmente em IstoÉ Dinheiro, parceiro de B3 Bora Investir