Câmbio

Com dólar mais fraco, vale a pena comprar euro? Conheça formas de investir na moeda

Especialista argumenta que euro ainda cumpre um papel em diversificação, mas não como substituto integral do dólar

Apesar de seu protagonismo no comércio global, o dólar norte-americano tem perdido valor nesse ano e sua força como reserva de valor já tem sido questionada. Neste ano, por exemplo, o DXY, indicador que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de diversas moedas no mundo, tem queda de cerca de 9%.

Com o enfraquecimento do dólar, os investidores têm diversificado a alocação de suas reservas – o que tem causado, inclusive, uma valorização do ouro. Porém, além do ouro, outro ativo que pode ganhar espaço nas carteiras de investimento neste cenário é o euro.

O euro é considerado a segunda moeda mais importante do mundo, atrás apenas do dólar. Apesar disso, Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, entende que a moeda europeia ainda cumpre um papel “como parte de uma diversificação, não como substituto integral do dólar”.

Segundo ele, em 2025, o dólar perdeu força contra as principais moedas, “em meio a incertezas fiscais e dúvidas sobre a trajetória da política monetária norte-americana”, diz. Nesse cenário, o euro se beneficiou. Além disso, o BCE (Banco Central Europeu) indica estabilidade de juros perto de 2% por um período prolongado, com inflação próxima da meta de 2%.

Para Piellusch, a combinação entre dólar mais fraco e juros estáveis na zona do euro “melhora o argumento para ter alguma parcela em euro como proteção cambial e diversificação geográfica”, complementa.

Como investir em euro

Piellusch comenta que, entre as principais formas dos brasileiros investirem no euro, estão os fundos cambiais em euro, que replicam a variação da moeda, ETFs com exposição a ações europeias, que combinam bolsa europeia e câmbio, e abertura de conta no exterior, mantendo caixa em euro, títulos soberanos (bonds) e fundos de curto prazo em euro.

Além dessas formas, existem os contratos futuros de euro disponíveis B3, que servem a uma estratégia de proteção (hedge) ou especulação, tanto com euro em relação ao real, quanto com o euro em paridade com o dólar americano. O professor sugere, inclusive, que os investidores combinem as duas modalidades, diversificando a carteira com base nas expectativas sobre real, dólar e euro.

“Com o dólar mais fraco e o BCE em modo estável, o euro ganha espaço tático como diversificação de reserva de valor — mas o uso mais inteligente, para o investidor brasileiro, é combinar instrumentos simples (fundos cambiais, ETFs) com estratégias de futuro quando fizer sentido. O euro não substitui o dólar, complementa”, finaliza Piellusch.

O que são contratos futuros?

Os contratos futuros são uma modalidade de investimento em que o investidor se compromete a realizar uma operação, seja de compra ou de venda, de um ativo em uma data pré-determinada. É uma forma de especular sobre o valor de moedas, commodities ou índices.

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