Entenda a diferença entre o dólar comercial e o dólar turismo
Dólar turismo reflete o preço médio cobrado por bancos, corretoras e casas de câmbio na venda de dólares ao consumidor
Por Victor Rabelo
Quem planeja uma viagem internacional, deseja comprar um produto disponível apenas no exterior ou compra moeda estrangeira como forma de investimento com certeza já se deparou com as cotações do dólar comercial e turismo.
Mas, afinal, qual é a diferença entre o dólar comercial e o dólar turismo e o que deve ser considerado no momento da compra?
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que “o dólar comercial é a cotação oficial utilizada entre instituições financeiras, servindo de base para operações de comércio exterior, mercado interbancário e investimentos. Seu valor é determinado livremente pelo mercado, de acordo com a oferta e a demanda por moeda estrangeira pelos participantes do mercado de câmbio”.
Já o dólar turismo, segundo o especialista, reflete o preço médio cobrado por bancos, corretoras e casas de câmbio na venda de dólares ao consumidor — seja em espécie, cartões pré-pagos ou remessas para o exterior — tendo o dólar comercial como referência. Essa cotação incorpora fatores como margem de lucro, custos operacionais e tributos, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Portanto, para Shahini, em caso de viagens internacionais a pessoa física deve usar o dólar turismo como referência, mas considerando possíveis variações. “O preço efetivo de compra pode variar conforme o local onde o dólar é adquirido, já que ele inclui outros custos, como margem de lucro da instituição, custos operacionais e encargos financeiros”, completa.
Para fins de investimento, porém, o dólar comercial costuma ser mais utilizado, principalmente por causa da diferença na alíquota do IOF entre as finalidades, explica ele. “Enquanto nas viagens internacionais o imposto é de 3,5%, nas remessas para investimentos a alíquota é de 1,1%. Além disso, as operações de câmbio voltadas a investimentos geralmente envolvem valores mais elevados, o que faz com que a taxa de intermediação cobrada pelas instituições financeiras seja, em geral, menor”.
Quais fatores observar ao fazer a cotação do dólar
Devido às peculiaridades que envolvem uma operação cambial, alguns fatores precisam ser observados para que a melhor escolha seja tomada.
Shahini comenta que “o comprador deve estar atento à forma como irá adquirir os dólares, pois isso pode fazer diferença no custo final. Com as mudanças recentes no IOF, as alíquotas para dinheiro em espécie, cartão de crédito e cartão pré-pago foram igualadas em 3,5%”, diz.
Além do IOF, o comprador precisa entender qual é o spread que, segundo o especialista, é a diferença entre o preço de compra e o preço de venda do dólar cobrado pela instituição financeira. “Em geral, observa-se um spread menor em cartões pré-pagos, enquanto as operações em espécie e as transações via cartão de crédito costumam apresentar custos mais altos, o que pode gerar diferenças relevantes no valor final pago pelo cliente”, conclui Bruno Shahini.
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