Bitcoin atinge recorde de US$ 100 mil. Entenda o que motiva a alta
Criptomoeda avança desde a eleição de Donald Trump
O bitcoin ultrapassou a barreira inédita de US$ 100 mil na madrugada desta quinta-feira, impulsionado pela perspectiva de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, implemente políticas favoráveis a criptomoedas. Ontem, o anúncio de Paul Atkins (visto como favorável à criptoeconomia) como novo presidente da comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) foi o gatilho para a aceleração da alta no valor do bitcoin. Desde a eleição de Trump, a principal criptomoeda acumula valorização de mais de 40%.
Segundo Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, o bitcoin passou a ter valor de mercado superior a US$ 2 trilhões – algo que até então havia sido alcançado apenas pelo ouro e pelas empresas Nvidia, Apple, Microsoft, Alphabet (Google) e Amazon.
Nazar pontua que o novo marco ocorre devido a mudanças estruturais significativas no mercado, a possíveis alterações regulatórias nos Estados Unidos sob a gestão do presidente eleito Donald Trump e à adoção da criptomoeda por tesourarias de empresas e fundos institucionais alavancadas pelos ETFs (sigla em inglês para fundos de índice) de bitcoin.
Outra notícia foram as aquisições de bitcoin pela Microstrategy, mais um passo na tendência de tesourarias corporativas adotando ativos digitais. A Microstrategy já detém perto de 2% da oferta total de bitcoin. “Outras empresas, como a Marathon Digital e potencialmente a Microsoft estão seguindo o exemplo, indicando uma mudança mais ampla em direção ao bitcoin como um ativo estratégico”, disse Nazar.
Para Beto Fernandes, analista da corretora cripto Foxbit, porém, o impulso veio de um fator essencialmente especulativo. “[O presidente eleito dos EUA] Donald Trump fez muitas promessas de campanha que flexibilizariam o ambiente regulatório nos Estados Unidos. A nomeação de Atkins é uma delas. Porém, é preciso ver se essas ideias serão colocadas em prática a partir de sua posse”, disse.
O apetite por bitcoin no mercado à vista e de derivativos tem seguido em alta desde a eleição do republicano. Mas fatores macroeconômicos podem reverter este interesse, aponta Fernandes. “Correções são naturais após tantas altas seguidas. Mesmo assim, os fundamentos do bitcoin permanecem bastante fortalecidos.”
*Com informações da Agência Estado
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