Bitcoin passa ter perdas em 2025 em meio a ceticismo com IA e novas projeções sobre juros nos EUA
Com perspectiva de manutenção de juros e valuations esticados para companhias de tecnologia, Bitcoin já perdeu mais de 26% desde o topo, registrado ainda em outubro deste ano
A ISTOÉ Dinheiro é uma plataforma de informação sobre economia, negócios, finanças, tecnologia e investimentos.
Operando abaixo dos US$ 92 mil, o Bitcoin passou a ficar com um saldo negativo no acumulado do ano de 2025, na esteira do temor dos mercados acerca de valuations excessivamente altos para companhias de tecnologia e do arrefecimento em relação às promessas de campanha de Donald Trump – que foram um driver relevante para a criptomoeda nos últimos meses.
Banco Central estabelece regras para o mercado de criptoativos
Assim, a cotação do Bitcoin já soma uma desvalorização de mais de 26% em relação à sua máxima histórica registrada no mês passado, de US$ 125 mil.
O mercado não se tornou totalmente cético com IA, mas tem reavaliado alocações. Um caso recente foi um dos mais emblemáticos nesse sentido: o desinvestimento do Softbank na Nvidia, gigante de tecnologia que mais ganhou valor de mercado com o boom da IA.
O banco japonês zerou sua posição na empresa – que valia US$ 5,8 bilhões – e dobrou a aposta na OpenAI, dona do ChatGPT.
As companhias de tecnologia de um modo geral também têm perdido espaço em meio à redução de apetite ao risco do mercado americano, que agora projeta um corte na taxa básica de juros (Fed Funds) somente no ano que vem.
Praticamente metade do mercado financeiro espera manutenção dos juros na reunião do Fed de dezembro, ao passo que mês passado mais de 90% esperavam um corte de 25 pontos-base (bps), conforme dados da plataforma CME FedWatch Tool.
Os investidores também seguem cautelosos com relação ao shutdown dos EUA, dado que um acordo foi costurado, porém trata-se de um acordo ainda temporário e que não garante estabilidade no funcionamento da máquina pública e do ambiente fiscal até o fim do ano de 2025.
Futuro de Solana (SOL) tem negociação recorde na B3 e movimenta mais de R$ 1 bilhão em um dia
Menos liquidez e institucionais reduzindo posições em bitcoin
A pressão na cotação da criptomoeda também aumenta à medida que institucionais – que entraram nesse mercado de forma mais intensa nos últimos trimestres – reduzem sua exposição.
Mesmo que alguns fundos e gestoras tenham posições pequenas em relação às suas carteiras, eventualmente por hedge, as vendas massivas pressionam a cotação. Relatórios da Nasdaq apontam que apenas na semana entre 10 e 14 de novembro de 2025 os investidores retiraram cerca de US$ 1,1 bilhão dos ETFs de Bitcoin, por exemplo.
No dia 13 de novembro, em específico, os ETFs de Bitcoin à vista (Spot) nos EUA registraram uma saída líquida conjunta de aproximadamente US$ 866 milhões, cifra que representa então um dos piores dias desde o lançamento desses produtos.
A BlackRock, maior gestora do mundo, registrou as maiores saídas – sozinho, um ETF da casa, o IBIT, viu mais de US$ 500 milhões saíram em um único dia.
Além disso o ETF de Bitcoin da Fidelity, o FBTC, também registrou saques significativos, contribuindo para o restante do volume negativo, juntamente com o fundo de índice da Grayscale.
*Matéria originalmente publicada em IstoÉ Dinheiro, site parceiro de B3 Bora Investir
Quer simular investimentos no Tesouro Direto? Acesse o simulador e confira os prováveis rendimentos da sua aplicação. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.