Bitcoin tem queda expressiva e toca US$ 80 mil; em novembro, desvalorização é que quase 25%
Caso o movimento persista, esta pode ser a maior queda mensal do bitcoin desde 2022
O mercado de criptomoedas passa por forte turbulência nesta sexta-feira (21), com o bitcoin sendo negociado perto de de US$ 83 mil. A maior criptomoeda do mundo em valor de mercado acumula uma desvalorização de cerca de 25% desde o início de novembro, segundo dados do CoinDesk. Caso o movimento persista, esta pode ser a maior queda mensal desde 2022, período marcado pelo chamado “crypto winter” (inverno cripto).
A criptomoeda chegou a ser negociada aos US$ 80 mil pela manhã, mas recuperou parte das perdas. O movimento não se restringe ao bitcoin. O Ether, segunda maior criptomoeda em valor de mercado, recuou para US$ 2.740, queda de 7,58% em 24 horas. Outros tokens também sofreram perdas expressivas: XRP (-7,83%), BNB (-7,65%) e Solana (-8,65%).
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“Do ponto de vista da demanda, parece haver uma preocupação inicial, porém crescente, que pode evoluir para um pânico total se a pressão de venda continuar a se intensificar além do que já ocorreu, já que preços mais baixos levariam a mais vendas em um tipo de ciclo vicioso”, escreveram analistas da Sevens Report na sexta-feira.
A pressão vendedora foi intensificada por uma liquidação em massa nas últimas 24 horas. Segundo dados da CoinGlass, quase US$ 2 bilhões em posições foram encerradas, sendo US$ 964 milhões apenas em bitcoin e US$ 407 milhões em ether, além de uma onda generalizada de liquidações forçadas em altcoins. Esse efeito dominó é alimentado por chamadas de margem, que obrigam investidores alavancados a vender, ampliando a volatilidade.
Além da queda motivada pela liquidação de posições, o cenário macroeconômico tem se mostrado desfavorável. De acordo com os analistas, dois fatores impulsionaram a recente queda nos preços das criptomoedas. Em primeiro lugar, há uma incerteza sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos. Investidores ainda discutem se o Federal Reserve cortará as taxas de juros no próximo mês. Se a decisão da autoridade monetária for pela manutenção da faixa atual, isso pode tornar as criptomoedas menos atrativas na comparação com outros investimentos mais conservadores. Atualmente, 73,5% dos investidores se posicionam esperando uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião, enquanto 26,5% esperam uma manutenção. No entanto, essas projeções têm oscilado de forma relevante nas últimas semanas.
Pesa contra as criptomoedas também uma rotação de carteira para ativos menos arriscados. O mercado parece mais propenso a sair de ativos de risco, em meio a dúvidas sobre as altas avaliações de empresas de inteligência artificial.
Além disso, investidores que tomaram dinheiro emprestado para aplicar em criptomoedas podem ter sido forçados a vender para cobrir chamadas de margem. Segundo a Forbes, a pressão vendedora começou após um evento recorde de liquidação em 10 de outubro, quando US$19,37 bilhões em posições alavancadas foram encerradas após Trump anunciar tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas.
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