Entenda a diferença entre um ETF de cripto e um ETF de futuro de cripto
Na última sexta-feira, Nu Asset lançou o NBIT11, ETF com exposição aos contratos futuros de bitcoin
Por Victor Rabelo
Na última sexta-feira, a Nu Asset lançou o NBIT11, ETF com exposição aos contratos futuros de bitcoin. O ativo replica o Índice Nasdaq Brazil Bitcoin Futures TR, desenvolvido pela Nasdaq especificamente para este produto, e está disponível para negociação na B3 com valor estimado da cota no lançamento de R$ 50.
Este é o primeiro ETF que acompanha o desempenho dos contratos futuros de bitcoin na bolsa brasileira. Porém, a B3 já conta com ETFs que acompanham o bitcoin e outros criptoativos.
Com isso, uma dúvida que pode surgir aos investidores é: qual é a diferença entre um ETF atrelado a um criptoativo e um ETF atrelado ao contrato futuro de um criptoativo.
Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management, explica que “a grande diferença é que o ETF de contratos futuros não compra o bitcoin diretamente, em vez disso, ele investe em contratos que são atrelados ao preço futuro do bitcoin. Ou seja, o investidor se expõe às variações do preço da moeda, mas sem precisar comprá-la ou armazená-la”, diz.
No mesmo sentido, Gabriel Fioravante, professor da FIA Business School, afirma que também existem diferenças de regulamentação. “Grande parte dos ETFs de bitcoin e criptomoedas em geral ofertados no Brasil busca replicar índices da Nasdaq, conhecidos como spot (valor à vista). Esses ETFs possuem uma regulamentação diferente, uma vez que precisam de mais garantias e tecnologia das gestoras quanto a manter as criptomoedas em custódia, sendo por meio de contrato com terceiros ou diretamente por responsabilidade do fundo”.
Por outro lado, Fioravante conta que os ETFs de futuros não têm necessidade de aquisição ou custódia dos ativos e trabalham apenas com o derivativo da cripto.
Para Kikuchi, esse processo torna o investimento em criptoativos mais simples. “Como o ETF é negociado na B3, tudo acontece dentro de um ambiente regulado, o que dá mais transparência e segurança para o investidor”, complementa.
O que são ETFs de derivativos?
Os ETFs são frequentemente chamados de fundos de índice e funcionam de maneira semelhante às ações. Eles oferecem aos investidores a oportunidade de acessar uma variedade de ativos por meio de um único produto. Além disso, os ETFs replicam a composição de determinados índices de mercado.
No caso de um ETF de derivativo, Fioravante explica que “em vez de deter diretamente o ativo de referência, monta posição em instrumentos financeiros como contratos futuros. A gestão do fundo realiza a rolagem periódica desses contratos para manter a exposição, já que futuros têm vencimentos. Isso significa que o investidor acessa, de forma simples pela bolsa, um produto que entrega a performance do derivativo sem precisar abrir conta em corretora estrangeira ou operar contratos futuros por conta própria, o que exigiria margem e conhecimento técnico”.
O professor ressalta que este tipo de investimento já é comum no exterior. “Lá fora já existem muitos ETFs que usam contratos futuros para dar exposição a diferentes ativos, como petróleo, ouro e gás natural. Nos Estados Unidos, os primeiros ETFs de futuros de bitcoin começaram a ser negociados em 2021, e hoje já fazem parte do cardápio de investimentos disponível”, comenta.
“O Brasil está seguindo essa tendência, oferecendo alternativas para que o investidor acesse o mercado cripto de forma simples, regulada e através da bolsa local”, conclui o professor da FIA Business School.
Quer simular investimentos no Tesouro Direto? Acesse o simulador e confira os prováveis rendimentos da sua aplicação. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.