O que é o halving do bitcoin e por que pode afetar o preço da criptomoeda?

O bitcoin é a criptomoeda mais conhecida do mercado e a cada 4 anos, aproximadamente, passa por um processo que afeta diretamente o setor. Esse acontecimento se chama halving e deve acontecer dentro do mês de abril.

O que é o halving do bitcoin?

A palavra halving, traduzida para o português, significa ‘reduzir pela metade’ e esse é literalmente o conceito do evento. Quando há o halving, é reduzida pela metade a quantidade de bitcoins gerados por bloco minerado.

Essa é uma condição base da criptomoeda, definida em sua criação. Uma de suas principais funções é controlar a inflação do bitcoin.

Nesse processo, a cada 4 anos, mais precisamente a cada 210.000 blocos minerados, o corte acontece e seguirá até o número de bitcoins em circulação atingir o máximo estipulado de 21 milhões de unidades.

“O próximo halving acontecerá em meados do mês, com as recompensas por bloco caindo para 3,125 BTC”, afirma Rodrigo Batista, CEO da Digitra.com. 

Histórico do halving

• O primeiro, em 28 de novembro de 2012, fez com que a produção de novas moedas saísse de 7.200 para 3.600 unidades por dia.
• Já o segundo halving, em 9 de julho de 2016, cortou a emissão para 1.800 unidades diárias, o equivalente a 12,5 bitcoins por bloco minerado.
• O halving mais recente aconteceu em 11 de maio de 2020. A emissão foi reduzida para 6,25 bitcoins por novo bloco minerado, o equivalente a 900 moedas por dia.

Segundo Francis Wagner, head de criptomoedas da Hurst Capital, o halving é uma parte crucial do sistema de incentivo do bitcoin, projetado para manter a escassez e, consequentemente, preservar o valor da criptomoeda.

Como o halving pode afetar o valor do bitcoin

Como dito, um dos objetivos do halving é preservar o valor do bitcoin por meio da diminuição de novas ofertas. Assim, se a demanda pela moeda crescer, ou continuar a mesma, seu preço tende a valorizar. 

“Historicamente, o halving tem marcado subsequentes intensos movimentos de alta, os quais podem estar sobrepostos a movimentos cíclicos mais amplos que ocorrem em diversas commodities, por exemplo, no decorrer do tempo”, aponta o CEO da Digitra.com.

O head de criptomoedas da Hurst Capital também destaca o histórico de alta no preço após o halving do bitcoin.  “Embora outros fatores, como a entrada de investidores institucionais e a adoção generalizada, também influenciam os movimentos de preço”, podera.

Por sua vez, Jorge Souto, CIO da TC Pandhora, afirma que inicialmente, os efeitos do halving eram mais pronunciados, pois a redução absoluta na quantidade de bitcoins gerados era mais significativa. Contudo, hoje em dia, o impacto tende a ser mais limitado. 

“Atualmente, o efeito do halving é percebido mais como um fenômeno psicológico no mercado, embora a redução de 900 para 450 bitcoins por dia ainda tenha suas consequências”, ressalta.

Para ele, o que mais impulsiona o mercado atualmente é o aumento da demanda, gerada, por exemplo, com a aprovação de ETFs de bitcoin no início do ano, que trouxe uma demanda diária média de entre 8 mil a 10 mil bitcoins. 

• Primeiro halving (2012): o preço do bitcoin era de US$ 13 na data do halving. No ano seguinte, o ativo subiu para US$ 1.152;
• Segundo halving (2016): o preço do bitcoin era US$ 664 e subiu para US$ 17.760;
• Terceiro halving (2020): o preço do bitcoin era US$ 9.734 e subiu para US$ 67.549.

Perspectivas para o halving de 2024

Para Souto, o cenário atual pode sugerir que o próximo halving venha a ter um impacto prático menor na oferta em comparação com eventos anteriores.

Wagner diz que os dados históricos sugerem que, em média, as altas de preço do bitcoin têm apresentado retornos decrescentes a cada halving, mas que projeções apontam que o próximo ciclo de alta do bitcoin após o halving de 2024 pode resultar em uma valorização de cerca de 360%, para aproximadamente US$ 303.600 por BTC até 2028.

“No entanto, é importante ressaltar que o desempenho futuro do bitcoin é incerto e depende de uma série de fatores, incluindo a adoção da criptomoeda, mudanças regulatórias e condições econômicas globais”, completa.

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