Day Trade

Day trade: por que e como usar simuladores antes de operar

Simuladores ajudam investidor a ganhar experiência no day trade

Antes de mergulhar no mundo do day trade, é importante entender os riscos e a complexidade das operações. Além de dominar a técnica, os investidores precisam também testar lado emocional. É preciso ter estômago e frieza para se manter racional diante de grandes variações no mercado. Uma forma eficaz de minimizar erros e ganhar experiência antes de colocar dinheiro real na mesa é através de simuladores de day trade. Essas plataformas replicam as condições do mercado ao vivo, permitindo que os traders testem estratégias, entendam o funcionamento das operações e se acostumem com a volatilidade sem arriscar seu capital.

No modo day trade do Hub3, por exemplo, o investidor recebe R$ 100 mil fictícios para criar uma carteira tanto de longo prazo quanto para operações diárias. Isso possibilita testar estratégias e preparar-se antes de operar com dinheiro real.

“É interessante para a pessoa entender como funciona, principalmente a velocidade do mercado. Porque o desafio do investidor no day trade é essa rapidez do mercado”, explica Myrian Lund, professora da FGV.

Valeria Vanessa Eduardo, professora do curso de Ciências Contábeis da Anhanguera, acrescenta: “O day trade envolve muito risco, e o fator psicológico é muito pesado. É preciso estudar muito, e essas plataformas possibilitam isso. Com o tempo, você mesmo vai criando suas estratégias.” Ela também ressalta que os simuladores ajudam o investidor a levar em conta fatores como imposto de renda e corretagem, que podem reduzir os ganhos líquidos.

Mini-contratos de índice e de dólar

No Hub3, os investidores podem fazer a simulação do day trade usando três tipos de contratos futuros: mini-índice (WIN), minidólar (WDO) e futuro de bitcoin (BTC). São derivativos que permitem ao trader operar sobre o comportamento do preço de certos ativos, sem a necessidade de comprar ou vender o ativo em si.

  • Mini-índice (WIN): Reflete o desempenho do Índice Bovespa (Ibovespa), um dos principais índices do mercado de ações brasileiro. Cada ponto do mini-índice vale R$ 0,20. Por exemplo, se o Ibovespa está a 120.000 pontos, o valor do contrato seria R$ 24.000 (120.000 pontos x R$ 0,20).
  • Minidólar (WDO): Representa a variação do dólar frente ao real. Cada ponto do mini-dólar vale R$ 10 e cada mini-contrato considera US$ 1.000. Ou seja, se a cotação do dólar estiver em R$ 5.000, o valor do contrato será R$ 50.000 (5.000 pontos x R$ 10).
  • Contrato futuro de bitcoin (BTC): o contrato usa o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC) como referência. O valor de um contrato equivale a 0,1 bitcoin, ou seja, 10% do valor da criptomoeda em reais. Para operar, é necessário uma garantia de R$ 100 por contrato.

Gestão de riscos

Uma das grandes vantagens dos simuladores é a possibilidade de testar estratégias de gestão de risco. “Você vai ter perdas e precisa definir quanto está disposto a arriscar nesse mercado”, diz Lund. Ela recomenda que o trader limite o montante investido no day trade, garantindo que o valor não comprometa o patrimônio pessoal.

A gestão de risco pode ser feita de duas formas principais. Primeiramente, pela margem de garantia – um valor exigido pelas corretoras para quem opera contratos futuros, como mini-índice e mini-dólar. Ao limitar esse valor, o trader restringe sua perda máxima.

Outra forma é utilizando ordens automáticas de compra e venda. Por exemplo, se você comprou um mini-contrato de dólar a R$ 5.491 , pode definir uma ordem de stop loss (limite de perda) a R$ 5.480. Isso significa que, se a cotação do dólar cair para esse nível, sua posição será fechada automaticamente, limitando sua perda a R$ 110 (11 pontos x R$ 10 por ponto).

Da mesma forma, é possível definir uma ordem de stop gain (limite de ganho) para proteger seus lucros. Se, por exemplo, você coloca a ordem de stop gain a R$ 5.555, sua posição será encerrada automaticamente quando o dólar atingir esse valor, garantindo um ganho de R$ 640 (64 pontos x R$ 10 por ponto).

“A gente recomenda definir esses parâmetros antes de entrar numa posição, pois o mercado pode mudar rapidamente”, orienta Myrian Lund. “Isso reduz a chance de decisões emocionais no calor do momento. Na bolsa, você precisa ser frio.”

Ela também reforça a importância de seguir o planejamento inicial: “Se você entrou esperando uma alta de 5%, venda quando o preço atingir esse patamar, sem esperar por mais. Essa disciplina é fundamental para o sucesso no day trade”, finaliza.

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