ETFs, mercado futuro ou compra física: veja formas de investir em ouro
Ouro tem se valorizado nos últimos meses e é visto como ativo de segurança
Por Victor Rabelo
O ouro tem passado por um movimento de valorização nos últimos meses e chegou a atingir o recorde de US$ 3.500 por onça-troy (cerca de 32 gramas) em abril deste ano. A alta tem atraído a atenção dos investidores para esse ativo, que costuma ser visto como uma forma de proteção de patrimônio.
“O ouro tem se valorizado por conta de um cenário global marcado por instabilidade econômica e tensões geopolíticas como os conflitos no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia e incertezas políticas em grandes economias. Com isso, os investidores buscam segurança e o ouro costuma ser o primeiro destino”, diz Anderson Kuntzler, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos.
Além disso, Kuntzler explica que existe uma correlação entre e o valor do ouro e do dólar. “Há um componente técnico importante: o ouro é cotado em dólar. Quando a moeda americana perde força frente a outras divisas, o ouro tende a se valorizar, pois fica mais barato para investidores estrangeiros. Outro fator que impulsiona a cotação do metal é a inflação global mais persistente”, completa.
Para investir em ouro, é necessário estar ciente de seu perfil de risco e entender quais são as formas e as características de cada modalidade de investimento. Entre as opções disponíveis estão a compra do ouro físico, os ETFs e os contratos futuros.
Ouro físico
A compra do ouro físico é uma forma mais tradicional e de fácil compreensão, mas demanda algumas preocupações. “Ouro físico oferece a posse direta do metal, mas tem menor liquidez. Exige cuidados com armazenamento, segurança, além de expor o investidor a riscos de perda, roubo ou deterioração”, comenta Kuntzler.
No mesmo sentido, Jeff Patzlaff planejador financeiro CFP® e especialista em economia de consumo, afirma que “o ouro físico é uma propriedade real, sem risco de contraparte, mas com custos logísticos e menor liquidez”.
ETFs de ouro
ETFs (Exchange Traded Fund) são fundos negociados em bolsa que acompanham o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa B3 ou um índice que mede, por exemplo, a cotação do ouro no mercado internacional. Nesse último caso, o investidor adquire um ativo que segue o valor do ouro, sem a necessidade armazenar o metal em um ambiente físico.
“ETFs de ouro são cotas negociadas em bolsa que acompanham o preço do metal. Têm alta liquidez, são fáceis de operar e não envolvem a posse física do ativo. Em contrapartida, estão sujeitos a taxa de administração, risco de mercado e risco do próprio fundo”, afirma Anderson Kuntzler.
Futuro de ouro
Um contrato futuro é um acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo a um preço predeterminado em uma data futura. Esses contratos são negociados em bolsas, permitindo maior liquidez e transparência, e usados para proteção contra a volatilidade de preços (hedge) ou especulação.
Em julho, a B3, a bolsa de valores do Brasil, lançou o Contrato Futuro de Ouro (ticker: GLD). O derivativo foi desenhado para facilitar o acesso dos investidores ao mercado de ouro em um ambiente de bolsa regulado, seguro e transparente, com liquidação exclusivamente financeira e referência no preço internacional do metal.
“Os investidores podem usar como hedge para proteção contra quedas. Também como especulação, que permite lucrar com alta ou baixa do ouro, sem necessidade de posse física. Em suma, o contrato GLD da B3 oferece uma alternativa prática, bem regulada e eficiente para quem deseja exposição ao ouro sem complicações logísticas, ideal para integrar uma carteira diversificada, reduzindo risco e potencializando retornos acima da média em períodos de volatilidade”, conclui Jeff Patzlaff.
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