Gerenciamento de risco no Day Trade: técnicas para proteger seu capital

O Day Trade é uma estratégia que consiste em obter ganhos a partir da variação de preço de determinada ação ou ativo num mesmo dia. Costuma ser adotada por investidores de perfil arrojado, devido aos riscos envolvidos, e atrai pela possibilidade de ganhos no curto prazo. 

Por isso, fazer um gerenciamento de risco adequado é essencial para minimizar perdas e até maximizar os ganhos nas operações. Confira o que é e como fazer!

O que é gerenciamento de risco no Day Trade? 

O gerenciamento de risco no Day Trade inclui avaliar o risco de prejuízos e determinar o tamanho apropriado da posição de negociação com base no nível de risco que o investidor considera aceitável. 

Envolve práticas como estabelecer Stop Loss e Stop Gain (limites de perda e ganho) para limitar as perdas e maximizar os ganhos, além de implementar estratégias para lidar com eventos inesperados no mercado.

“Day trade é um tipo de operação no mercado financeiro em que qualquer erro pode ser crucial para perda de capital. Por isso, deve-se estabelecer antes de qualquer operação quais os pontos de entrada, saída, lucro que você está buscando e prejuízo máximo aceitável naquela operação”, afirma Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk.

A importância do gerenciamento de risco no Day Trade

Segundo Sant’ Anna, mais importante do que criar um gerenciamento de risco é aplicar a estratégia no seu dia a dia, como se fosse um protocolo de segurança. Ele destaca que o mercado financeiro está sujeito a inúmeras variações, como notícias, indicadores, falas de autoridades, bancos mudando posições rapidamente, e tudo isso pode – e vai – pegar o investidor de surpresa com alguma frequência.

“Quem não cumpre o estabelecido no gerenciamento de risco normalmente ‘quebra’ no mercado antes do primeiro ano, contudo, aqueles que conseguem aceitar o lucro e/ou prejuízo, tendem a fortalecer seu conhecimento, sua leitura, e podem se tornar bons operadores”, aponta.

Principais estratégias de gerenciamento de risco no Day Trade

Stop Loss e Stop Gain

Uma das ferramentas mais importantes no gerenciamento de risco é o uso do stop loss/stop gain, ordens predefinidas que para a operação seja liquidada automaticamente quando o preço do ativo atinge um determinado nível estipulado pelo trader, limitando assim as perdas e protegendo o seu capital.

“Muitos traders não aceitam o GAIN (operação com lucro), por acharem que é pouco dinheiro ou por acreditarem que o mercado vai lhe pagar mais. Isso é um veneno para o operador, pois ele já havia estabelecido aquele ponto como saída de uma operação. Mas aí ele quer mais, e mais, e mais… e acaba devolvendo tudo [se o mercado vira], por conta de não seguir sua estratégia inicial”, alerta Felipe Sant’ Anna.

Limite de perda diária no Day Trade

Estabelecer um limite de perda diária é uma prática essencial para evitar que as emoções prejudiquem as decisões de trade. Uma vez alcançado o limite, o trader deve parar de operar para evitar prejuízos maiores, preservando assim o capital e a saúde emocional.

“Aceitar a operação com prejuízo é a maior dificuldade dos traders, que acabam mantendo uma operação perdedora por mais tempo do que o planejado, acreditando, ou até mesmo ‘orando’ para que o preço volte ao seu ponto de entrada”, destaca o especialista da Star Desk.

Para ele, esse tipo de situação pode levar o operador a quebrar sua conta, consumindo todos os seus recursos, simplesmente por não aceitar que a estratégia falhou. “Na minha sala nós sempre lembramos: o primeiro stop loss é sempre o mais barato”.

Implementação de um Plano de Gerenciamento de Risco

Avaliação do perfil de risco

Antes de iniciar as operações, descubra e avalie seu perfil de risco, determine sua tolerância a perdas e seus objetivos financeiros.

Estudo sobre o mercado

Busque conhecimento sobre o mercado e tudo o que compõe o mercado financeiro, desde a macroeconomia até as análises e diferentes estratégias de investimentos.

Definição de estratégias

Com base no perfil de risco, defina as estratégias de gerenciamento de risco, assim como as análises de atuação no Day Trade.

Definição de risco x retorno na operação

A chave para uma gestão de risco eficaz é encontrar o equilíbrio certo entre risco e retorno. Traders devem estar dispostos a assumir riscos calculados para obter retornos significativos, mas sem comprometer a segurança do capital.

Escolha das ferramentas adequadas

Selecione plataformas operacionais e ferramentas que ofereçam recursos robustos para a gestão de risco.

Implementação e monitoramento

Coloque em prática as estratégias definidas e monitore continuamente as operações para fazer ajustes quando for necessário.

Revisão e ajustes

Periodicamente, revise o plano de gerenciamento de risco e faça ajustes para refletir mudanças nas condições de mercado ou nos seus objetivos financeiros.

Dicas essenciais no Day Trade

Faça um planejamento de lucro e prejuízo antes de começar o trade, ressalta Sant’ Anna. “Não importa o que aconteça, siga o gerenciamento até o final, se preciso for, saia, pegue um café, e volte para montar uma nova operação”, diz ele. “Se for esticar uma operação, que seja o Gain, nunca uma operação perdedora” – ou seja, só mude o ponto de saída de uma operação quando a posição já está com lucro e você vislumbra a possibilidade de ganhar mais. Não aceite um prejuízo maior do que o seu limite pré-estabelecido por acreditar que o mercado vai voltar a subir e você terá um prejuízo menor no futuro.

Ele também aconselha a esquecer “os influencers da internet”, já que cada um tem a sua realidade. “Se você alocou R$ 1.000 como garantia para suas operações, R$ 50 de gain no dia são 5%, isso é um rendimento fantástico no mercado financeiro, praticamente impossível de se manter no longo prazo, entenda isso”, completa.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.