Opções de Dólar: saiba o que é e como investir nesse produto
Opções de Dólar são instrumentos derivativos que podem ser usados para fazer hedge ou especulação
Por Victor Rabelo
Existem diferentes formas de um investidor usar o dólar como como investimento e uma delas é por meio do mercado de Opções. Os contratos de Opções de Dólar são instrumentos derivativos que podem ser usados para fazer hedge, ou seja, criar uma estratégia de proteção contra possíveis perdas, ou para obter lucro com especulação.
Em resumo, com um contrato de Opção o investidor tem o direito de comprar ou vender dólares por um valor predeterminado até a data de vencimento do contrato.
O professor da FIA Business School, Marcos Piellusch, explica que “as Opções de Dólar podem ser usadas tanto para hedge quanto para especulação, mas sua origem está associada principalmente à proteção cambial. Empresas importadoras, exportadoras, fundos e instituições financeiras usam Opções para se proteger da variação cambial, travando um valor mínimo ou máximo de compra ou venda de dólares”, diz.
Por outro lado, Piellusch afirma que “investidores também utilizam as Opções como forma de apostar na alta ou na baixa do dólar, aproveitando o efeito alavancado do prêmio. Ou seja, trata-se de um produto versátil, mas que exige bom entendimento da dinâmica de Opções e da estrutura de riscos”, complementa o professor.
Da teoria à prática
Atualmente, o contrato padrão de Opção de Dólar tem tamanho de US$ 50 mil e lote mínimo para negociação de cinco contratos. Além do contrato padrão, a B3 tem disponíveis também as Minis Opções de Dólar com vencimentos mensais e semanais. No caso das Minis, cada contrato tem tamanho de US$ 10 mil, e lote mínimo de negociação de 1 contrato.
Considerando um exemplo prático, vamos supor que na data de vencimento você possua uma Mini Opção de compra (call) com strike de R$ 5,25 e o dólar esteja cotado a R$ 5,50. Ao exercer esse direito, você poderá adquirir US$ 10 mil por R$ 52.500, enquanto no mercado à vista essa mesma quantia custaria R$ 55.000.
Agora, considere o cenário oposto: o dólar continua cotado a R$ 5,50, mas você possui uma Mini Opção de venda (put) com strike de R$ 5,75. Se decidir exercer essa opção, poderá vender US$ 10 mil por R$ 57.500, mesmo que o valor de mercado seja R$ 55.000.
É importante destacar que, no jargão do mercado, o preço pelo qual o investidor tem o direito de comprar ou vender é chamado de strike. Além disso, existe o prêmio, que representa o valor de negociação da opção.
Diferença entre Opções e mercado futuro
Por terem características semelhantes e serem usados como hedge e especulação, as Opções e o mercado futuro costumam ser confundidos. O professor explica que “a principal diferença está na natureza do contrato e na estrutura de risco. O contrato futuro de dólar envolve a obrigação de compra ou venda, exige margem e tem ajustes diários. O risco e o ganho são ilimitados”.
Já as Opções de Dólar “conferem um direito, não exigem margem (apenas pagamento do prêmio), e o risco do comprador é limitado ao valor pago. São mais sensíveis à volatilidade e ao tempo. As Opções oferecem maior controle de risco para o comprador, enquanto os futuros são mais líquidos e diretos para operações de hedge e especulação pura”, afirma.
Confira abaixo quadro comparativo com as semelhanças e diferenças entre os produtos:
Característica | Contrato Futuro de Dólar | Opções de Dólar |
Natureza do contrato | Obrigação de comprar/vender no futuro | Direito de comprar/vender (sem obrigação) |
Margem exigida | Sim, com ajustes diários | Não há margem (apenas pagamento do prêmio) |
Risco | Ilimitado | Limitado ao prêmio (para o comprador) |
Ganho potencial | Ilimitado | Ilimitado (dependendo da estratégia) |
Liquidez | Alta | Moderada, varia conforme o strike |
Alavancagem | Alta, via margem | Alta, via prêmio (risco controlado) |
Indicação | Especuladores, hedgers experientes | Hedgers, especuladores, estratégias estruturadas |
Confira também dicas do professor Marcos Piellusch para quem quer começar a operar Opções de Dólar:
1. Estude os conceitos fundamentais: entenda bem o que são e como funcionam call, put, prêmio, strike, vencimento e as ‘gregas’ (delta, vega, theta).
2. Comece com simulações ou contratos pequenos: use plataformas com dados reais para testar suas estratégias.
3. Foque em estratégias simples como: compra de call para alta ou compra de put para baixa do dólar.
4. Gerencie o risco com disciplina: defina limites de perda e nunca aloque mais que uma pequena fração do capital.
5. Acompanhe a liquidez e o vencimento: opte por séries mais líquidas (com vencimento próximo e strike dentro ou próximo do dinheiro).
6. Monitore a volatilidade: o preço da Opção varia não só com a cotação do dólar, mas com a volatilidade implícita — o que exige acompanhamento constante.
Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor. Caso queira fazer simulações de day trade, baixe o app Hub3.