Derivativos

Ouro caminha para maior queda diária desde 2013

De acordo com analistas, a queda é um movimento de correção técnica e realização de lucros após o rali recente

Os preços do ouro no mercado internacional operam em queda de mais de 5% na tarde desta terça-feira (21), caminhando possivelmente para a maior queda diária em mais de dez anos, segundo o WSJ. As cotações da prata e platina acompanham a tendência e também operam em queda.

Segundo o Dow Jones Market Data, a cotação do contrato futuro mais líquido do ouro não recua mais de 5% em uma sessão desde junho de 2013.

O recuo acontece após semanas de valorização do metal precioso e sucessivos recordes registrados. Mesmo com a desvalorização de hoje, a cotação do ouro acumula valorização de mais de 50% em 2025. Só nos últimos 30 dias, o avanço é de 9,40%.

De acordo com analistas, a queda é um movimento de correção técnica e realização de lucros após o rali recente. Além disso, a percepção de avanço nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos aumenta o apetite a risco por parte dos investidores.

Bolha no preço do ouro?

O recuo nos preços do metal acontece um dia após o economista chefe de mercados da Capital Economics, John Higgins, alertar para uma sobrevalorização da commodity. “No início de 2025, o preço real do ouro (ajustado pela inflação) já estava próximo do pico de 1980. Agora, está cerca de 60% acima daquele pico e mais de três vezes a média desde 1980”, diz o artigo publicado.

Para Higgins, não há motivos que expliquem os preços atuais. Segundo ele, a inflação corrente mais elevada poderia ser um fator, mas as taxas de inflação em dólar têm caído desde o pico da pandemia. “Poderia ser o medo de inflação mais alta no futuro? Isso parece plausível à primeira vista, dadas as preocupações com uma desvalorização gradual do dólar”, diz ele. No entanto, os dados de mercado não aponta uma elevação na inflação futura.

“Inúmeras outras explicações para a força do ouro também foram apresentadas, como a diversificação de reservas em dólar; gestores de ativos aumentando sua exposição ao metal por meio de ETFs; demanda crescente da China; e o simples medo de ficar de fora [FOMO]”, diz Higgins. “Alguns desses fatores podem ser ‘estruturais’ e, portanto, continuar sustentando o preço do ouro”, continua o economista. “Mas também parece cada vez mais possível que o ouro esteja em uma bolha que estourará em breve”.

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