ETFs

Nubank lança dois novos ETFs baseados em índices derivados do Ibovespa

Conheça os índices Smart Beta, criados pela B3 em parceria com o Nubank

O mercado de ETFs no Brasil terá a partir de agora mais duas alternativas para os investidores. A Nu Asset lança nesta terça-feira (16/07) dois novos fundos, baseados em novos índices derivados do Ibovespa. Os novos indicadores, criados em parceria com a B3, têm como objetivo capturar, dentro da carteira do Ibovespa, o desempenho das empresas com maior e menor volatilidade.

“Os índices smart beta derivam de um índice amplo para um índice um pouco mais restrito, mais temático”, explica Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management. “Ele mantém as características de transparência e baixo custo de um índice amplo, como Ibovespa, mas busca alfa, ou seja, busca retorno acima do benchmark”.

Com os novos índices e ETFs, diz Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, “o investidor tem mais possibilidade de diversificar a carteira e construir um portfólio sofisticado”.

As cotas dos dois fundos começam a ser negociadas nesta terça-feira, a R$ 100.

LVOL11

O Ibov Smart Low Volatility B3 busca uma carteira de volatilidade menor que o Ibovespa. Caso existisse desde 2003, o novo índice teria reduzido, em média, 20% da volatilidade em comparação ao Ibovespa B3, aumentando o retorno acumulado em mais de 850%, segundo levantamento retroativo feito pela B3 e pela Nu Asset, a partir da aplicação do novo índice.

A ideia do ETF, diz Kikuchi, é trazer “conforto emocional e diminuição de estresse na volatilidade alta”. Segundo ele, muitas vezes, o investidor tem dificuldade de se manter em um ativo de mais risco e acaba se desfazendo em momentos de prejuízo. “O fator principal da redução da volatilidade, muito possivelmente, pode trazer uma forma mais eficiente de estar alocado em bolsa no longo prazo”, diz.

Em ciclos de alta, o índice de menor volatilidade tende a render menos do que o Ibovespa. Mas em momentos de queda do índice amplo, a tendência é de uma queda menor no índice Ibov Smart Low Volatility B3.

A carteira atual do índice tem ações de 28 empresas do Ibovespa. As cinco ações com mais representatividade no índice são ABEV3, BBDC4, CPFE3, ITUB4 e HYPE3.

HIGH11

Já o Ibov Smart High Beta B3 seleciona um terço das ações do Ibovespa B3 com o maior Beta, ou seja, aqueles papéis que sobem ou caem mais em relação à média do Ibovespa. Se o índice existisse desde 2006, teria tido uma oscilação 20% superior ao Ibovespa.

É um portfólio composto por ações de maior volatilidade. “Por ter um beta mais elevado, ele tem uma característica de maior amplitude”, afirma Kikuchi. “É uma possibilidade de aproveitar os ciclos de alta. É um aspecto mais tático, de se beneficiar das empresas de maior beta em determinados ciclos”.

A carteira atual do índice tem ações de 28 empresas do Ibovespa. As cinco ações com mais representatividade no índice são USIM5, CSNA3, GOAU4, GGBR4 e PETR4.

Foco em crescimento de ETFs

Segundo Kikuchi, a aposta da Nu Asset nos ETFs tem base em estudos sobre os mercados de fundos listados em outros países. “Vemos um crescimento exponencial dos ETFs no mundo”, afirmou. De acordo com dados apresentados, o crescimento médio do mercado de ETFs no mundo foi de mais de 20% ao ano de 2006 a 2024, para US$ 12,6 trilhões de dólares atualmente.

“É uma tendência muito forte, porque o produto é muito bom”, completou Henio Scheidt, gerente de Índices da B3. “Nos EUA, a maior parte dos assessores oferecem ETFs para seus clientes, uma mudança que aconteceu nos últimos anos”.

A América Latina e o Brasil, entretanto, estão um passo atrás nessa tendência. Na região, o valor investido via ETFs saiu de US$ 10 bilhões para US$ 20 bi de de 2014 para 2024. No País, o volume de ETFs representa apenas 0,49% de todos os ativos de fundos. “A gente vê isso como oportunidade”, diz Kikuchi. No ano passado, a Nu Asset lançou o primeiro ETF brasileiro com distribuição de dividendos.

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