As perspectivas para o mercado de Fundos Imobiliários (FIIs) no Brasil
Em painel na Expert XP 2025, gestores apontaram os impactos da Selic nos FIIs
A alta da Selic, a taxa básica de juros, pressiona ativos de renda variável ao fazer com que os investidores migrem parte do seu dinheiro para a renda fixa. Com os Fundos Imobiliários (FIIs) não é diferente e o setor sentiu esse impacto no último ano com a sequência de altas promovidas pelo Copom.
No entanto, a categoria de ativos já mostra uma recuperação neste ano, e essa é parte da perspectiva de especialistas da área, que estiveram em painel na Expert XP 2025, para o futuro do mercado desses fundos.
Um dos indicadores disso é que o IFIX B3, índice que mede o desempenho dos fundos de investimento imobiliário (FIIs) listados na bolsa do Brasil, bateu recorde no começo de julho. Desde o início do ano até agora, o indicador acumula alta de mais de 11%.
“Quando falamos de taxa de juros, é entender que a alta tira a atratividade de novas emissões, mas também é uma oportunidade de entrar em FIIs em um preço mais atrativo”, afirmou Andre Masetti, Gestor de Fundos da XP Asset.
Para Masetti, quando se olha FIIs de Papel, é importante avaliar a geração de caixa das empresas e não apenas o risco de dívida pela Selic alta, o que é uma diferença entre os FIIs de tijolo que contam com financiamento direto.
Já na avaliação de fundos de Tijolo, Rodrigo Abbud, sócio do Patria Investimentos, o movimento dos FIIs se dá pela característica de ser um investimento muito ligado à pessoa física.
“Essa mudança dos investidores para a renda fixa cria essas distorções e oportunidades nos preços. O cenário é de precificação muito abaixo do que deveria, com perspectivas de crescimento em ocupação e renda”, destaca.
Abud ainda diz que o setor “só está a um vento a favor, como o começo da queda de juros, para voltar a desempenhar melhor do que está. Mas, que quem deixar para fazer a entrada em FIIs quando a Selic cair, vai perder a oportunidade”.
Evolução dos FIIs
Além da perspectiva de melhora no setor de FIIs com uma possível baixa da Selic, Gustavo Ribas, sócio da Navi Capital, ainda ressalta que há uma tendência de evolução do setor com a entrada cada vez maior dos investidores institucionais.
Além disso, Ribas afirma que do ponto de vista de gestão, novas tecnologias vêm ajudando no aprimoramento. “Há projetos de uso de IA para resumir os Fatos Relevantes dos fundos, o que acelera e gera uma eficiência maior na gestão e chega ao investidor final com melhores preços”.
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