Fundos de investimento: saiba qual escolher antes de investir

Como ler uma lâmina de fundo?

Feita pelos gestores, a lâmina é o documento que apresenta as principais características operacionais do fundo de investimentos. Nela, você terá acesso a informações essenciais, como:

• Objetivos do fundo;
• Taxas, como a de administração e performance;
• Rentabilidade acumulada;
• Política de investimentos;
• Valor mínimo para aplicação;
• Histórico de desempenho;
• Indicadores de rentabilidade e riscos;
• Critérios de resgate;
• Carência.

A lâmina do fundo é geralmente disponibilizada pelas corretoras ou bancos de investimentos que fornecem aquele ativo. E, apesar de o documento ser uma fonte essencial, é importante checar:

• Regulamento e prospecto: informa a política de investimento, que caracteriza a classe do fundo, assim como se o fundo é em formato aberto ou fechado (quais as regras para sair do fundo);
• Formulário de informações complementares: contém o local, o meio e a forma de divulgação de informações do fundo e como o cotista pode pedir informações.

Estes documentos somados trazem todas as informações do fundo de investimento, e comumente são disponibilizados juntos ao investidor.

Guia ponto a ponto

Após saber os principais pontos, é fundamental entender como analisá-los. Lembre-se de que é preciso considerar todas as informações presentes no documento antes de comprar sua cota.

Confira o passo a passo para fazer essa avaliação:

1. Conferir o tipo de fundo e seu perfil

O primeiro passo importante é verificar o tipo do fundo, ou em quais ativos ele prioritariamente investe – de renda fixa, renda variável, imobiliário, multimercado ou cambial.

Cada tipo é indicado para um perfil de investidor e também pode se encaixar melhor dependendo dos seus objetivos. Se você tem um perfil conservador e cogita entrar em um fundo arrojado, pode se sentir desconfortável diante da volatilidade.

Da mesma forma, fundos conservadores podem ser menos adequados para investidores arrojados. Isso porque eles tendem a se frustrar com a rentabilidade dessas alternativas. Fundos arrojados podem não ser adequados para investir na reserva de emergência, por exemplo.

Por outro lado, quem tem objetivos de longo prazo pode ter rentabilidade limitada se optar por fundos conservadores.

2. Avaliar a estratégia do fundo

A lâmina também indica qual é a estratégia utilizada para atingir o objetivo do fundo e o índice de referência. Também chamado de benchmark, ele apresenta o resultado que o gestor pretende alcançar ou superar.

Um benchmark muito comum utilizado pelos fundos de investimento é o CDI (certificado de depósito interbancário), que está sempre próximo da taxa básica de juros (Selic). Para os fundos de ações, por outro lado, é comum considerar o Ibovespa. Porém, existem outros indicadores de mercado que podem ser usados.

3. Identificar os agentes do fundo

Outro passo importante é entender quem são os gestores, administradores, distribuidores e custodiantes do fundo. No site da CVM você pode conferir todos os fundos devidamente registrados e autorizados pela reguladora. Assim como pode conferir na Anbima o ranking de melhores gestores de fundos de investimentos.

O gestor, por exemplo, é responsável por implementar a estratégia indicada na lâmina. É ele quem seleciona e realiza os investimentos com os recursos dos cotistas. O desempenho dos fundos depende, entre outros fatores, de um bom trabalho do gestor. Vale analisar o histórico do fundo para entender melhor esse ponto, embora rendimento passado não seja garantia de rentabilidade futura.

4. Verificar o aporte mínimo e taxas

A lâmina dos fundos de investimento indica qual é o valor mínimo de aportes. Também podem existir regras para valores mínimos de movimentação e prazo para permanência no fundo.

Antes de investir, analise se esses valores estão de acordo com o seu planejamento financeiro. Além disso, aproveite para avaliar as taxas cobradas pelo fundo. Em geral, é preciso pagar uma taxa de administração, que funciona como a remuneração do gestor.

Em alguns casos, ainda há uma taxa de performance, cobrada quando o desempenho do fundo supera o benchmark/meta. Como os custos afetam a rentabilidade, é preciso ter atenção às taxas para determinar se elas são adequadas ao que o investimento oferece — ou tem potencial de oferecer.

5. Analisar os prazos de rendimento e resgate

Em relação aos prazos, um dos dados essenciais é o de cotização da aplicação. Se for D+0, por exemplo, significa que o investimento é convertido em cotas no mesmo dia.

Outro prazo importante é o de resgate. É preciso observar o prazo de liquidação e a conversão em dinheiro na conta do investidor. Se a soma dos dois for D+30, significa que levará 30 dias para você resgatar o valor investido, por exemplo. Vale também checar quanto tempo após o pedido de resgate a cota sai, de fato, do fundo, o chamado prazo de cotização. Isso pode ser importante para pensar no timing correto.

Exemplificando: se o prazo de resgate de um fundo é de D+30, então a cota que vai ser utilizada para saber quanto será o valor resgatado será a daquele 30º dia após a solicitação. Isso quer dizer que a cota continuará seu trajeto de valorização, ou queda, até o fim do prazo de cotização.

Por isso a importância de saber desde o início os prazos, para não se assustar e ficar “na mão”, caso queira o dinheiro rapidamente, assim como escolher o momento certo para resgatar o investimento.

Ao seguir esse passo a passo, você poderá fazer uma melhor análise dos fundos de investimento. Antes de investir, considere essas informações em conjunto com o seu perfil de investidor e seus objetivos. Assim, será mais fácil escolher os fundos mais adequados para a sua carteira.

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