Fundos de Investimento

Estoque de FIIs já supera R$ 180 bilhões na B3. Veja os fundos mais negociados

Três décadas depois da criação dos FIIs, essa indústria ganha escala e globalização

O mercado de fundos de investimento imobiliários (FIIs) se consolidou ao longo dos últimos anos, e em 2025 superou a marca de R$ 180 bilhões em estoque, com uma base de quase 3 milhões de investidores, que diariamente negociam, em média, mais de R$ 300 milhões por meio dessa classe de ativos. Os números são do relatório anual de Fundos Imobiliários da B3, publicado nesta quarta-feira (26).

Confira aqui o relatório completo de FIIs 2025

Segundo agentes de mercado, três décadas depois da criação dos FIIs, essa indústria inicia ciclo “2.0″, marcado por ganho de escala e globalização, com a equiparação, neste ano, dos FIIs aos REITs (Real Estate Investment Trusts, classificação internacional de ativos imobiliários). Esses avanços atraíram um perfil de investidor que busca crescimento com proteção patrimonial de longo prazo e não apenas o rendimento imediato. Essa sofisticação refletiu diretamente na liquidez: o volume médio diário negociado (ADTV) passou de R$ 214 milhões em 2020 para R$ 316 milhões em 2025.

Reciclagem de portfólio e novo inquilino: confira os FIIs que mais renderam em outubro

O amadurecimento do investidor também aparece na diversificação dos ativos mais procurados. A lista dos fundos mais negociados nos últimos 12 meses mescla diferentes teses, desde a renda passiva recorrente dos galpões logísticos e shoppings até a dinâmica de crescimento patrimonial por meio dos fundos de papel (que investem em títulos de dívida do mercado imobiliário, como CRIs), e híbridos (que têm no portfólio tanto imóveis quanto ativos financeiros).

“O que observamos no estudo é que a indústria de fundos imobiliários no Brasil já encontrou seu espaço entre os investidores brasileiros e agora, a exemplo de outras classes, como os ETFs, está se sofisticando cada vez mais e entrando também no radar dos grandes investidores globais, à medida em que fortalecem continuamente suas estruturas e governança”, afirma Marcos Skistymas, diretor de Produtos Listados da B3. “Temos hoje uma prateleira de produtos com liquidez consolidada e ativos que dialogam com a economia real, como a logística do e-commerce e a infraestrutura urbana dos shoppings, mas também portfólios com ativos financeiros em diferentes patamares de retorno e risco, que possibilitam a montagem de carteiras diversificadas e sustentam um relevante fluxo de capital para o financiamento do setor imobiliário”, detalha o executivo.

De acordo com gestores que contribuíram com o anuário, à medida que os fundos brasileiros alcançam status equiparável aos REITs (Real Estate Investment Trusts) e passam a integrar índices internacionais (como o FTSE Global All Cap Index), a indústria mostra que está de portas abertas para investidores globais.

Confira os 5 FIIs mais negociados diariamente na B3:

1. CPLG11 (R$ 10,3 milhões/dia): Fundo de tijolo focado em logística, impulsionado pela demanda do e-commerce.

2. MXRF11 (R$ 9,5 milhões/dia): O fundo com maior número de cotistas da bolsa, operando modelo híbrido com foco em crédito imobiliário (CRIs).

3. XPML11 (R$ 8,9 milhões/dia): Fundo de tijolo de shoppings centers de alto padrão, capturando a retomada do varejo presencial após a pandemia.

4. CPUR11 (R$ 8,6 milhões/dia): Fundo híbrido de renda urbana, diversificando em imóveis de segmentos como supermercados e setor de saúde.

5. HGLG11 (R$ 7,6 milhões/dia): Um dos mais tradicionais fundos de logística, focado em galpões industriais em diversos estados.

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