IFIX acumula alta de mais de 10% no 1º semestre; veja os FIIs que mais renderam e as perspectivas para o segmento
Confira a lista de fundos imobiliários com os maiores rendimentos em junho
O IFIX B3, índice que mede o desempenho dos fundos de investimento imobiliário (FIIs) listados na bolsa do Brasil, bateu recorde no começo de julho. Desde o início do ano até agora, o indicador acumula alta de mais de 11%.
É uma mudança relevante no cenário que existia para o segmento até o ano passado. Em 2024, a escalada da Selic no segundo semestre pressionou as cotações dos FIIs listados. Em um ambiente de juros mais elevados e maior aversão a risco, investidores migraram seu capital de ativos como os FIIs em busca de maiores rendimentos na renda fixa.
Em relatório, a XP resume: “o primeiro semestre de 2025 foi marcado pelo bom desempenho dos fundos listados, mesmo diante de um cenário adverso, caracterizado por juros elevados, incertezas domésticas e externas, e debates ainda em curso sobre a possível tributação desses ativos”. Segundo o documento, “sem grandes catalisadores que justificassem esse resultado, atribuímos o desempenho positivo principalmente à reversão do excesso de pessimismo dos investidores observado entre o final de 2024 e janeiro de 2025 — período em que fundos imobiliários, por exemplo, negociaram com descontos superiores aos padrões históricos em diversas métricas de avaliação”.
O professor de finanças Arthur Vieira de Moraes também atribui a valorização das cotas aos movimentos na curva de juros. “O que explica essa melhora nos últimos meses foi a queda da taxa longa de juros”, explica.
Agora, com a perspectiva do mercado de que a Selic tenha alcançado o pico de 15% neste ciclo atual, abre-se espaço para algum otimismo, ainda que com cautela. “Com o encerramento do ciclo de aperto monetário, acreditamos que esses fundos podem apresentar bons resultados no segundo semestre, mesmo em um ambiente de volatilidade acentuada que ainda exige cautela. Essa expectativa é sustentada por fundamentos setoriais sólidos e níveis de preço atrativos, tanto em termos de rendimento (carrego) quanto de potenciais ganhos de capital”, diz o relatório da XP.
Além disso, Arthur destaca que os fundamentos para o investimento no setor seguem sólidos. “Os escritórios têm aumentado a ocupação, os shoppings seguem com boas vendas”, diz. “Não houve nenhum motivo do mercado imobiliário que justificasse as quedas que ocorreram antes”, lembra.
Com a recuperação no preço das cotas, a expectativa do professor é de uma retomada das emissões de FIIs no segundo semestre. Há tempos, grande parte dos fundos imobiliários tinha suas cotas negociadas abaixo do valor patrimonial, algo visto como negativo para a realização de novas emissões.
“Ter gestores fazendo novas emissões seria muito saudável para o mercado. Assim, fundos com dívidas poderiam usar esse dinheiro para melhorar sua alavancagem. E para quem tiver dinheiro no bolso, pode ser um bom momento para comprar bons imóveis”, explica o professor.
Já os fundos de papel, aqueles que têm em suas carteiras títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário, continuarão “a cumprir sua principal função, que é financiar empreendimentos imobiliários”, diz Arthur.
FIIs de papel x tijolo
Segundo a XP, diante da perspectiva de manutenção da taxa Selic em patamares elevados por período prolongado, a perspectiva é mais positiva para os fundos de papel, “especialmente os FIIs de recebíveis imobiliários com risco de crédito baixo a moderado”. Afinal, além de apresentarem perfil mais defensivo e carrego atrativos nesse contexto, muitos desses fundos ainda são negociados a preços atrativos”.
Entre os fundos de tijolo, a preferência da corretora é por FIIs com “portfólios de alta qualidade, localizados em regiões privilegiadas, que podem se beneficiar de reajustes positivos nos aluguéis, diante de uma demanda ainda resiliente, embora mais branda do que a observada no ano anterior”, diz o relatório. “Além disso, acreditamos que esses fundos podem se beneficiar de uma eventual melhora no cenário doméstico, à medida que se tenha um arrefecimento da inflação. Essa possibilidade, aliada aos elevados níveis de desconto que esses ativos são negociados, justifica sua presença nas carteiras dos investidores, apesar da nossa preferência momentânea pelos fundos de recebíveis”.
Isenção de IR
O professor comentou ainda as discussões sobre a tributação de rendimentos de fundos imobiliários. Segundo ele, uma eventual mudança na tributação dos fundos não é motivo para deixar de investir nessa classe de ativos. “Os fundamentos para os FIIs permanecem exatamente os mesmos. Um investidor não deveria investir em FIIs porque ele é isento, mas porque ele é irreplicável. Com ele, você tem acesso a ativos que não teria de outra forma”, destaca. “É um produto de renda variável cuja renda varia pouco. Se essa renda vier a ser tributada, o mercado vai se ajustar em preço. Mas os fundamentos se mantêm”, diz.
Confira os FIIs que mais renderam no mês de junho
A pedido do Bora Investir, a Quantum Finance fez um levantamento sobre os fundos que com maiores retornos positivos no mês de junho. Entre os dez primeiros no ranking geral, há diversidade nos tipos de FIIs: cinco são de papel (renda fixa), quatro são de tijolo (imóvel) e um deles é híbrido. Confira!
TOP 10 MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO MÊS (JUN/25) – FIIs: PAPEL, TIJOLO E MULTICLASSE | ||||
Nome do Ativo | Ticker | Classificação Setorial – Classe de Ativo | Classificação Setorial – Tipo de Imóvel | Retorno |
CARTESIA RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS RESP LIMITADA FII | CACR11 | Renda Fixa | Não se Aplica | 6,08% |
MAUÁ CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS RESP LIMITA FII | MCCI11 | Renda Fixa | Não se Aplica | 5,57% |
PÁTRIA ESCRITÓRIOS RESP LIMITADA FII | HGRE11 | Imóvel | Lajes Corporativas | 5,06% |
HOTEL MAXINVEST RESP LIMITADA FII | HTMX11 | Imóvel | Hotel | 4,94% |
DEVANT RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII | DEVA11 | Renda Fixa | Não se Aplica | 4,52% |
KINEA HEDGE FUND RESP LIMITADA FII | KNHF11 | Multiclasse | Híbrido | 4,13% |
BTG PACTUAL AGRO LOGÍSTICA RESP LIMITADA FII | BTAL11 | Imóvel | Logística | 3,99% |
TG ATIVO REAL FII | TGAR11 | Imóvel | Híbrido | 3,61% |
RBR CRÉDITO IMOBILIÁRIO ESTRUTURADO RESP LIMITADA FII | RBRY11 | Renda Fixa | Não se Aplica | 3,43% |
VBI RENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS I RESP LIMITADA FII | BARI11 | Renda Fixa | Não se Aplica | 3,32% |
LISTA MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO MÊS (JUN/25) – FIIs DE TIJOLO | |||
Nome do Ativo | Ticker | Classificação Setorial – Tipo de Imóvel | Retorno |
PÁTRIA ESCRITÓRIOS RESP LIMITADA FII | HGRE11 | Lajes Corporativas | 5,06% |
HOTEL MAXINVEST RESP LIMITADA FII | HTMX11 | Hotel | 4,94% |
BTG PACTUAL AGRO LOGÍSTICA RESP LIMITADA FII | BTAL11 | Logística | 3,99% |
TG ATIVO REAL FII | TGAR11 | Híbrido | 3,61% |
TIVIO RENDA IMOBILIÁRIA RESP LIMITADA FII | TVRI11 | Agências | 3,03% |
GUARDIAN REAL ESTATE RESP LIMITADA FII | GARE11 | Híbrido | 2,67% |
PÁTRIA RENDA URBANA RESP LIMITADA FII | HGRU11 | Híbrido | 2,64% |
RIZA TERRAX FII | RZTR11 | Rural | 2,21% |
VBI LOGÍSTICO RESP LIMITADA FII | LVBI11 | Logística | 2,00% |
RIO BRAVO RENDA CORPORATIVA RESP LIMITADA FII | RCRB11 | Lajes Corporativas | 1,85% |
LISTA MAIORES RETORNOS POSITIVOS NO MÊS (JUN/25) – FIIs DE PAPEL | ||
Nome do Ativo | Ticker | Retorno |
CARTESIA RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS RESP LIMITADA FII | CACR11 | 6,08% |
MAUÁ CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS RESP LIMITA FII | MCCI11 | 5,57% |
DEVANT RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII | DEVA11 | 4,52% |
RBR CRÉDITO IMOBILIÁRIO ESTRUTURADO RESP LIMITADA FII | RBRY11 | 3,43% |
VBI RENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS I RESP LIMITADA FII | BARI11 | 3,32% |
XP CRÉDITO IMOBILIÁRIO FII | XPCI11 | 2,79% |
VALORA CRI CDI RESP LIMITADA FII | VGIR11 | 2,34% |
CAPITÂNIA SECURITIES II RESP LIMITADA FII | CPTS11 | 2,32% |
RBR RENDIMENTO HIGH GRADE RESP LIMITADA FII | RBRR11 | 2,18% |
FATOR VERITÀ FII | VRTA11 | 1,81% |
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