R$ 1 trilhão podem entrar na Bolsa em um ciclo positivo, diz Gilson Finkelsztain, CEO da B3
O CEO da B3 também falou sobre a importância da educação financeira para a sociedade brasileira
Um ciclo mais positivo para a renda variável no Brasil, com juros mais baixos por aqui e a saída de capital dos EUA em direção a mercados emergentes, pode trazer para o mercado de ações R$ 1 trilhão de reais. A avaliação é de Gilson Finkelsztain, CEO da B3, que participou nesta quinta-feira (18) do AGF Day.
“A Bolsa subiu esse ano pouco mais de 20% com mais ou menos R$ 30 bilhões de estrangeiros. Eu acho que tem R$ 1trilhão para vir em um ciclo positivo, possivelmente que pode migrar para a Bolsa”, afirmou Gilson.
Segundo ele, hoje, dos aproximadamente R$ 10 trilhões da indústria de fundos no Brasil, só 5% estão em bolsa, entre fundos de ações e multimercados. Na média histórica, essa alocação é de em torno de 11%.
“Se a gente fizer só o retorno deste número para a média, de 5% para 11%, estamos falando de R$ 500 a R$ 600 bilhões de reais de fluxo para a Bolsa. Se somar a isso uma tendência global de diversificação, de saída dos Estados Unidos, que a gente já está vendo pelo enfraquecimento de dólar, podem vir outros US$ 100 mil”, explicou Gilson. “Obviamente, para isso, a gente tem que ter inflação mais baixa, fiscal sob controle e definitivamente os juros mais baixos”.
Educação financeira
O CEO da B3 também falou da importância da educação financeira. “A gente sempre acreditou muito que investimento em educação financeira é importante para a sociedade”, disse. “Hoje, a gente impacta pelo menos 15 a 20 mil alunos por mês, mais de 400 mil alunos já passaram pela B3 Educação. E nosso pilar de educação financeira está calcado em parcerias, temos parcerias com o Tesouro Nacional, o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários, com corretoras. Acreditamos que educação é um esforço que precisamos fazer em conjunto”.
Gilson citou também a Olitef, iniciativa recente que o Tesouro promoveu junto com a B3 que já alcançou quase 2,5 milhões de alunos. “Educação financeira precisa começar cedo. A Olitef foi um marco, estamos começando cada vez mais cedo essa jornada de educação financeira, é assim que a gente vai mudar a sociedade”.
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, falou também sobre como o Tesouro Direto tem sido uma porta de entrada para os brasileiros nos investimentos. “O Tesouro Direto serve como plataforma de entrada, é um primeiro momento de segurança para investidor começar uma jornada”, disse.
Foco na experiência do usuário: como o Tesouro Direto alcançou 3 milhões de investidores
Segundo Ceron, recentemente o Tesouro e a B3 passaram a focar nos objetivos financeiros, em vez de nos produtos, para atrair mais investidores para o Tesouro Direto. “Temos o trabalho de tirar a discussão do cenário muito árido, de Selic, IPCA, siglas como NTN-B, e mudamos um pouco o foco para objetivos financeiros, o que o torna mais palatável para investidores que estão começando a jornada”.
Como exemplo, ele citou os títulos Tesouro Renda+ e Educa+, desenhados para gerar renda extra para investidores no futuro. “Depois que o investidor começa a tomar gosto pelos objetivos, começa a testar renda variável, produtos mais sofisticados”.
Gilson lembrou ainda que um próximo passo para o Tesouro Direto é a extensão dos horários de negociação dos títulos. “Estamos trabalhando em conjunto para viabilizar. É o início de uma jornada que parece ser uma tendência, estamos em discussão de quais ativos e quais horários. A gente tem bastante interesse nisso, há demanda, e a gente deve começar no início do ano que vem”, disse.
Facilitar o acesso a diferentes produtos, inclusive, tem sido um dos objetivos da B3. “A gente tem que fechar esse gap que a gente chama de sofisticação do nosso mercado e de acesso aos produtos financeiros que, anos atrás, só eram acessíveis para clientes de patrimônio multimilionário”, disse. Essa jornada, segundo ele, “passou por dar acesso a produtos mais complexos, como fundos imobiliários, ETFs, BDRs. Já lançamos mais de mil BDRs e ETFs nos últimos três anos. Há uma tendência de ter cada vez mais esses investimentos dentro da carteira dos investidores, ETFs principalmente”.
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