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Conselhos financeiros: o que serve para um, não necessariamente serve para você


Carol Stange, colunista Bora Investir. Fonte: Arquivo pessoal.

Carol Stange

Planejadora financeira e consultora independente de investimentos, Carol Stange atua como multiplicadora do programa “Eu e meu dinheiro” do Banco Central e acumula as certificações CEA (Anbima) e CNPI-T (Apimec), além de ser Consultora CVM, criadora da marca “Como enriquecer seu Filho” e cofundadora do Instituto de Educadores Financeiros.


Quem nunca ouviu um conselho que parecia perfeito, mas na prática foi um desastre? Todos gostamos de dar opiniões e, no fundo, isso nos faz sentir úteis, até indispensáveis. Mas a verdade inconveniente é que a maioria dos conselhos que recebemos é, na melhor das hipóteses, irrelevante — e, na pior, prejudicial.

Pense em uma viagem de férias. Você lê sobre alguém que passou dias incríveis em um hotel-fazenda. As fotos são lindas, o relato parece convincente. Mas, quando você chega lá, tudo muda: o calor é insuportável, os mosquitos não dão trégua e os cavalos não estão disponíveis para passeios. O lugar que era perfeito para outra pessoa pode ser um pesadelo para você. O mesmo acontece com conselhos financeiros: o que funciona para um pode ser completamente inadequado para outro.

O problema com conselhos genéricos

O mundo das finanças está cheio de gurus, blogueiros e “especialistas” que adoram compartilhar suas fórmulas de sucesso. Alguns mostram gráficos, outros dividem estratégias, mas todos dizem que “se eu consegui, você também pode.”

Mas aqui está o problema: eles não te conhecem. Não sabem o que você deseja alcançar, quais são os seus medos, suas limitações ou suas prioridades.

Considere um exemplo: um amigo diz que você deve investir tudo em ações, porque ele está ganhando muito assim. Pode até ser verdade para ele, mas será que faz sentido para você? Talvez sua tolerância ao risco seja menor, ou seu objetivo esteja mais próximo no tempo. Talvez você precise de liquidez, enquanto ele pode esperar anos. Seguir cegamente esse tipo de conselho é como comprar o ingresso para o hotel-fazenda sem pensar se você gosta de cavalos ou suporta calor.

Por que a individualidade importa?

Finanças pessoais são, antes de tudo, pessoais. O que isso significa? Que suas escolhas precisam refletir seus objetivos, não os de outra pessoa. Elas devem considerar:

  • Seu momento de vida: Um jovem começando a carreira tem necessidades diferentes de alguém perto da aposentadoria.
  • Seu perfil de risco: Algumas pessoas perdem o sono com volatilidade; outras lidam bem com ela.
  • Seus objetivos: Comprar um imóvel, pagar a educação dos filhos ou simplesmente viver com mais tranquilidade? Cada meta exige uma estratégia diferente.

Conselhos genéricos ignoram essas nuances e, por isso, muitas vezes fazem mais mal do que bem.

Como evitar cair na armadilha dos “conselhos universais”

  1. Questione a Fonte: Antes de seguir um conselho, pergunte-se: quem está dando essa recomendação? Ele ou ela realmente entende o meu contexto?
  2. Adapte ao Seu Caso: Um bom conselho deve ser flexível o suficiente para se adaptar às suas circunstâncias. Não basta ser “bom para todos.”
  3. Procure Orientação Profissional: Um consultor financeiro independente pode ajudar a transformar conselhos soltos em uma estratégia personalizada, que respeita quem você é e o que você deseja.

Conclusão: o melhor conselho é o que faz sentido para você

Não há nada de errado em buscar inspiração ou aprender com as experiências de outros. Mas nunca esqueça: você é único. O que funcionou para alguém pode ser completamente irrelevante — ou até prejudicial — para você. Por isso, tome cuidado com os “conselhos infalíveis.”

Se você quer construir um plano que respeite suas necessidades e metas, eu estou aqui para ajudar. Porque, no final das contas, as melhores escolhas financeiras não vêm de fórmulas prontas, mas de um olhar atento e personalizado para o que realmente importa: você.

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